BlogBlogs.Com.Br

CATIVA-ME

Glitter Photos

ESCREVAM-ME!

PROFESSORES VISITANTES
FICO HONRADA COM O SUCESSO DO LINGUAGEM.
E GRAÇAS A VOCÊS!
EMAIL ABAIXO:
Glitter Photos

Colaboração e Direitos

Colaboração e Direitos Autorais
Olá amiga(o) ,
Fui professora dos projetos "Estímulo À Leitura",
"Tempo Integral" e a favor da leitura lúdica,
afinal, quer momento mais marcante que a fantasia da vida?
Portanto, será um prazer receber sua visita em mais um blog destinado a educação.
Nele pretendo postar comentários e apreciações de materiais didáticos de Língua Portuguesa, além de outros assuntos pertinentes, experiências em sala de aula, enfocando a interdisciplinaridade e tudo que for de bom para nossos alunos.
Se você leu, experimentou, constatou a praticidade de algum material e deseja compartilhar comigo,
esteja à vontade para entrar em contato.
Terei satisfação em divulgar juntamente com seu blog, ou se você não tiver um, este espaço estará disponível dentro de seu contexto.
Naturalmente, assim estaremos contribuindo com as(os) colegas que vêm em busca de sugestões práticas.
Estarei atenta quanto aos direitos autorais e se por ventura falhar em algo, por favor me avise para que eu repare os devidos créditos.
Caso queira levar alguma publicação para seu blog, não se
esqueça de citar o "Linguagem" como fonte.
Você, blogueira sabe tanto quanto eu, que é uma satisfação ver o "nosso cantinho" sendo útil e nada mais marcante que
receber um elogio...
Venha conferir,
seja bem-vinda(o)
e que Deus nos abençoe.
Krika.
30/06/2009

Linguagem social...

Glitter Photos

Comemoração

Glitter Photos
JUNHO 2019
15 ANOS DE LITERATURA INFANTIL
ACOMPANHEM LINGUAGEM E AFINS NO FACEBOOK TAMBÉM!
GRUPO LINGUAGEM E AFINS
O BLOG LINGUAGEM E AFINS NÃO TEM FINS LUCRATIVOS
OS LINKS SUGERIDOS SÃO DE SITES AFINS A POSTAGEM

segunda-feira, outubro 08, 2012

Literatura afro /brasileira> Dicas> Conceitos> Atividades> 08/10/12

Educação étnicas sociais
Trouxe este texto a seguir porque achei muito esclarecedor.
Este texto apresenta uma série de sugestões de atividades, de indicação de filmes, vídeos e bibliografias que procuram se adequar aos níveis e modalidades de ensino aqui tratados em sua relação com a História e Cultura africanas e afro-brasileiras e com a temática étnico- racial. Sendo proposto pelas coordenadoras do GTs, com a colaboração de outros(as) educadores/as, não se trata de um manual com indicações prontas para o uso.
Sempre cabe a sensibilidade para se perceber e agir no momento certo, no lugar apropriado, e com a forma de abordagem mais adequada.

Por quê abordar o tema étnico-racial?

