Helme Heine
Como é bom ter amigos por perto, todo o dia, o dia inteiro.
O galo Juvenal, o ratoFrederico e o porco Valdemar sabem bem disso.
Desde o raiar do sol até o cintilar da estrelas, eles estão sempre juntos...
TRABALHO DE LEITURA DO LIVRO AMIGOS
HELME HEINE
Ùrsula Andréa de Moura Naracci
Maria Inês L. Pontes
1 – INTRODUÇÃO
1.1. LEITURA
A característica básica do projeto é que ele tem o objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final do qual todos trabalham.
São situações em que linguagem oral, linguagem escrita, e produção de texto se inter-relacionam de forma contextualizada. Além do que, dependendo de como se organizam, exigem leitura, escuta de leituras, produção de textos orais, estudo, pesquisa ou outras atividades.
Situações lingüisticamente significativas, em que faz sentido, por exemplo, ler para escrever, ler para decorar, escrever para não esquecer, ler em voz alta em tom adequado.
Podem ser de curta ou média duração, envolver ou não outras áreas do conhecimento e resultar em diferentes produtos: uma coletânea de textos do mesmo gênero ( poemas, contos de assombração ou de fadas, lendas, etc.)
Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar a necessidade de ler e, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções.
É preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam.
Os materiais feitos exclusivamente para ensinar a ler não são bons para aprender a ler, têm servido apenas para ensinar a codificação contribuindo para que o aluno construa uma visão empobrecida da leitura.
Assim um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania , direito inalienável de todos.
Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato.
Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a escola terá que mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender), requer esforço.
Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a “aprender fazendo”.
Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente.
O projeto, além de oferecer reais condições de produção de textos escritos, carrega exigências de grande valor pedagógico.
• Podem apontar a necessidade de ler e analisar uma grande variedade de texto e portadores do tipo que se vai produzi: como se organizam, que características possuem ou quais têm mais qualidade. Trata-se, nesse caso, de uma atividade de reflexão sobre os aspectos próprios que serão produzidos.
• O exercício de o escritor ajustar o texto à imagem que faz do leitor fisicamente ausente permite que o aluno aprenda a produzir textos escritos mais completos, com características de textos escritos mesmo. Por exemplo, deve aprender que não poderá dêitico (ele, ela, aqui, lá, etc.) sem que o referente já tenha sido aparecido anteriormente no texto; que não se pode ser tão redundante a ponto de correr o risco de o leitor desistir de ler o texto: que a correta ortografia pode ajudar na compreensão de quem lê; que, dificilmente as pessoas suportam ler textos cuja letra é incompreensível.
• Quando há leitores de fato para a escrita dos alunos, a necessidade de revisão e de cuidado com o trabalho se impõem, pois a legibilidade passa a ser um objetivo deles também e não só do professor.
• Por intermédio do projeto é possível uma intersecção entre conteúdos de diferentes áreas.
• O projeto favorece o necessário compromisso do aluno com a sua própria aprendizagem.
O fato de o objetivo ser compartilhado, desde o início, e de haver um produto final em torno do qual o trabalho de todos se organiza, contribui muito mais para o engajamento do aluno nas tarefas como um todo, do que quando essas são definidas pelo professor, determinadas práticas habituais que não fazem qualquer sentido quando trabalhadas de forma descontextualizada podem ganhar significado no interior dos projetos.
A cópia, o ditado, a produção coletiva de textos, a correção exaustiva do produto final, a exigência de uma ortografia impecável, etc.
2. OBJETIVOS
• Desenvolver interesse por ouvir e manifestar sentimentos, experiências, ideias e opiniões; fazer-se entender e procurar entender os outros;
• Desenvolver interesse por compartilhar opiniões, ideias e preferências sobre leituras;
• Desenvolver atitudes críticas diante de textos persuasivos dos quais é destinatário direto ou indireto;
• Utilizar diferentes fontes de informações para adquirir e construir conhecimentos;
• Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente;
• Promover o interesse em tomar emprestado livros do acervo da classe e da biblioteca;
• Levantar questionamentos a respeito da amizade, compartilhando as diferenças individuais e os diversos pontos de vista, as qualidades e os defeitos.
3. JUSTIFICATIVA
O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.
A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos.
4. PLANEJAMENTO
4.1 .Embasamento teórico:
O projeto foi desenvolvido com alunos de primeira série do ensino fundamental, por tratar-se de diferenças, com base na leitura da obra de KAUFMAN, ª e RODRIGUEZ, M. Escola leitura e produção de textos, na qual sugere que seja trabalhado a leitura e escrita com textos diversos. É indiscutível que os leitores não se formam com leituras de materiais escritos elaborados expressamente para escola com a finalidade de cumprir as exigências de um programa. Os leitores se formam a leitura de diferentes obras que contém uma diversidade de textos que servem, como ocorre nos contextos extra-escolares, para uma multiplicidade de propósitos.”
