Olimpíadas 2012
Valores e sentimentos
Iniciando o segundo semestre de 2012, teremos os jogos olímpicos de Londres.
Excelente oportunidade para trabalharmos valores, o significado de competição, ganhando ou perdendo.
Relacionar este grande evento mundial com o nosso dia a dia escolar é mais uma chance que podemos agarrar com "unhas e dentes".
Juramento Olímpico
Juramento é um compromisso, afirmação ou promessa solene, pronunciado em público.
Um atleta faz o juramento olímpico em nome de todos os participantes, durante a cerimônia de abertura. O atual juramento é o seguinte:
“Em nome de todos os competidores, prometo participar destes Jogos Olímpicos, respeitando e cumprindo com as normas que o regem, me comprometendo com um esporte sem doping e sem drogas, no verdadeiro espírito esportivo, pela glória do esporte e em honra às nossas equipes”.
Os valores olímpicos
Antes de tudo devemos lembrar que o esporte nos possibilita aprender muitos valores.
Um dos responsáveis por divulgar esses valores foi Pierre de Coubertin, fundador do Comitê Olímpico Internacional e pedagogo que disseminou os valores olímpicos, também denominados como Olimpismo.
Mas afinal, quais são os valores olímpicos?
Eles se resumem em três:
Excelência: dar o melhor de si, no campo de jogo, na escola e em casa.
Significa fazer o melhor não apenas para vencer, mas para participar sempre. T
er objetivos e crescer junto com eles.
Amizade: entender que todos – da turma, da escola, do país e do mundo – podem ser amigos e que as diferenças (econômicas, raciais, religiosas) não têm importância e devem ficar para trás.
Respeito: por si mesmo, pelo outro, pelas regras, pelo meio ambiente.
Respeitar o fair play (jogo limpo) e lutar contra a utilização de doping no esporte.
ESPORTES NA ESCOLA:
LIDANDO COM O GANHAR E O PERDER!
O que o aluno poderá aprender com esta aula
1. Compreender a importância em participar de forma respeitosa, solidária e cooperativa nas modalidades esportivas trabalhadas na escola.
2. Reconhecer e discutir sobre os sentimentos decorrentes do ganhar e do perder.
3. Identificar e analisar situações em que alunos apresentaram comportamentos éticos e antiéticos em jogos realizados na escola e a forma como lidaram com o ganhar e o perder.
4. Perceber a relação entre o valor atribuído ao ganhar e ao perder em atividades esportivas e em outras situações de convívio social.
Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Ter conhecimentos básicos de leitura, interpretação e escrita; capacidade de atenção e concentração.
Estratégias e recursos da aula
Breve comentário...
Atualmente, tem sido crescente a valorização dada ao esporte na escola, buscando ampliar as possibilidades educacionais em relação às diversas modalidades esportivas.
Desse modo, a proposta desta aula pode se tornar uma oportunidade significativa para o trabalho interdisciplinar entre os professores das diferentes áreas de conhecimento.
Desenvolver o tema esporte, abordando várias questões, entre elas a difícil tarefa de lidar com o ganhar e o perder, não é responsabilidade exclusiva dos professores de Educação Física, mas de todos os educadores envolvidos com a formação dos alunos quanto aos aspectos: corporal, cognitivo, social e afetivo.
ATIVIDADE 1: BOLA EMBOLADA?
Alunos organizados em grupos.
Como atividade de sensibilização para a discussão do tema, inicie a aula distribuindo a cada grupo uma cópia de parte adaptada do texto intitulado “Embolada”, de André Luiz Sena Mariano, Lígia de Almeida Durante e Paula Ramos de Oliveira, para ser lido e discutido pelos alunos.
EMBOLADA
Era uma vez uma bola muito colorida que gostava de “rolar” por aí, o tempo todo.
Pequena, mas simpática, essa bola tinha vários amigos.
Os mais velhos achavam graça na maneira da Bola Embolada (era seu apelido) rolar: para lá e para cá, de cá para lá.