É sabido que a população dos grupos periféricos das grandes cidades, ou dos municípios no interior do estado apresentam vulnerabilidades, que se acentuam ao atingirem crianças e adolescentes.
Seja porque se tornam vítimas de exploração sexual, seja porque são cooptadas pelo crime e são vítimas do tráfico de drogas(tanto como usuários como enquanto soldados descartáveis), seja porque são vítimas de violência familiar e/ou negligência, seja porque ingressam precocemente no mercado de trabalho para ajudar a família ou simplesmente sobreviver - em qualquer desses casos, encontramos um denominador comum: a retenção ou a evasão escolar, o que acrescenta, aos problemas sociais, o analfabetismo e, por conseqüência, a carência do preparo adequado para o ingresso na sociedade.
Muitas são as crianças e jovens que, desta forma, vêem sua vida escoar-se por entre os dedos da miséria e da fatalidade, fazendo com que sejam incapazes de planejar, com um mínimo de sucesso, um futuro seguro e digno.
Mas dentre todos esses, as crianças e jovens negros são duplamente castigados.
Castigados pela penúria das condições sócio-econômicas e castigados pela penúria simbólica que é a discriminação racial.
A criança e o adolescente, negros, se vêem na periferia da periferia: além de pobres, são percebidos como feios, com cabelo ruim, com cara de bandido ou de prostituta, macumbeiros, descendentes de escravos.
E, na escola onde deveriam, de acordo com o ideário liberal e democrático, construir uma identidade positiva, eles não se reconhecem numa história que os exclui, numa história onde o seu lugar é sempre de servidão, espaço subalterno na história da civilização.
Eles não aparecem nas histórias de fadas, não são princesas nem príncipes; tirante o Zumbi, eles não têm heróis e até parece que nunca existiram escritores, poetas ou intelectuais negros.
Seres desamparados, foram carregados de suas terras para se tornarem máquinas de trabalho e, até sua liberdade lhes foi concedida como favor.
São a maioria nas favelas, nas prisões, nos manicômios; não são doutores nem autoridades e a sua origem, se olharem para o além-mar, é um continente assolado pela doença, pela guerra e pela exploração. Crianças e jovens negros aprendem cedo, na própria pele, que, além de pobres, são perdedores - condenados pela "genética" que os marca como desiguais e inferiores.
Portanto, o objetivo dessa oficina é subsidiar o trabalho dos educadores na construção de uma pedagogia anti-racista, apresentando orientações didático-pedagogicas que consideram os princípios significativos e fundamentais que orientam os profissionais da educação quanto ao trato positivo do tema, assim como, possibilita a construção de uma identidade negra positiva, a aprendizagem sobre a linhagem histórica resgatando as civilizações desde o Antigo Egito, a visibilidade da cultura de matriz africana como parte da herança comum da humanidade (como realmente é), foi pensado para que a criança e o jovem negro se enxergassem como seres incluídos na História de seu próprio povo, povo entre povos, humanos entre humanos, cada qual diverso um do outro, mas igual e capaz de ser protagonista, herói e construtor de mundos.
Pois quando uma criança ou um adolescente negro se reconhecem como tendo sido faraós, reis, guerreiros, comerciantes, artistas ou inventores, podem visualizar a superação das precárias condições sócio-econômicas e partirem em busca de um futuro que não desdiga esse passado que, aprenderão, foi tão glorioso quanto o de qualquer outro grupo.
E este processo pode ser realizado no dia-a-dia da escola, desde que o professor se constitua num veículo de visibilidade inequívoca da cultura e da história africana e afro-brasileira.
Ao trabalharmos esse tema em sala de aula, buscaremos, coibir a evasão escolar (quase 3 vezes maior entre os alunos negros), fortalecer a memória do núcleo familiar (o que previne ou repara processos de desagregação), ajudar na inclusão de todos numa escola que deve ser de todos - numa escola participante e geradora de sentido, capaz de construir cidadania, sonho e oportunidade para todos, sem discriminação.

Alcione Silva - Organizadora

EDUCAÇÃO INFANTIL

Os meninos em volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
E vão saber o que custou a liberdade (...)
Mas os meninos desse continente novo
Hão de saber fazer história e ensinar
Martinho da Vila

Aqui serão apresentadas algumas sugestões de atividades que não devem ser tomadas como receitas, mas como possibilidades a serem construídas, reconstruídas, ampliadas, enriquecidas com a costumeira criatividade dos educadores e educadoras do Brasil.
É fundamental que as/os educadoras/es se reunam para compartilhar saberes, discutir sobre suas dificuldades com a temática, realizar pesquisas, trocar experiências, construir materiais; organizar bancos de imagens, desenhos e figuras.
Uma indicação importante é pesquisar as organizações negras de cada localidade, pois muitas dessas organizações possuem experiências educativas que são referência para todo o país.

Chamamos a atenção para a importância de não realizar atividades isoladas ou descontextualizadas.

É importante que a temática das relações étnico-raciais esteja contida nos projetos pedagógicos das instituições, evitando-se práticas localizadas em determinadas fases do ano como maio, abril, agosto, novembro.

Estar inserido na proposta pedagógica da escola significa que o tema será trabalhado permanentemente e nessa perspectiva é possível criar condições para que não mais ocorram intervenções meramente pontuais, para resolver problemas que surgem no dia-a-dia relacionados ao racismo.

Aos poucos, o respeito à diversidade será um princípio das instituições e de todas as pessoas que nela atuam.
As sugestões de atividades são subsídios que estão associados à prática educativa, e esta precisa estar de acordo com a concepção de criança e de educação enunciadas aqui e no RCNEI. Destacamos alguns pontos importantes contidos no Referencial que auxiliam no processo de elaboração de atividades como a organização do tempo, do espaço e dos materiais; observação, registro e avaliação.

Com relação às atividades aqui propostas, não se pode perder de vista a rotina de cada instituição com elementos que são permanentes e fundamentais para o desenvolvimento dos trabalhos e projetos na Educação Infantil.

"A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas" (BRASIL, 1998a, p.54), assim como as atividades permanentes que respondem às necessidades básicas do cuidado e da aprendizagem não podem ser esquecidas, tais como: brincadeira no espaço interno e externo;

1 BRASIL, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria da Educação Continuada, alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações étnico-raciais. Brasilia: MEC/SECAD,2006. Disponível em: http://mec.gov.br .

