Rosita Maria Antonia Martins da Silva
Ana Terra
Você gosta do seu nome?
Rosita não gostava do dela porque era muito comprido.
A menina começa então a pensar nos nomes que queria ter ligados a cada atividade que ela gostaria de fazer quando crescesse.
Autora e ilustradora: Ana Terra
Assunto: vida em sociedade
Li o fantástico livro de Rosita Maria Antonia Martins da Silva para meus alunos do terceiro ano. A intenção inicial era trabalhar a letra maiúscula em nomes e sobrenomes.
Mas fomos muito além, as crianças passaram a questionar os sobrenomes de seus colegas e a perceber a relação de famílias com os sobrenomes encontrados.
Como suporte a proposta, utilizamos uma tabela de nomes e sobrenomes, com as iniciais do alfabeto
ATIVIDADE SOBRE OS NOMES
Esta atividade tem como objetivo principal criar embasamento para uma produção textual diferenciada, realizada a partir de estudos da história do nome de cada aluno.
Mas também trabalhei conteúdos como: vogais e consoantes, números de letras em cada palavra e substantivos comuns e próprios.
1º MOMENTO: Texto
ROSITA MARIA ANTONIA MARTINS DA SILVA
ROSITA MARIA ANTONIA MARTINS DA SILVA
ERA UM NOME TÃO GRANDE QUE PINICAVA.
QUE QUASE EMPURRAVA PARA FORA DA PÁGINA!
ROSI ELA GOSTAVA MAIS.
SOBRAVA ATÉ ESPAÇO PARA FAZER O QUE BEM QUISESSSE...
MAS NADA MUDAVA O FATO QUE ELA SE CHAMAVA
ROSITA MARIA ANTONIA MARTINS DA SILVA!
ROSITA FOI O AVÔ QUEM QUIS.
MARIA ANTONIA, O IRMÃO.
MARTINS DA MÃE.
DA SILVA DO PAI.
O PROBLEMA TODO É QUE NINGUÉM PERGUNTA PRA GENTE
COM QUAL NOME QUER NASCER!
[...]
Ana Terra – Larousse Júnior, 2009
2º MOMENTO:
Leitura do texto (Individual e coletiva)
3ºMOMENTO:
Questões ( Primeiro momento oral, após são realizados os registros)
a) Quantas vezes o nome de Rosita aparece no texto?
b) Quantas letras tem o nome completo de Rosita?
c) Quantas consoantes tem no nome de Rosita?
d) Quantas vogais tem no nome de Rosita?
e) Porque a letra inicial de cada parte do nome de Rosita começa com letra maiúscula?
f) Qual foi o nome escolhido pelo avô?
g) Qual foi o nome escolhido pelo irmão?
h) Qual o sobrenome veio da parte da mãe?
i) Qual o sobrenome veio da parte do pai?
j) Qual o nome ela gostaria de ter?
4º MOMENTO:
Cada aluno escreve seu nome no caderno e realiza os seguintes registros
a) Quantas letras tem o seu nome completo?
b) Quantas consoantes tem o seu nome?
c) Quantas vogais tem o seu nome?
d) Porque a letra inicial de cada parte do seu nome começa com letra maiúscula?
5º MOMENTO:
Brincadeiras (exemplos)
· Qual nome completo tem mais letras na turma?
· Qual nome completo tem menos letras na turma?
· Qual nome completo tem menos vogais?
. Qual nome completo tem mais vogais?
· Qual nome completo tem mais consoantes?
· Qual nome completo tem menos consoantes?
· Quem tem mais a vogal A no nome?
· Quem tem mais a consoante M no nome?
6º MOMENTO:
Atividade de pesquisa para realizar em casa
a) Quem foi que escolheu seu nome?
b) Da onde vem seu sobrenome?
c) Você gosta do seu nome?
d) Qual outro nome você gostaria de ter?
7º MOMENTO:
Produção textual
Meu nome é...
Confira atividades para trabalhar a leitura e a escrita de nomes próprios no início da alfabetização infantil
Por Priscila de Giovani
Objetivos:
★ Refletir sobre os diferentes aspectos do sistema alfabético
Realizar atividades com nomes próprios no início da alfabetização é uma boa estratégia para que as crianças comecem a refletir e conhecer sobre o funcionamento do sistema alfabético.
Segundo Ferreiro e Teberosky, no livro Psicogênese da Língua Escrita, o nome próprio torna-se a primeira escrita estável dotada de significação à criança, devido à identidade promovida ao aluno com o uso do seu nome e sua relevância cultural, pois faz parte da sociedade e marca seu território, sendo fonte de satisfação.
