domingo, agosto 12, 2012

Anita Malfatti> Pintores e Afins> 12/08/12


Pinceladas que fizeram história

Conheça Anita Malfatti, que renovou o jeito brasileiro de pintar
Ela começou a fazer quadros incentivada pela mãe, que dava aulas de pintura e desenho.
Apesar de ter nascido com a mão e o braço direitos atrofiados, encontrou um jeito de usar com desenvoltura os pincéis.
Com isso, se tornou uma das mais importantes pintoras brasileiras.
Anita Malfatti trouxe para o nosso país um jeito novo de pintar, rompendo com as regras que vigoravam para as artes.
Venha conhecer essa artista que nasceu há 120 anos e esteve sempre a frente do seu tempo!



 
  Pintora em formação

“Anita Malfatti trouxe para o Brasil o expressionismo, um movimento artístico que, como o próprio nome diz, procura expressar o que o artista sente diante do que está pintando”, conta Luzia Portinari, curadora de uma exposição em cartaz no Rio de Janeiro que apresenta a vida e a obra da pintora: Anita Malfatti 120 anos.
Foi na Alemanha, terra natal de sua mãe, que a brasileira descobriu o expressionismo.
 Anita tinha ido estudar pintura por lá em 1910 para se tornar professora. “Na época, as possibilidades dadas à mulher eram reduzidas e os trabalhos manuais faziam parte da sua educação.
Porém, o intuito não era torná-las artistas”, explica Luzia.
No ano anterior à sua partida, aos 20 anos, a brasileira havia pintado seu primeiro quadro: Burrinho correndo, imagem que copiou de uma revista a pedido do irmão.



No quadro 'A boba', Anita Malfatti reuniu praticamente todas as características da pintura expressionista, como as pinceladas bruscas, despreocupadas com os detalhes e mais atentas à expressão.
Exposta em 1917, é uma de suas obras mais famosas.
A escola onde Anita estudou era uma das únicas na Alemanha que as mulheres podiam frequentar.
Ali ela conheceu o professor Lovis Corith, que se tornou uma de suas grandes influências e a ensinou a pintar com tinta a óleo.
Para fazer seus quadros, Anita usava a mão esquerda, com a qual também escrevia.
A artista havia aprendido, na infância, a desenvolver os movimentos dessa parte do corpo, o que a ajudou a superar as limitações impostas pela atrofia de sua mão e seu braço direitos.
Com o início da Primeira Guerra Mundial na Europa, Anita voltou, em 1914, ao Brasil, onde fez uma exposição, sem grande sucesso.
Sua família decidiu, então, mandá-la estudar nos Estados Unidos.
O que eles não imaginavam é que havia sido para lá que muitos artistas, fugindo da guerra, decidiram ir.
No contato com esse novo mundo, a arte de Anita e, posteriormente, a própria brasileira mudariam por completo.

Tempo de ousar
A vida nos Estados Unidos era diferente de tudo o que Anita já tinha visto: a mulher era mais respeitada, além de ser comum ver artistas de diferentes áreas trocando ideias.
Mas foi com um professor que Anita encontrou o que faltava para desenvolver sua arte: “Homer Doss deixava cada um fazer o que bem entendesse.
Dava liberdade aos artistas”, conta Luzia Portinari.
 “Esse foi o período mais feliz da vida de Anita.”



Anita Malfatti pintou 'O farol' quando ainda estudava nos Estados Unidos.
Seu professor, Homer Boss, costumava levar os alunos a uma ilha, no norte do país, onde havia este farol, que chegou a ser retratado por outros pintores.
De fato, ao retornar ao Brasil em 1917, Anita viveu momentos difíceis.
Foi muito mal recebida pela família, que não esperava vê-la regressar como artista.
Na exposição que organizou para mostrar seus quadros, também recebeu críticas severas do escritor Monteiro Lobato, um dos que eram contra o estilo novo que trazia.
Mas houve também quem estivesse ao seu lado.
Eram artistas, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, que buscavam romper com o modo de fazer arte que vigorava na época, repleto de regras, que exigia precisão, sem espaço para a liberdade e a experimentação.
Com alguns deles, na chamada Semana de Arte Moderna de 1922, Anita expôs as obras expressionistas que pintou na Alemanha e nos Estados Unidos.
“Seu trabalho marcaria o início de um movimento que modernizaria a arte no Brasil”, conta Luzia Portinari.



A arte popular do Brasil já estava presente há quase dez anos em sua obra, quando Anita Malfatti pintou 'O batizado', em 1940.
Neste quadro, ela explora as cores e as atividades da vida no interior.
Apesar disso, Anita Malfatti logo deixou o expressionismo de lado.
A partir da década de 1930, após uma temporada na França, ela passou a retratar o que chamava de arte popular brasileira.
 E foi a esse assunto que se dedicou até o fim da vida, em 1964.
Nessa fase, quando tomou a liberdade de pintar a seu modo, suas pinceladas dedicaram-se às festas populares do interior do Brasil, brincadeiras de rua e, veja só, a crianças como você!
Carolina Drago
Instituto Ciência Hoje/RJ

http://chc.cienciahoje.uol.com.br/pinceladas-que-fizeram-historia/

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