Roda de história; roda de conversas; oficinas de desenho, pintura, modelagem e música; atividades diversificadas ou ambientas organizados por crianças possam ficar sozinhas se assim o desejarem; cuidado com o corpo.

A perspectiva da diversidade deve ser contemplada escolhendo-se para o acervo das instituições, por exemplo, bonecas negras, brancas, indígenas, orientais.

Pode-se confeccioná-las inclusive com as próprias crianças e seus familiares, e os jogos podem também ser construídos considerando-se as diferenças regionais, não se perdendo de vista os brinquedos populares e artesanais.
A roda ou rodinha, tão utilizada nas instituições de educação infantil e inserida na rotina das mesmas, possui um significado importante para diversas culturas e também para a indígena e africana.
 Na roda, é possível romper com as hierarquias, existe espaço para a fala, todos se vêem.
É na roda que se conta história, novas músicas e brincadeiras são aprendidas, que são feitos os "combinados".
Retomar a roda como princípio de organização, como maneira de aprender coletivamente já é um exercício cotidiano de busca de respeito à diversidade.

Finalmente, a observação, o registro e a avaliação processual são fundamentais no acompanhamento da aprendizagem das crianças, podendo fornecer uma visão integral das crianças, ao mesmo tempo em que revelam a necessidade de intervenções mais incisivas em alguns aspectos do processo educacional.

1 - CONSTRUINDO UM CALENDÁRIO DA DIVERSIDADE ÉTNICO- RACIAL

O planejamento de atividades na Educação Infantil tendo como referência datas comemorativas que são reproduzidas ano a ano, sem análise crítica da parte dos (as) educadores(as), não contribui para a reflexão do porque celebrar tais heróis, grupos e costumes, seguindo padrões que correspondem a uma visão das origens do povo brasileiro, que não é a única.

A maioria das instituições educacionais já incorporou em suas práticas a comemoração de datas significativas para o Brasil.
 São datas específicas que rememoram momentos da nossa história (Dia da Independência), símbolos (como o Dia da Bandeira) ou heróis (como Tiradentes).

Na maioria das vezes essas datas são lembradas nas escolas sem grandes inovações, tanto nas atividades propostas, quanto
na escolha das mesmas e/ou das personalidades a serem homenageadas.

Os (as) profissionais da educação mantêm a tradição de destacar algumas datas, como o Dia do Índio, por exemplo.
No dia 19 de abril vestem/fantasiam as crianças com ornamentos e pintam os seus rostos,desenvolvendo uma série de estereótipos sobre os indígenas, que são diversos, pois são muitas as etnias que compõem a população indígena no Brasil.
Cada grupo tem uma língua diferente, e alguns já perderam sua língua original; usam vários tipos de vestimentas, inclusive as que os não-índios utilizam; vivem em moradias também diversas.
As pinturas corporais são caracterizadas de formas diferentes em cada grupo.
As marcas ou desenhos estão carregados de significados; os indígenas se pintam por motivos variados: festas, guerras, comemorações, casamentos.
O exemplo do Dia do Índio nos ajuda a refletir sobre outras datas:

Por que destacamos a figura de Tiradentes e esquecemos de outros (as) personagens importantes para a nossa história de resistência à colonização, escravidão, a exploração do trabalho etc.?

• Por que nos esquecemos de figuras históricas de nossas cidades, bairros e vilas, muitas delas negras, mulheres, trabalhadores/as?

• Como estamos trabalhando o dia da Abolição? Damos destaque apenas à princesa Isabel e alguns abolicionistas mais conhecidos ou falamos das lutas de muitos homens e mulheres escravizados que lutaram contra a escravidão, mas que se tornaram anônimos na História?

Vale a pena realizar uma pesquisa para descobrir outros(as) personagens que não os costumeiramente lembrados/das no calendário escolar.
Construir/reconstruir a história da cidade ou do bairro, a partir de depoimentos de pessoas mais velhas, dando destaques para homens e mulheres comuns que construíram ou constróem a história de uma comunidade ou país.

1.1 O 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra A partir da Lei n° 10.639/2003, o Dia Nacional da Consciência Negra é incorporado no calendário escolar como dia a ser lembrado, comemorado e desenvolvido em todas as instituições de Educação Básica.

