segunda-feira, dezembro 17, 2012

Menino brinca de boneca?>Estímulos literários> 17/12/12

Menino brinca de boneca?
Com muito sabor e leveza o livro leva a criança a
 discutir e rever velhos preconceitos machistas

O livro esclarece que brincadeira não tem sexo, por isso, meninos e meninas devem brincar do que tiverem vontade. O brincar não exerce influência alguma sobre a opção sexual simplesmente porque, para as crianças, não tem essa conotação.  O autor desmistifica os papéis de homem e de mulher atribuídos aos sexos desde a infância, estimulando o jovem a refletir e opinar sobre o tema e respeitar as diferenças.

Livro

“Uma obra importante para crianças de 0 a 60 anos.
Menino brinca de boneca? é uma obra oportuna que marcos ribeiro – autor de mamãe, como eu nasci? – oferece ao público infanto-juvenil.
Com muito sabor e leveza, o autor mexe com todos os nossos preconceitos machistas (sem ignorar que o machismo é também um problema da mulher, da mãe que ensina aos filhos ‘papéis’ masculinos e femininos).
uma das causas da infelicidade de muitas pessoas é essa mania de se pautar por atitudes alheias.
Desde pequena, a criança aprende a imitar e a competir com seus colegas, prejudicando o desenvolvimento de sua própria personalidade. ser o que se é – eis um desafio difícil até mesmo para os adultos.
Estamos tão condicionados pelo comportamento vigente que trocamos a liberdade pela opinião consensual. a frustração muitas vezes tem esta origem absurda: surge da nossa incapacidade de corresponder ao que julgamos que os outros esperam de nós.
Neste livro, marcos ribeiro coloca a questão do masculino-feminino de forma muito didática, acessível a leitores de qualquer idade. sobretudo, ele estimula o jovem leitor a refletir, decidir, opinar. esta é, portanto, uma obra muito educativa, porque aborda, num estilo muito agradável, um aspecto fundamental da nossa cultura ainda impregnada de heranças patriarcais.
Frei Betto
Menino brinca de boneca? é uma obra lúdica e muito séria.”

O texto não se refere diretamente à homossexualidade, mas joga luz num assunto que merece reflexão e cuidado por parte de todos. quantos adultos hoje compreendem perfeitamente que se em sua infância tivessem sido "autorizados" a brincar com bolas e bonecas, sem um viés machista e consequentemente separatista, poderiam ter vivido uma infância muito mais saudável e muito melhor.
Cuidar da saúde mental de uma criança é investir em um adulto mais íntegro e muito mais feliz.
Ataulfo Santana
 
Para nosso conhecimento
Questão de gênero
Para a maioria dos pais, o sexo da criança define muito mais do que as escolhas do enxoval. Transmitir conceitos e modelos de educação diferentes para meninos e meninas pode acabar contribuindo para uma sociedade mais desigual.
Rosinha ou azulzinho?

Muitos pais, ao descobrirem no exame de ultrassonografia o sexo do bebê, começam logo a montar o enxoval, a imaginar como será o garotão ou a princesinha que está por vir, e – por que não? – a pensar até na educação que vão dar.
Como dizia Cazuza, na música Exagerado, “nossos destinos foram traçados na maternidade”.
Mas será que eles ainda estão sendo realmente traçados nos berçários, ou melhor, nos exames de ultra?

 Se esperar algo de quem ainda nem nasceu já é perigoso, pior é correr o risco de transmitir idéias opacas e ultrapassadas, e contribuir para uma sociedade ainda mais preconceituosa.

Professores, vale a pena clicar aqui e ler a reportagem completa:

Menino brinca de boneca?