Estava sempre a conversar com uns ou com outros.
Só que a bola Embolada tinha “tanto fogo” que não conseguia parar em um lugar e calmamente conversar.
Na verdade, ela queria mesmo era descobrir o mundo, sozinha, poder xeretar, sem ninguém para atrapalhar. Era assim que a bola pensava.
Ah! Outra coisa: não parava de pensar – mesmo se quisesse, não conseguia.
E pensava: será que nunca paramos de pensar?!
Ficava intrigada com suas questões, mas bastava um barulhinho diferente para seu pensamento mudar de lugar.
Essa é a Embolada!
Foi no dia do seu aniversário que aconteceu uma coisa que agora ela vai contar.
Ia comemorar um ano de vida – bem vivido por sinal.
Meus amigos já estavam para chegar – faltava meia hora, mais ou menos.
Cansada de tanto esperar (cada minuto parecia um ano) saí pelos fundos e fui passear.
Resolvi entrar em uma rua que nenhum de meus amigos entraria.
Os mais velhos, que lá já tinham ido pelo menos uma vez, não cansavam de repetir para nós, os mais novos: “bola nenhuma com menos de três anos pode passar lá!”
Mas como bola embolada que sou nunca paro de pensar.
Então, questionava-me sempre: o que tem naquela rua de tão especial?
Só pode ser algo de muito bom ou algo de muito mau!
Isto ou aquilo?
Só vendo para saber, pois os mais velhos nada mais queriam dizer, além de: “tudo tem seu tempo”,
“você deve esperar a idade certa”.
Cansei-me desta ladainha. Crente que um ano de vida meu valia por três (acreditei porque quis), resolvi me aventurar. Afinal, há séculos já não era mais um bebê!
Você gostaria que eu continuasse esta história?
Gostaria né?
Ah, eu também, mas não vou conseguir terminar de contá-la...
Não escondi de você que eu era meio embolada, escondi?
E agora me desculpe, mas vou brincar!
Assim, deixo para você continuar a história da Embolada...
Fonte: Este texto, na íntegra, se encontra no livro “Um mundo de histórias – textos para começar a filosofar”, de Paula Ramos de Oliveira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p. 173-178.
Após a leitura do texto, incentive os alunos a comentar sobre o que acharam da história, se eles se identificam ou não com algumas características e atitudes da “Embolada”.
Prosseguindo, peça a cada grupo que dê continuidade à história, de forma bem criativa, imaginando que a Embolada faz parte de um esporte em que se utiliza bola, contando para isto com a colaboração do professor de Língua Portuguesa.
A seguir, ainda com sua mediação, os alunos poderão ser desafiados a transformar o texto em outros gêneros discursivos tais como: histórias em quadrinhos, poesias, “história enrolada” dentre outros.
(Professor, acessando o link http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html
você encontrará sugestões relativas a como fazer uma história em quadrinhos e no link http://www.divertudo.com.br/historia27.htm
um exemplo de “história enrolada”, que é um recurso diferente e interessante).
Em seguida, socializar os textos criados para toda a turma, identificando os esportes citados nas histórias.
Após a socialização, pergunte:
Vocês acham que é importante ter esporte na escola? Por quê? Além dos esportes citados por vocês em suas histórias, há outros em que se utiliza bola?
E quais são os esportes em que não se utiliza bola?
Listá- los na lousa.
Prosseguindo, entregue a cada aluno uma folha com as seguintes perguntas a serem respondidas, individualmente e por escrito:
1.Qual o seu esporte preferido?
2.Quais os esportes oferecidos na escola?
3.Em relação aos esportes oferecidos na escola, qual você prefere? Por quê?
4.Há algum esporte que você gostaria que tivesse na escola? Qual seria? Por quê?
5.Assinale as alternativas abaixo que indicam como você costuma participar das modalidades esportivas oferecidas na escola:
a. respeito ao outro b. solidariedade c. competição exagerada
d. cooperação e. honestidade f. respeito às regras do jogo
g. diálogo h. brigas i. não aceita perder um jogo
j. vontade de vencer a qualquer preço
Em seguida, com a mediação do professor de Matemática, os alunos deverão fazer o levantamento das respostas dadas por eles às questões propostas.