Em 20 de novembro de 1695, foi morto Zumbi, grande liderança negra do Quilombo dos Palmares. Essa data é ressignificada pelos movimentos negros brasileiros.
De acordo com Oliveira Silveira, para o Grupo Palmares de Porto Alegre no Rio Grande do Sul essa data surge como contestação à comemoração ao dia 13 de maio:
A homenagem a Palmares ocorreu no dia 20 de novembro de 1971, um sábado à noite, no Clube Náutico Marcílio Dias, sociedade negra (...) os participantes do grupo se espalharam no círculo e contaram a
história de Palmares e seus quilombos com base nos estudos feitos defendendo a opção pelo 20 de novembro, mais significativo e afirmativo na confrontação com o treze de maio (2003, p.2).
A data toma o cenário nacional principalmente a partir de 1978, quando surge o Movimento Negro Unficado Contra a Discriminação Racial, com ramificações em diversos estados do país (CARDOSO, 2001).
O surgimento do Movimento Negro Unificado ocorreu em julho de 1978, com um grande protesto contra as discriminações sofridas por quatro atletas negros do time de voleibol do Clube Regatas Tietê, proibidos de entrar no clube, e o assassinato do operário negro Robson Silveira da Luz, torturado até a morte por policiais de Guaianazes/SP.
Para celebrar a qualquer época do ano a Consciência Negra, poderão ser organizadas mostras de trabalhos com a temática, apresentações musicais com utilização de instrumentos confeccionados pelas próprias crianças, concurso de bonecas negras (MATOS, 2003), leitura de pequenas histórias, declamação de poesia, entre outras atividades.
Importante destacar as manifestações culturais locais e regionais, tais como a congada, congo, jongo, maracatu, samba de roda, tambor de crioula, entre outras tantas. É importante rememorar o porquê da data e seu significado para a população brasileira em geral e para a população negra em especial.

CONTOS, BRINCADEIRAS E DIVERSIDADE

A brincadeira constitui-se como uma possibilidade educativa fundamental para a criança. Brincar é imaginar e comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser um/uma personagem. De acordo com Abramowicz (1995:56), "a brincadeira é uma atividade social.
Depende de regras de convivência e de regras imaginárias que são discutidas e negociadas incessantemente pelas crianças que brincam. É uma atividade imaginativa e interpretativa".
RCNEI fornece-nos uma boa indicação do caráter educativo das brincadeiras.
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam.
 Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não liberal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos (1998a, p.27).
A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem de uma pessoa, de uma personagem, de um objeto e de uma situação que não estão imediatamente presentes e perceptíveis para ela no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras circunstâncias.
Os contos e as histórias povoam o universo infantil.
Principalmente com relação aos contos, sempre se enfatizam aqueles da tradição européia, como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e outros.
Não trazemos para a cultura escolar e para a cultura infantil os contos africanos, indígenas, latino-americanos, orientais.
Para uma educação que respeite a diversidade, é fundamental contemplar a riqueza cultural de outros povos, e nesse sentido vale a pena pesquisar e trabalhar com outras possibilidades.
 Muitas vezes vamos nos surpreender ao encontrar semelhanças entre alguns contos e histórias, tais como Cinderela1, assim como Rapunzel e muitas outras que precisamos descobrir.
As Pérolas de Cadja é um bom exemplo das semelhanças com a história de Cinderela.

A história relatada no desenho animado Kiriku e a Feiticeira é um conto rico em fantasias, aventuras e lições de vida. O filme permite a discussão não só da cultura africana, como a de valores como a amizade, o respeito, a persistência, os conflitos entre as pessoas de uma mesma comunidade, a inveja, a dor etc.
Outras histórias da nossa literatura, como Histórias da Preta, O Menino Nito, Ana e Ana, Tranças de Bintou, Bruna e a Galinha de Angola permitem o contato com as culturas afro-brasileira e africana, com personagens negras representadas com qualidade e beleza.

4. MÚSICAS
São diversas as canções populares trabalhadas na Educação Infantil.
Muitas delas tradicionais e com fortes representações negativas e/ou violentas, reforçadoras da dominação, que depreciam a imagem do negro e outros.

São exemplos disso, "Os Escravos de Jô", "Boi da Cara Preta" e outras com versos depreciativos para com a pessoa negra.

O cantor e compositor Rubinho do Vale (MG) fez uma releitura dessas cantigas e as apresenta numa perspectiva positiva.
A professora e escritora Inaldete Pinheiro (PE) também produz livros que fazem recontos de algumas histórias populares preconceituosas.
Uma delas refere-se ao "Boi da Cara Preta", e na qual é possível fazer substituições cantando a música utilizando outras cores para o boi, como verde, vermelho, amarelão.

A criatividade pode ser explorada ao máximo, buscando substituições que façam sentido cultural para as crianças, cantando essas canções, utilizando-se de outras expressões não preconceituosas.