“O absurdo da escola tradicional é que se escreve nada para ninguém. Todo esforço que a escola tradicional pede à criança é o de aprender a escrever para demonstrar que sabe escrever”( Tonucci,1977). E queremos leva-los a compreender que fora dos muros da escola é impossível que alguém escreva “para ninguém” e que portanto a escrita independente do lugar é escrita para um destinatário seja ele outra pessoa ou quem escreveu( quando escrevemos para não esquecer algo ou para organizarmos algum tema que estamos estudando).
4.2. Atividades Práticas
• Apresentação do livro “Amigos” Helme Heine” (Power Point).
• Exploração da capa do livro: ilustração, título, autor, ilustrador, tradutor e editora.
• Pré- leitura:
- Conversa sobre amizade: Quem são nossos amigos? Como é ter amigos? Quem tem um amigo? Quantos amigos? Amigo mesmo? O que é um amigo?
- Distribuir tiras de papel sulfite e pedir que cada um escreva uma qualidade do seu amigo ( ver molde um).
- Ler o que cada um escreveu
- Organizar as tiras num papel separando as qualidades físicas das qualidades emocionais/morais. Obs. Provavelmente aparecerão mais tiras do segundo tipo.
- Reunir as “crianças” em grupo ( no máximo de cinco), e pedir para que escrevam uma definição para AMIGO em tira de sulfite (ver molde dois). Expor as tiras com as definições.
- Com o slide da capa do livro questionar: Como será essa história? Quais serão os personagens? Onde será que ela acontece?
• Leitura do livro (Power Point), esta fase só será completa no curso com três horas de duração.
- Exploração, agora, dar ênfase para à ilustração: atentar para as diferenças (características físicas) entre os personagens e para o que têm em comum ( ação características emocionais: prazer, aventura, movimento).
- Comparar com a 1ª página: companheirismo na ação de brincar; na 2ª e 3ª páginas: os três amigos caminhando, cada um com o objeto diferente na mão.
Diferenças na ação? Explorar as hipóteses de cada leitor.
- Ler o verbal e o não verbal das páginas subsequentes, explorando os detalhes visuais e os jogos de palavras:
a) caminho pedregoso = dificuldade
b) curva fechada = perigo
c) poço d’água = fosso = obstáculo
d) ir ao matinho = fazer cocô
e) sombras ficaram comprida = escureceu, anoiteceu
• Vocabulário: fazer o levantamento das palavras cujo significado os alunos desconhecem. Ex.: celeiro, juncos, leme, protestou, tonel, enlatado, pernoitar e etc.
Buscar o significado das palavras. Conversar sobre as diferentes maneiras de se descobrir o significado de uma palavra: perguntar para alguém, perceber pelo sentido da palavra no texto, procurar no dicionário.
• Conversar sobre os personagens da história, suas características: local onde se passa a história; o conteúdo da história. Comparar com o que “as crianças” disseram antes da leitura do livro.
• O que os três amigos costumavam fazer logo ao acordar ?
Situar as atividades na história: andar de bicicleta, descansar, à beira da lagoa, atirando as pedras na água e brincar de esconde-esconde.
• Depois que Frederico descobriu um velho barco, eles decidiram tornar-se piratas.
Como foram as aventuras dos três amigos ?
Que problemas eles enfrentaram ?
Como eles resolveram esses problemas ?
barco divisão do trabalho , união, fome divisão das cerejas, de acordo com as necessidades de cada um.
• Logo as sombras começaram a ficar cada vez mais compridas ...”
Conversar sobre esse trecho da história.
O que significa “sombra comprida” ?
Quando a sombra cresce ?
Falar sobre o movimento do Sol, desde o nascer até a hora em que se põe no horizonte.
Pedir para os alunos observarem, num dia ensolarado a sombra das árvores, casas, pessoas... em diferentes horas do dia.
Construir um relógio de Sol com um pauzinho espetado no solo.
Comparar a sombra com o relógio comum e relacionar o horário.
• “... juraram amizade eterna e decidiram nunca mais se separar.”
Conversar com os alunos sobre esse trecho, sobre a importância da amizade, da fidelidade, da presença, do apoio...
• Retomar os problemas que os três amigos encontraram na hora de dormir juntos:
a) O galo entalou na toca do rato;
b) O rato tinha o nariz muito sensível para dormir no chiqueiro do porco:
c) O peso do porco quebrou o puleiro do galo, (ressaltar essa parte da história é compreendida a partir da ilustração, não vem escrita.
Daí a importância da ilustração numa história.).
• Retomar o abrigo de cada animal dessa história e também de outros animais.
Cada abrigo é próprio para as características do animal que vive lá.
Pedir uma coleta de dados sobre diferentes “habitats”.
Os alunos deverão trazer figuras e informações sobre esse assunto.
Montar um painel ou confeccionar cartazes. Trabalho interdisciplinar.
• Destacar as seguintes frases do texto:
- “Pois amigos de verdade sempre ajudam um ao outro”
- “Pois amigos de verdade sempre fazem as coisa juntos”
- “Pois amigos de verdade ninguém pode separar!”