Os resultados poderão ser organizados em gráficos, tabelas, porcentagens, dentre outros recursos, a fim de possibilitar uma leitura mais apropriada dos dados obtidos.
Além da análise quantitativa dos dados, abrir espaço para uma avaliação qualitativa por parte dos alunos, quanto à participação nas atividades esportivas da escola, salientando as atitudes relacionadas ao ganhar e ao perder.
O professor de Educação Física poderá também propor aos alunos momentos de troca de informações, leituras de textos, de curiosidades e discussões relativas aos esportes preferidos da turma.
ATIVIDADE 2: GANHAR OU PERDER?
Para a realização das propostas a seguir, a integração com o professor de Educação Física é de fundamental importância.
A fim de ampliar o debate quanto à questão do ganhar e do perder ligada ao esporte, convide os alunos para assistir a um vídeo do Snoopy em um jogo de tênis, acessando o link
Após assistir ao vídeo, instigue os alunos a trocar idéias a partir de questões abordadas, tais como:
-não é possível jogar tênis sozinho;
-quadras são ocupadas por crianças maiores que não deixam as menores jogarem;
-sentimentos de indignação dos menores diante dos maiores;
-alegria e prazer ao acertar a jogada, ao ganhar do adversário;
-raiva de si próprio e do adversário quando perde ou faz uma jogada errada, dentre outros.
A seguir, leve os alunos para um local apropriado e espaçoso e proponha um momento com atividades diversificadas: jogo de botão, bola ao cesto, boliche, xadrez.
Os alunos deverão formar 04 grupos, sendo que cada um deles ficará com um jogo.
Esta é uma oportunidade dos alunos exercitarem a capacidade de selecionar, negociar ideias, argumentar em favor de suas preferências, de forma ética, respeitosa.
Após a distribuição de um jogo para cada grupo, este deverá se organizar de forma que, enquanto alguns jogam, os outros ficam como observadores.
Poderá haver rodízio entre eles, ou seja, troca de papéis de jogador para observador e vice versa. Estipular um tempo para a realização dos jogos.
Se necessário, o professor de Educação Física poderá fazer intervenções adequadas a cada tipo de jogo.
Os observadores poderão ter como referência a seguinte pauta de observação, registrando:
- se ocorre cooperação ou competição exagerada;
-sentimentos e reações verbais e não verbais;
-cumprimento ou não das regras do jogo; respeito ao ritmo do outro;
-paciência em esperar a sua vez de jogar, dentre outros aspectos.
Ao término do tempo estipulado pelo professor, todos deverão se sentar em círculo para compartilhar os aspectos observados, o funcionamento dos grupos, destacando os sentimentos e as reações ocorridas ao ganhar ou perder em relação aos jogos propostos.
Em seguida, coletivamente, solicite aos alunos que identifiquem e analisem situações em que apresentaram comportamentos éticos e antiéticos em outras atividades esportivas realizadas na escola e em outros momentos de convívio social, reconhecendo os sentimentos e discutindo o valor atribuído ao ganhar e ao perder nestas variadas situações.
Problematize, ainda, instigando os alunos a pensar se o ganhar está sempre ligado ao sucesso e o perder ao fracasso, à derrota...
Para enriquecer esta discussão, faça a leitura para os alunos da história “Olimpíada na selva”, da autora Evelyn Heine, disponível no link
Ao terminar a leitura da história, pergunte:
Quais os elementos novos que esta história traz para a nossa discussão?
(Professor, a partir da história alguns elementos novos poderão ser contemplados na discussão, como por exemplo: Os motivos que levam certas atividades esportivas a perderem o lado emocionante, a novidade, o inesperado.
A importância de renovar, de fazer diferente, de arriscar e participar de novas modalidades esportivas, não realizando apenas aquelas que “dão segurança” e a “certeza” de se sair bem, de vencer.