A música popular brasileira, as canções populares regionais também trazem uma infinidade de exemplos que destacam a cultura negra, indígena, regional, entre outras.
 Cantar músicas, elaborar coreografias, fazer parte de pequenas encenações são ações intencionais no trato com a diversidade.

Seria interessante resgatar canções que falam de momentos da história (muitos sambas enredo de escolas de samba tratam da história de resistência e luta do povo brasileiro).
exemplo é Kizomba, que destaca o quilombo de Palmares e Zumbi: Kizomba, a festa da raça Valeu Zumbi! O grito forte dos Palmares, Que correu terra céus e mares, influenciando a abolição Zumbi valeu! (...) essa Kizomba é nossa constituição.
Martinho da Vila
 Essa música foi samba enredo da escola de samba Unidos de Vila Izabel, vitoriosa no carnaval carioca de 1988, ano do centenário da abolição da escravidão e ano da nossa atual Constituição Federal que contou com a participação de amplos setores da sociedade brasileira, destacando os movimentos sociais de mulheres, negros(as), moradia, campo, terra, indígena, educação dentre outros. Kizomba quer dizer festa, confraternização.
Retrata a luta contra a escravidão, que remonta a todas as formas de resistência encontrado pelos escravizados no Brasil, enfatizando o quilombo de Palmares e Zumbi um de seus maiores líderes.
Mistura festa, alegria e as manifestações da cultura popular e afro-brasileira, além de expressar a esperança em um mundo melhor, fazer referência a Constituição Federal, escrita naquele ano e chamada de a "Constituição Cidadã".
Contar a história de Zumbi, levar para a sala livros com sua história, com figuras e fotos de quilombos, propondo projetos, pesquisas sobre os quilombos existentes em sua região são atividades importantes nas
áreas de natureza e sociedade e linguagem oral e escrita.
O importante é valorizar as possibilidades regionais.
Em cada estado e/ou cidade existem grupos que cantam canções que falam da cultura popular de forma positiva e enriquecedora.
 São vários os estilos e os mesmos devem ser selecionados de acordo com as preferências das crianças e/ou dos(as) próprios educadores.
São canções populares, reggae, jazz, funk, rap, samba, pagode, chorinho, dentre outras, devendo-se estar atentos(as) ao conteúdo das letras.

5. DECORANDO E INFORMANDO (MURAIS, CARTAZES, MÓBILES)
De maneira geral, nas instituições de Educação Infantil existem muitos e diversos tipos de decorações, como móbiles em berçário, fotos ou desenhos nas portas das instalações sanitárias, cartazes que trazem orientações a respeito de higiene corporal e bucal, murais temáticos, figuras ou desenhos que identifcam as turmas ou classes, pois se acredita que o ambiente destinado à criança pequena necessita ser colorido e com forma definida.
 Raramente, esses espaços contam com produções feitas pelas próprias crianças.
Propomos uma reflexão acerca desse cenário feito por adultos/educadores em que subjaz uma imagem de criança.
Necessário se faz contemplar a diversidade existente entre crianças e adultos, confeccionando móbiles nos berçários com rostinhos de crianças de diversos grupos: indígenas, brancos, negros, orientais.
Esses móbiles funcionam como estímulos para a criança pequena que, ao olhar e observar a diversidade à sua volta, construirá essas referências futuramente.
Nos momentos de confecção dos murais temáticos é importante envolver as crianças no processo de criação.
As instituições poderão requisitar das famílias, por exemplo, que enviem revistas usadas que poderão ser utilizadas na confecção de murais para o Dia das Mães, Crianças, Família e outras datas.
Cabe ao (a) educador (a) estimular as crianças a encontrarem as figuras de pessoas variadas e sempre que possível fazer breves interferências e comentários a respeito das escolhas que fazem problematizar as alternativas.
Se sempre recaem sobre um mesmo tipo físico, é interessante conversar com as crianças sobre isso; caso seja observado algum tipo de preconceito ou representação negativa de um determinado grupo étnico-racial, é fundamental que se amplie a discussão em outros momentos e espaços articulando as diversas áreas de conhecimento, utilizando-se de diversos recursos como livros, brinquedos, músicas etc.

6. CORPO HUMANO
Trabalhar com o corpo humano também pode ser um momento de reflexão por parte das (dos) educadoras (es) a respeito das doenças genéticas que acometem as crianças e que muitas vezes causam problemas sérios quando diagnosticadas tardiamente.
São doenças como aquelas que podem trazer danos à visão, audição, locomoção e outras como anemia falciforme, que atingem pessoas negras.
Essas doenças, se percebidas precocemente por aqueles/as que acompanham as crianças (familiares, educadoras (es), profissionais da saúde e outros) podem ter seus efeitos minimizados, impedindo o aumento do número de crianças que chegam à idade de sete e oito anos com danos irreversíveis.
Também no trabalho com o corpo é preciso dar destaque para as diferenças físicas entre as pessoas e as razões da cor da pele, textura do cabelo, formato de nariz e boca.
Todos nós temos muitas curiosidades a esse respeito e na maioria das vezes as explicações que nos oferecem são insatisfatórias.