- Largue essa boneca, menino! Homem não brinca de boneca!!!
Quando se é criança, as pessoas costumam dizer: Menino e menina são diferentes! Menino é mais esperto, mais corajoso, mais inteligente. "Forte como o papai!" Menina é mais obediente, mais sensível, mais comportada. "Boazinha como a mamãe!"
E aí, quando o menino é mais obediente, dizem logo que ele é bobão; mais sensível: mulherzinha! mulherzinha!
- Lá vai ela de novo jogar bola com os meninos!
- Essa garota é estranha ...
E a menina: quando é mais valente, "essa menina parece um menino!", mais desinibida, "que menina saliente!"
Muita gente fala que menino (homem) é superior, melhor que a menina (mulher). Que ele, como já vimos, é mais esperto, corajoso e inteligente. "Homem se vira em qualquer lugar!"
E a menina? "Elas são muito chatas, choram à toa. Parecem manteiga derretida."
Não é verdade. O que acontece é que as pessoas são diferentes. Assim como há pessoas altas, magras, baixas ou gordas, há aquelas que são mais espertas, corajosas, ou indefesas.
Essa diferença, preste atenção, a gente vai encontrar de pessoa para pes­soa, e não por ser homem ou mulher. Não é por serem meninos, que todos vão ser iguais. Ou por serem meninas, que todas terão o mesmo jeito.
Cada um é diferente do outro. E o que devemos fazer é aceitar as pessoas do jeito que elas são.

[...]
- Senta direito!! Fecha as pernas, menina! Você já está ficando uma mocinha!!!
Desde cedo, as meninas vão aprendendo que têm que ser quietinhas e boazinhas. A se comportar como mocinhas.
"Ah! não fica bem menina ficar correndo e pulando. Isto é coisa de menino.”
Ou então,
"Qualquer coisa, chame o seu irmão!"
- Por que tem sempre que ter um irmão, um menino, para tomar conta das meninas?
Você já notou que isso acontece várias vezes, mesmo que o irmão ou o menino seja menor, mais novo?
Com isso, algumas meninas vão sendo criadas como indefesas e bobinhas. E a gente sabe que não é verdade. Não é por ser menina que vai ser assim.
Você acha que as meninas são mais frágeis que os meninos? Você conhe­ce alguma menina que é mais esperta que muito menino? Há alguma coisa de errado nisso?
Algumas pessoas pensam que ser menina significa ser fraquinha, não saber nem brigar. Engano.
Existe muita menina valente e brigona - e ela não deixa de ser meni­na por isso. Assim como muitos meninos se defendem, brigando, muitas meninas têm que se defender.
Agora, melhor seria se as pessoas pudessem se entender conversando, sem precisar brigar, se atracar, não é mesmo?
É verdade que a maioria das meninas prefere brincadeiras mais calmas, com bonecas, danças e jogos. É verdade, também, que a maioria dos meni­nos prefere brincadeiras mais movimentadas, mais brutas. O que não é verdade é que todas as meninas têm que brincar só disso e que todos os meninos têm que brincar só de luta e jogo de bola.
Por que se incentivam brincadeiras de briga entre os meninos e, quando entram as meninas, passa a ser brincadeira "sem modos"?
Qual a diferença entre briga e competição?
Muita gente fica falando: "menino não brinca de boneca!"
Mas de boneco tipo He-man, Rambo, Thundercats, pode. Já notaram?

Adaptado de Menino brinca de boneca?, de Marcos Ribeiro. Rio de Janeiro, Salamandra, 1990.
Quem é o autor?
Marcos Ribeiro mora no Rio de Janeiro. É autor e consultor na área de orientação sexual.
Seus livros tratam de temas muito polêmicos, como preconceitos, sexualidade, a questão do mas­culino-feminino, etc.