Ao elaborar boas atividades de leitura e escrita do próprio nome e dos amigos, na fase inicial da alfabetização, a criança é levada a refletir sobre diferentes aspectos do sistema alfabético, como por exemplo:
★ As diferenças entre as letras dos outros sinais gráficos;
★ A orientação esquerda-direita da escrita;
★ A estabilidade dos nomes em relação à quantidade de letras;
★ A escrita como significado cultural, já que identifica indivíduos e objetos;
★ A ampliação do repertório de letras;
★ A possibilidadede de perceber que nomes diferentes se escrevem formas distintas;
★ A variedade e posição das letras para se escrever um nome
Cartaz com os nomes
O nome próprio deve ser fonte de consulta para o aprendizado das letras e recurso para a escrita de outros nomes.
Uma boa prática para a sala de aula é a seguinte: escreva os nomes dos alunos em ordem alfabética e em letra maiúscula, em um cartaz, para que os alunos possam identificar o próprio nome e o dos colegas, fazendo uso constante para a construção da escrita de novas palavras.
Nesse cartaz devem apenas estar escritos os nomes dos alunos e não conter fotos, para promover reflexão constante.
No primeiro mês de aula
Além da construção do cartaz com os nomes, proponha uma sequência de atividades com nomes próprios, como:
★ Realizar atividades de escrita do nome nos pertences das crianças e nos trabalhos propostos no dia;
★ Realizar escrita do nome no crachá;
★ Promover chamada todos os dias, pedindo para que os alunos encontrem os nomes de quem não compareceu à aula, no cartaz de nomes;
★ Pedir que encontrem o ajudante do dia no cartaz de nomes dos alunos.
O nome próprio torna-se a primeira escrita estável dotada de significação à criança, devido à identidade promovida ao aluno com o uso do seu nome, e à sua relevância cultural, pois faz parte da sociedade e marca seu território, sendo fonte de satisfação.
Priscila de Giovani, segundo Ferreiro e Teberosky, no livro Psicogênese da Língua Escrita (300 págs. Artmed Editora,1999)
Objetivos:
★Ampliar o conhecimento sobre as letras do alfabeto
★ Ampliar o conhecimento sobre a escrita do próprio nome e dos nomes dos colegas
★ Refletir sobre o sistema alfabético
★ Usar as estratégias de leitura Conteúdo: leitura Tempo estimado: até que os alunos escrevam o seu nome e reconheçam os nomes dos colegas.
Organização prévia da atividade:
1. Dobre a folha de sulfite, em posição paisagem, ao meio.
2. Escreva o nome dos alunos (um por sulfite) na parte inferior à dobra realizada com letra maiúscula espaçada).
3. Em seguida, na parte superior, recorte o papel sulfite em tiras de forma que cada tira cubra uma letra formando retângulos em cima das letras. Faça isso com todos os nomes dos alunos.
Atividade:
1. Organize os alunos em roda, sorteie uma das fichas e instigue-os a descobrir de quem é o nome.
2. Levante um retângulo de cada vez, como se abrisse uma “janela” para cada letra e permita que, a cada letra, os alunos usem suas estratégias de leitura para reconhecer de quem é o nome escolhido.
É importante que você realize intervenções para cada “janela aberta”, como por exemplo: ao abrir a letra G, de Gabriel, pergunte:
“Qual o nome dessa letra?” ou “Quais são os nomes que iniciam com a letra G?”.
Sugira dicas quando necessário.
Por exemplo: “Esse nome é escrito com poucas letras”;
“esse nome é de uma menina”;
“procure no quadro de nomes, quais são os alunos que possuem o nome terminado com L”;
“leia o alfabeto no cartaz para descobrir qual é a essa letra”;
“esse nome começa igual ao de Guilherme e Gabriela”.
Essa atividade proporcionará a reflexão sobre as letras e seu uso para a construção da estabilidade permitida com o nome próprio.
Inclusão:
Essa atividade pode ser realizada por todos os alunos, inclusive se houver um aluno com deficiência intelectual, pois a construção do sistema alfabético, também para ele, acontecerá com o uso das estratégias de leitura constantemente.
O que muda nessa compreensão é o ritmo de aprendizagem, portanto, quanto mais o aluno for colocado em situações de leitura e escrita, mais próximo da construção do sistema alfabético estará.