Informações sobre a melanina- pigmento que dá coloração à pele, podem ser trabalhadas de forma lúdica comparando-se a outras formas de pigmentação presentes na natureza, como cor das flores, flores e frutos; cor dos animais, além das cores dos rios e mares e, o arco-íris.

Propor atividades com o livro "Crianças como Você"; atividades de observação no espelho, utilização de pinturas.

O trabalho com o corpo pode remeter a elementos da cultura de diversos povos, com roupas, alimentação, penteados, hábitos de higiene etc.

Com relação ao cabelo, a história "As tranças de Bintou" mostra uma possibilidade de abordar o tema de forma positiva e construtiva, favorecendo o conhecimento de culturas de povos da África.

O destaque é para as tranças de Bintou, num percurso de vida das pessoas que habitam a região, na visão da menina que queria ter tranças:
Meu nome é Bintou e meu sonho é ter tranças..Meu cabelo é curto ecrespo. Meu cabelo é bobo e sem graça. Tudo que tenho são quatro birotes na cabeça. Às vezes, sonho que passarinhos estão fazendo ninhos na minha cabeça. Seria um ótimo lugar para deixarem seus filhotes. Aí eles dormiriam sossegados e cantariam felizes. Mas na maioria das vezes eu sonho mesmo é com tranças. Longas tranças, enfeitadas com pedras coloridas e conchinhas.Minha irmã, Fatou, usa tranças, e é muito bonita. Quando ela me abraça, as miçangas das tranças roçam nas minhas bochechas. Ela me pergunta: "Bintou, por que está chorando?"
Eu digo: "Eu queria ser bonita como você." Meninas não usam tranças. Amanhã eu faço novos birotes no seu cabelo". Eu sempre acabo em birotes.

Essa história permite abordar componentes da identidade das crianças desde as diferentes fases da vida: infância, juventude, fase adulta, velhice e as características de cada uma, as possibilidades e limites das mesmas, além de comparações entre culturas e povos: as meninas brasileiras podem usar tranças, mas nas terras onde Bintou mora, ela precisa ter uma certa idade para fazer o penteado que tanto sonha.

No continente africano também existem muitos rituais que têm o cabelo como referência.
No caso da história na cerimônia de batismo, o cabelo da criancinha é raspado.
A figura da pessoas mais velhas como portadores de sabedoria também é destacada.
 É a avó de Bintou que decide sobre o seu penteado e ainda não chegou o momento de ela usar tranças. E mesmo tendo sido prometido, sua avó lhe dá de presente o sonho que sonhou de enfeites coloridos.
Vários nomes desconhecidos dos brasileiros são listados na história.
É um bom momento para se trabalhar com os nomes das crianças e os significados dos mesmos.
É preciso refletir sobre os motivos pelos quais ao chegarem ao Brasil para serem escravizados, muitos africanos foram batizados com nomes europeus, perdendo assim um pouco de sua própria identidade, pois os nomes na África guardam sentido e significado para os grupos familiares de origem das crianças.

É comum observarmos crianças cujos nomes têm origem em homenagem dos pais a ídolos e figuras ilustres do meio artístico e cultural, que não expressam a herança cultural dos povos de origem de suas famílias e grupos sociais.