Dialogando com o texto
1) No caderno, separe, em duas colunas, as diferenças entre meninos e meninas apontadas nos dois primeiros parágrafos do texto.
Meninos =
Meninas =
2) Segundo o texto, o que acontece quando o menino ou a menina fogem desse padrão de comportamento destacado na questão anterior?
3) A partir do 12º parágrafo do texto, há uma série de ordens que são dadas às meninas.
a) Localize no texto algumas dessas ordens. Escreva-as no caderno.
b) Qual terá sido a intenção do autor ao escrever essas frases no texto?
4) No final do texto, de que maneira se mostra que menino também brinca de boneca?
Estudando o texto argumentativo
1) Como já vimos, texto narrativo é aquele que conta uma história ou narra uma ação, um acontecimento. Já o texto argumentativo é aque­le que discute ideias, argumenta, tentando convencer o leitor a respei­to do que está sendo dito.
a) De que assunto o texto "Menino brinca de boneca?”' trata?
b) O objetivo principal do texto é narrar uma história ou argumentar sobre o assunto? Explique sua resposta.
2) Nos textos argumentativos, para defender sua opinião sobre o assun­to que está discutindo, o autor apresenta como argumento exemplos, dados ou informações.
a) Leia novamente o trecho abaixo, prestando atenção na maneira como a argumentação foi organizada pelo autor:
Muita gente fala que menino (homem) é superior, melhor que a menina (mulher).
Que ele, como já vimos, é mais esperto, corajoso e inteligente.
"Homem se vira em qualquer lugar!"
E a menina? "Elas são muito chatas, choram à toa. Parecem mantei­ga derretida."
Não é verdade. O que acontece é que as pessoas são diferentes.
Assim como há pessoas altas, magras, baixas ou gordas, há aquelas que são mais espertas, corajosas, ou indefesas.
Essa diferença, preste atenção, a gente vai encontrar de pessoa para pes­soa, e não por ser homem ou mulher. Não é por serem meninos, que todos vão ser iguais.
 Ou por serem meninas, que todas terão o mesmo jeito.
b) No trecho acima, o autor afirma que as pessoas costumam falar que os meninos são de um jeito, e as meninas, de outro. Qual a opinião dele sobre isso? Escreva sua resposta explicando com suas palavras.
c) Que explicação (argumento) ele apresenta para convencer os leitores de sua opinião?
d) Observe o uso dos parênteses no trecho. Com que objetivo foram utilizados?
3) Releia a introdução do texto e responda às questões no caderno:
- Largue essa boneca, menino! Homem não brinca de boneca!!!
Quando se é criança, as pessoas costumam dizer: Menino e menina são diferentes! Menino é mais esperto, mais corajoso, mais inteligente. "Forte como o papai!" Menina é mais obediente, mais sensível, mais comportada. "Boazinha como a mamãe!"
E aí, quando o menino é mais obediente, dizem logo que ele é bobão; mais sensível: mulherzinha! mulherzinha!
a) Por que algumas frases foram escritas entre aspas ou introduzidas por um travessão?
b) Que efeito o uso desse recurso provoca na leitura? Você acha que ajuda na argumentação feita pelo autor? Explique sua resposta.
4) Leia os parágrafos, observando os recursos utilizados pelo autor na sua argumentação.
Em seguida, responda às questões no caderno:
Você acha que as meninas são mais frágeis que os meninos?
Você conhece alguma menina que é mais esperta que muito menino?
Há alguma coisa de errado nisso?
Algumas pessoas pensam que ser menina significa ser fraquinha, não saber nem brigar. Engano.
Existe muita menina valente e brigona - e ela não deixa de ser meni­na por isso.
Assim como muitos meninos se defendem, brigando, muitas meninas têm que se defender.
Agora, melhor seria se as pessoas pudessem se entender 
conversando, sem precisar brigar, se atracar, não é mesmo?
a) A quem o pronome você se refere?
b) Que efeito o uso desse recurso provoca?
Em todo o texto são muito frequentes as frases interrogativas, como no trecho acima.
Que efeito elas provocam na leitura?
5)Observe as três telas de pintura.
Quem é o pintor?
John Singer Sargent nasceu em Florença em 1856 e morreu em Londres em 1925.
 Este seu quadro é de influência impressionista.
Impressionismo:  Movimento artístico que surgiu na França no século XIX e criou uma nova visão da natureza, dando ênfase à luz e ao movimento.







Quem é o pintor?
Cândido Portinari nasceu em Brodósqui, São Paulo, em 1903, e faleceu no Rio de Janeiro em 1962. Este seu quadro pertence à arte moderna brasileira.
Modernismo: Estilo de arte em que o artista tem mais liberdade para criar, sem copiar fielmente a realidade, como era comum antes da Semana de Arte Moderna brasileira de 1922
 
 

Quem é o pintor?
Milton Dacosta nasceu em Niterói em 1915 e morreu no Rio de Janeiro em 1988, tendo trabalhado com Portinari. Este seu quadro pertence também à arte moderna brasileira.
5.1)Localize o título de cada uma e o nome dos pintores.
Que cena as telas representam?
Como são os ambientes em que Portinari e Milton Dacosta retrataram as cenas pintadas?
Nas telas, há movimento ou as cenas são estáticas? Por quê?
Quais as semelhanças e as diferenças entre as personagens retratadas?
6) Que diferença existe entre o texto “Menino brinca de boneca?” e as pinturas, em relação à forma como são apresentados?
Atividade
Aula: questões de gênero na infância
Dicas para trabalhar esta obra
Proposta de trabalho




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