Nesta atividade deixe-o participar com o coletivo.
É importante, na medida do possível, trazer o nome dele para discussão, para que reconheça seu próprio nome.
Objetivos:
★ Utilizar estratégias de leitura (seleção, antecipação e verificação), considerando aquilo que já sabem sobre o sistema de escrita, para localizar os nomes pedidos
★ Ampliar o conhecimento do seu nome e do nome dos colegas
★ Refletir sobre o sistema alfabético
Conteúdo: leitura
Separar nomes de meninos e meninas
Materiais:
★ Papel sulfite
★ Tesoura
★ Caneta hidrocor
Organização prévia da atividade:
1. Produza fichas em sulfite ou cartolina com os nomes dos alunos (uma ficha para cada nome).
É importante que anterior a essa atividade você já tenha realizado algumas análises dos nomes com os alunos, no cartaz em ordem alfabética, como por exemplo:
“quais nomes terminam com “A”?”;
“Quais nomes terminam com O?”;
“quais são meninas e quais são meninos?”;
“com quais letras terminam outros nomes?”.
Atividade:
1. Distribua nos grupos alguns nomes de meninos e meninas.
Peça que os alunos descubram de quem são os nomes, se são de meninas ou de meninos, e separem em dois grupos.
Tome o cuidado para não distribuir o nome de um dos alunos que estiver no grupo, pois mesmo que seja o primeiro ano de escolaridade dos alunos, eles já possuem conhecimento sobre letras do seu nome, impedindo a reflexão dos demais.
“Você sabe de quem é esse nome?”;
“esse nome termina com qual letra?”;
“se termina com O, pode ser menino ou menina?”;
“esse nome começa igual ao de Raquel e Rafael.
Quem da nossa turma também começa igual a esses nomes?”.
Se na turma houver algum aluno com surdez, é um excelente momento para ensinar aos amiguinhos alguns sinais, como o de “nome” ou a datilologia do nome (alfabeto em Libras).
É importante que o aluno com surdez compreenda o comando e possa tentar descobrir de quem é o nome, apontando os amigos.
★ Avançar no conhecimento da escrita ao escrever segundo suas hipóteses e confrontar o que sabe com o colega.
★ Refletir sobre o sistema alfabético
Conteúdo: escrita de nomes próprios
Cartaz do aniversariante do mês (contexto de comunicação real)
Materiais:
★ Letras móveis
Organização prévia da atividade:
1. Construa uma caixa com divisórias, com letras móveis, organizadas em ordem alfabética.
2. Organize os alunos em duplas e distribua a caixa de letras móveis.
As duplas devem ser formadas levando em conta os saberes dos alunos.
O critério nessa atividade será agrupar os alunos com saberes próximos.
A professora apenas conhecerá os saberes dos alunos, realizando sondagem antecipadamente.
Atividade:
1. Explique o motivo pelo qual a escrita dos nomes será realizada, justificando a importância da construção do mural com nomes dos aniversariantes do mês (neste caso, de janeiro e fevereiro) para o grupo.
2. Pergunte aos alunos quem faz aniversário no mês de fevereiro. Após a identificação dos alunos, dite para o grupo o nome do primeiro aluno que faz aniversário em fevereiro.
As crianças em duplas devem escolher quais letras móveis utilizarão para construção do nome do colega.
Nesse momento é importante tampar ou retirar o cartaz de nomes exposto na sala, para evitar cópia dos alunos.
É uma situação de confronto de hipóteses de escrita.
3. Escolha duplas para realizar intervenções pontuais, como:
“Com que letra começa o nome de Mariana?”
“Mariana começa igual ao seu nome?”;
“cada aluno coloca uma letra”;
“se André acha que é a letra M e Fernando acha que é a letra
A que usa para escrever Mariana, como podemos resolver essa situação?”.
Se na turma houver algum aluno com deficiência física, que tem dificuldade para pegar as letras móveis, devido ao tamanho, construa letras móveis maiores, imantadas, para facilitar.
Ou peça que o outro aluno da dupla seja o escriba, e o aluno com deficiência dite as letras da palavra que deve ser escrita.
* Priscila de Giovani é pedagoga com especialização em Educação de Deficientes da Áudio Comunicação. Atualmente leciona no Centro Universitário Estácio São Paulo e é coordenadora do projeto de Educação Inclusiva do Município de Santo André (SP). Desde 2004, atua com formação de professores, na coordenação de unidades escolares, no projeto de educação inclusiva e em formação sobre alfabetização.
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