7. BIBLIOGRAFIA COMENTADA
7.1 Literatura Infantil
ALMEIDA, Gergilga de. Bruna e a galinha d'Angola. Rio de Janeiro: Pallas. Bruna era uma menina que vivia perguntando com quem iria brincar, pois era muito sozinha. Sua avó, com dó da netinha, manda trazer de um país da África uma conquém, que no Brasil é mais conhecida como galinha d‟Angola, cocá ou capote. Depois de ganhar o presente, Bruna passa a Ter várias amigas e a conhecer as belezas de ter uma conquém.
BARBOSA, Rogério Andrade. Historias africanas para contar e recontar. Editora do Brasil.
Por que o porco vive no chiqueiro? Por que a coruja tem o olho grande? Essas e outras perguntas sobre os animais têm respostas nas histórias africanas para contar e recontar, que o autor recolheu dos contos tradicionais africanos e traz de maneira divertida para o público infanto- juvenil brasileiro.
DIOUF, Sylviane A. As tranças de Bintou. Tradução: Charles Cosac O livro conta a história de uma menina em uma localidade da África. A menina Bintou queria ter tranças, mas em sua comunidade só as moças podiam usar tranças. Bintou acha seu penteado sem graça e pede a sua avó que faça tranças em seu cabelo. Esta, no lugar de tranças coloca vários enfeites coloridos em seus cabelos, e fica muito feliz ao ver o
resultado.
GODOY, Célia. Ana e Ana. Editora: DCL Ana Carolina e Ana Beatriz são duas irmãs gêmeas completamente diferentes uma da outra. Enquanto uma gosta de massas, a outra é vegetariana; uma adora o rosa, a outra gosta de azul; uma adora música, a outra é apaixonada por animais. A história das Anas nos faz perceber que as pessoas são únicas no gostar, no ser e no estar no mundo, mesmo que se revelem iguais na aparência.
KINDERSLEY, Anabel. Crianças como você. Unesco: Ática Fotógrafos e escritores percorrem 31 países pesquisando e fotografando crianças. O resultado desta viagem é um livro emocionante, com fotos belíssimas de crianças de todo o mundo, de suas famílias, sua cultura, seus brinquedos e comidas favoritas. O livro é uma celebração da infância no mundo e também uma viagem fantástica pelas diferenças e semelhanças deste mosaico chamado humanidade.
MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do Laço de Fita. São Paulo: Ática.
Conta a história de um coelhinho que se apaixona por uma menina negra e quer saber o segredo de sua beleza. A menina inventa mil histórias, até que sua mãe esclarece ao coelhinho que a cor da pele da menina é uma herança de seus antepassados, que também eram negros.
PATERNO, Semiramis. A Cor da Vida. Editora: Lê.
Com esse livro a autora possibilita a discussão da temática das relações raciais pelo olhar das crianças. Por meio de um jogo poético com as cores, duas crianças mostram para suas mães apagar as diferenças.
PIRES, Heloisa. Histórias da Preta.São Paulo, Cia das Letrinhas.
A autora reúne neste livro várias histórias contadas por seus avós, que nos permitem conhecer um pouco sobre a cultura afro-brasileira, a religião dos orixás, a culinária e tudo o que nos remete à cultura
africana, que compõe a cultura brasileira.
PRANDI, Reginaldo. Xangô, o trovão. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2003.
Conto de tradição Yorubá (língua falada no Benin, Nigéria e região) repassa história que compõe o universo da mitologia africana.
ROSA, Sônia. O menino Nito, afinal homem chora?Rio de Janeiro, Pallas.
A história de Nito é muito comum à de tantos meninos que são educados para não chorar. Para obedecer ao pai, que o proíbe de chorar, Nito se transforma em uma criança triste e fica doente de tanto "engolir" choro. O médico da família é chamado e aconselha o menino a "desachorar". O sofrimento da criança é tanto, que o médico, a mãe, o irmão e até o pai de Nito choram ao ouvir o quanto de choro ele havia
guardado.
RUFINO, Joel. Gosto de África, estórias de lá e daqui. Editora: Global
Histórias daqui e da África, contando mitos e histórias das tradições negras. Com um olhar crítico e afetuoso, o livro fala também de personagens da história do Brasil e de um tempo de escravidão, luta e liberdade, ajudando a compreender a diversidade de nossa cultura.

ENSINO FUNDAMENTAL
Sugestões de atividades, recursos didáticos e bibliografia específica.

As sugestões que se seguem, também, poderão ser utilizadas nos dois níveis do Ensino Fundamental, desde que sejam enriquecidas, relacionadas, ampliadas e adaptadas à complexidade que caracteriza cada nível.

1. Atividades
1.1. Abordagem da questão racial como conteúdo multidisciplinar durante o ano letivo
Tema: Identidade (autoconhecimento, relações sociais individuais e diversidade).
Objetivos: Perceber, valorizar semelhanças e diferenças, respeitar as diversidades.
Subtema: Eu, minha família, o lugar onde moro.
Diálogo com a questão racial:
• Identidade racial em relação à origem étnica da família do/a aluno/a.
• Termo afro-brasileiro buscando a ancestralidade africana da família.
• Identificar tradições familiares e semelhantes àquelas que se relacionam às tradições africanas reinventadas no Brasil, valorizando- as.
Subtema: semelhanças (organização familiar, lazer, cultura, religiosidade, hábitos alimentares, moradia, alimentação, papéis sociais familiares, gênero, cuidados com a saúde).
Diálogo com a questão racial:
• Auto-estima dos (as) alunos (as) afirmando a positividade das diferenças individuais e de grupos a partir da valorização da história familiar dos(as) alunos(as), das pessoas de sua escola, bairro, comunidade e suas diferenças culturais.
• As famílias pelo mundo através dos tempos e espaços.
• Relações e cuidados com o corpo em diferentes famílias e culturas.
• Resgate de jogos e brincadeiras em tempos e espaços diferenciados.
• Formas de comunicação de diferentes culturas ao longo dos tempos.