Criar oportunidades para que todos possam mostrar habilidades também em variados esportes, não tendo exclusividade sobre nenhum deles. Isto não significa desvalorizar aquilo que cada um sabe e consegue fazer melhor...).
ATIVIDADE 3: RENOVANDO...
Inicie este momento, convidando os alunos para assistir e fazer breves comentários acerca dos vídeos indicados abaixo, que servem como referências de atividades que podem ser desenvolvidas em ações ligadas ao esporte na escola.
“Esporte na escola”, que alia esporte, educação e solidariedade em uma ação realizada por uma instituição escolar, disponível no link
“Xadrez vivo”, acessando o link
Em seguida, como culminância do tema desenvolvido em aula, professores e alunos poderão sugerir
“Um dia diferente na escola: conhecendo e praticando esportes!”, com a participação de toda a comunidade escolar, inclusive pais e irmãos dos alunos.
Para este evento, apresentar sugestões tais como: exposição dos gráficos, tabelas e textos elaborados pelos alunos sobre o tema e das histórias trabalhadas em sala de aula; palestra de abertura com o secretário de esportes de sua cidade ou com um professor de Educação Física sobre a importância do esporte na escola; apresentações por parte dos alunos (como, por exemplo, o xadrez vivo); oficinas relacionadas aos diversos esportes; realização de diferentes jogos entre alunos, professores e pais, dentre outras.
O evento poderá também ser uma ação solidária, no sentido de contribuir com instituições da cidade, de acordo com as suas necessidades (por exemplo: cobertores, alimentos, livros para a biblioteca etc).
Esta proposta “Um dia diferente na escola” poderá acontecer de forma mais frequente no espaço escolar, estendendo-se algumas vezes para a participação da comunidade em geral.
Recursos Complementares
Sugestões de recursos variados:
“Manual de Esportes do Cascão” on line, trata de vários esportes, incluindo vôlei, basquete, automobilismo, atletismo, natação e até judô.
Ele apresenta brincadeiras que simulam os esportes e oferece sugestões para brincadeiras, como “fazer seu jogo de botão com cápsulas de Kinder Ovo”, disponível no link
Livro de história: “Futebol, Tênis...”, de Svjetlan Junakovic. Um livro muito divertido.
Ao desdobrar cada página, a criança fica sabendo que tipo de esporte cada animal mais gosta, disponível no link
Vídeos: “Menino perde a esportiva em jogo de escola nos EUA”, acessando o link
“Histórico: Carlos Melles e o Esporte na Escola”, disponível no link
Sugestões de textos para o professor:
“Esporte na escola: mas é só isso, professor?”, disponível no link
“O esporte enquanto elemento educacional”, acessando o link http://www.efdeportes.com/efd79/esporte.htm
“Ganhar e perder acontece entre as orelhas”, disponível no link
“Aula de criatividade”, disponível no link
Avaliação
Avaliação contínua, processual e diagnóstica: acompanhar e avaliar os alunos nas diferentes etapas do processo de aprendizagem, compreender as estratégias utilizadas por eles na construção do conhecimento e organizar formas de intervenção adequadas às reais necessidades dos alunos e que possibilitem avanços cognitivos.
Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos diferentes momentos da aula.
Avaliação dos alunos pelo professor: Tendo como base a participação e envolvimento dos alunos em todas as atividades propostas na aula, o professor deverá verificar se eles conseguiram:
-respeitar os momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas;
-compreender a importância em participar de forma respeitosa, solidária e cooperativa nas modalidades esportivas trabalhadas na escola;
-reconhecer e discutir sobre os sentimentos decorrentes do ganhar e do perder;
-identificar e analisar situações em que apresentaram comportamentos éticos e antiéticos em jogos na escola;
-perceber o valor atribuído ao ganhar e ao perder em atividades esportivas e em outras situações de convívio social;
-ler, interpretar e produzir textos, de forma criativa.
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