Gênero literário opinião
A história dos sete homens sábios e um elefante teve origem no subcontinente indiano. Diz a lenda que numa cidade viviam sete sábios cegos, que davam conselhos à todas as pessoas que os consultavam para resolver seus problemas. Os homens eram amigos, mas mantinham uma competitividade acirrada, e acabavam discutindo o tempo todo para evidenciar quem era mais sábio.
Um dia, depois de uma conversa cansativa sobre a Verdade, o sétimo sábio se aborreceu e resolveu ir embora para as montanhas, e disse aos amigos:
– Somos homens cegos e talvez possamos ouvir e entender melhor que as outras pessoas a verdade da vida. Mas vocês ficam discutindo como se quisessem ganhar uma aposta, um jogo. Cansei dessa competição! Vou-me embora.
Um dia, um comerciante chegou à cidade montado num belo elefante africano. As pessoas nunca tinham visto um animal daquele porte, nem mesmo os sábios cegos, e todos saíram à rua para vê-lo. Os cegos rodearam o elefante para tocá-lo e o primeiro sábio apalpou a barriga do animal e disse:
– É muito parecido com uma parede!
O segundo sábio, tocando nas suas presas, o corrigiu:
– É muito parecido com uma lança!
O terceiro sábio, que segurava a tromba do elefante, retrucou:
– É muito parecido com uma cobra!
A mão do quarto sábio acariciava o joelho do elefante, e o sábio contestou:
– É muito parecido com uma árvore!
O quinto sábio gritou, quando mexia nas orelhas do elefante:
– É muito parecido com um abano!
O sexto sábio irritado rebateu:
– Todos vocês estão errados! O elefante é muito parecido com uma corda! – disse, tocando a pequena cauda do elefante.
E, alvoroçados, os seis sábios ficaram discutindo. Até que o sétimo sábio cego, descendo das montanhas, apareceu conduzido por uma criança. Ao ouvir a contenda, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e iludidos ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:
– É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!
(história adaptada de Heloisa Prieto e John Godfrey Saxe
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Interpretando
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