- Discutir, em grupos, cada uma das frases e em seguida criar outras, completando:
- “Pois amigos de verdade...”
• Montagem de painel, para cada grupo apresentar para a classe as frases que produziu.
Em seguida, com a classe, eleger algumas frases, confeccionar cartazes e colar pela escola.
• Produção de texto:
- Escrever uma aventura bem interessante que você viveu com um(s) Amigo(s).
Para ajudar na produção antes de iniciá-la preencha a ficha: (Essa ficha pode ser discutida oralmente).
Personagens da História:__________________________
Características desses personagens:__________________
Local onde se passa a história:______________________
Problemas que enfrentaram:________________________
Como resolveram os problemas:_____________________
Final da história:__________________________________
- Escrever um texto coletivo sobre novas aventuras dos amigos:
Juvenal, Frederico e Valdemar. Antes de iniciar a escrita podem utilizar a mesma ficha para discussão oral.
• Ampliar o conceito de amigos usando agora a expressão amigo de verdade, individualmente cada um é convidado a pensar no melhor amigo: no que são iguais ou diferentes, o que gostam de fazer juntos, onde, quando, por quê, etc...
Em seguida desenhar num sulfite o amigo ou colar uma foto dele, ao lado escrever sobre ele, dar um título para seu trabalho (Amigo de verdade; Meu amigo de verdade; Um amigo de verdade). Reunir as folhas, unir uma a outra por fita crepe, fazer uma exposição dos amigos de verdade, medir com fita métrica as folhas unidas e avaliar quantos “metros” de amigos de verdade a classe tem.
5. PROPOSTA INTERDISCIPLINAR
• Português: - Produção de texto (individual e coletiva): descrição e narração;
- Vocabulário;
- Complementação do tema: “ O Amigo” da coleção “ Pingos” de Mary e Eliardo França, Editora Ática. ( serão dadas algumas sugestões para trabalhar com as diferentes qualidades físicas/emocionais de cada personagem).
• Matemática: - Conceito de dobro;
- Divisão das cerejas;
- Redação do enunciado de um problema e resolução do mesmo;
• Estudos Sociais: - Explorar visualmente a relação personagens/espaço destacam as possibilidades de adaptação de cada um quando há cooperação do grupo;
- Diferentes tipos de moradias e características.
• Ciências: - Animais (Classificação)
- Dia/Noite (Características, Hábitos)
- Saúde (Atividade/Repouso)
• Fechamento: Leitura do Texto: Fazer a criança sentir sede, de Celestin Freinet.
– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, B e ZELAN, K. Psicanálise da alfabetização: um estudo psicanalítico do ler e do aprender.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
FREINET, C. Pedagogia do bom senso. 5A ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
JOLIBERT,J. Formando Crianças Produtoras de textos, Vol II, Porto Alegre: Artes médicas, 1994
KAUFMAN, A e RODRIGUEZ, M. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GADOTTI, M. História das idéias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.
HEINE, H. Amigos. 13a ed. Editora Ática, 2001.
MORIN, E. A cabeça bem feita. 6a ed. Ed. Bertrand Brasil, 2002.
NOVA ESCOLA, Revista, Edição Especial: P.C.N., fáceis de entender, 2001.
PIAGET, J. Sobre a pedagogia. Casa do Psicólogo, 1998.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL P.C.N.: LP. Ed. Abril Brasil, 1998.
Fonte:
http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais15/alfabetica/NaracciUrsulaAndreadeMoura.htm
Olá, Fiquei 2 meses sem NET, mas ela voltou e eu também. Vim, te visitar, agradecer sua visita e te oferecer o cartão de Natal do Toque . Que o Senhor continue te abençoando-San
ResponderExcluirOi amiga!
ResponderExcluirSeu trabalho cada vez mais iluminado e cheio de encanto.Parabéns pelas postagens e agradeço de coração suas visitas,sua amizade,sua contribuição e que continuemos com muita saúde,paz,amor e sucesso em 2013.Dedico a vc o selinho especial de Natal que fiz com carinho para cada amigo da blogosfera.Mundo encantado de belas pessoas que Deus tem colocado no meu caminho.
LINK PARA O SELINHO:
http://rosangelaprendizagem.blogspot.com.br/2012/12/especial-de-natal-selinho-para-voce.html
Bjos e até mais!
Tô levando seu link para a minha galeria no blog.
ResponderExcluirSeu trabalho merece ser divulgado e prestigiado.
Conte ncomigo sempre.Bjos!
Querida amiga
ResponderExcluirQue neste Natal,
diante das pessoas que amamos,
possamos ofertar a elas,
o melhor presente
que desejassem receber:
Nossa vida...
Nosso carinho...
Nosso coração.
Para quem crê na vida,
Natal se faz a cada dia.
Que assim seja o Natal
Em tua vida.
Aluísio Cavalcante Jr.