1.1.1 Atividades correlatas

• As estratégias exemplificadas abaixo poderão ser usadas no sentido de oferecer oportunidades a todos(as) os(as) alunos(as) para desenvolverem de modo satisfatório suas identidades, desde que não se reforce a hierarquia das diferenças étnico-raciais, de gênero, faixa etária e condição social.
É necessário que professores/as e coordenadores/as avaliem e realizem uma adequação dessas atividades da sala ao contexto social das crianças, adolescentes e jovens, para não lhes provocar constrangimentos, e ter cuidado com o senso comum a respeito desses temas.

• Painéis com fotos das crianças da classe usando títulos a exemplo de "Somos todos diferentes, cada um é cada um", "Quem sou eu, como sou".

• Confecção de álbuns familiares com fotos ou desenhos, livros de família,

• exposição de fotos, entrevistas com as pessoas mais velhas, sessão de narração de histórias com os(as) familiares dos(as) alunos(as).

• Feira de cultura da turma com as contribuições culturais que cada família poderá apresentar (exposição de objetos de suas casas, narração de "causos" e de histórias)

• Construção de gráficos e estimativas relativas às diferenças e semelhanças encontradas nas famílias e na comunidade.

• Confecção de um livro da turma com nomes e seus significados.

1.2. Reconhecimento e valorização das contribuições do povo negro

1.2.1 Influência africana na língua portuguesa Ainda na perspectiva de reconhecer e valorizar a participação do povo negro na construção da cultura nacional, uma interessante sugestão de atividade, seria, por exemplo, o estudo de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma, confeccionando um dicionário contendo esses termos.
Este poderá ser um elemento propiciador de um projeto de trabalho com a cultura negra, em que a interdisciplinaridade será a tônica.
Por meio delas, poderá se fazer uma reflexão acerca da participação africana na formação cultural brasileira, alcançando a contribuição artística, política e intelectual negra.

1.2.2 Música, literatura e diversidade étnico-racial
a) Trabalho literário fazendo contraposição de formas, textos musicais com o objetivo sobre a dinâmica das relações raciais. Ex.: "Aquarela do Brasil", de Ari Barroso, apresentando a idéia de um Brasil "lindo e trigueiro", em contrapartida ao "Canto das três raças" (Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro/ 1996) que nos apresenta "os cantos de revolta pelos ares"; "Missa Afro-brasileira", de Carlos Alberto Pinto Fonseca.

b) O recontar de mitos africanos, dando outra visão à criação do mundo, é fundamental para que os(as) alunos(as) possam valorizar o outro em nós, posto que estes mitos fazem parte de nosso comportamento social e individual e, por vezes, não percebemos isso.
Esse trabalho literário possibilitará momentos de envolvimento da imaginação e da emoção.

1.2.3 Trajetórias do povo negro no espaço
O entrelaçamento disciplinar da história e da geografia é sempre uma estratégia positiva.
Neste sentido, poderíamos sugerir:

• Fazer, quando possível, uma incursão por territórios negros e locais de memória que tenham sido produzidos a partir de uma participação histórica negra (centro da cidade, igrejas, terreiros de religião de matriz africana, bairros da cidade, comunidades, favelas, museus).

• planejar e organizar um roteiro, juntamente com os(as) estudantes, de uma trilha urbana, observando os elementos da paisagem; registrar os aspectos observados que exemplifiquem o assunto estudado; utilizar o mapa da cidade para representar a localização dos lugares planejados para a trilha.

• As atividades de sistematização poderiam ser: construção de maquetes, desenhos do percurso observado, montagem de murais, álbum de fotos com anotações, produção de textos, tratamento dos dados coletados, gráficos, tabelas. Se houver condições, pode-se usar da linguagem multimídia para a montagem de um "clipe" associando imagens e as anotações/observações/descrições/conclusões relacionadas à trilha realizada.

1.2.4 Arte e matemática
A matemática e a arte poderão atuar juntas em alguns momentos da incorporação da história e da cultura negra no universo escolar, em que os símbolos poderão ser os desencadeadores de um projeto de trabalho no qual a arte africana remeterá aos estudos dos grandes reinos africanos pré-coloniais, como possuidores e construtores de culturas, saberes e tradições.
A geografia contemplará a localização do continente africano e seus países no mapa-mundi, bem como dos povos ligados a esta cultura.
A matemática poderá explorar toda a geometria, com suas figuras representadas por meio dos símbolos da cultura Adinkra e de outras culturas africanas.
 Os provérbios africanos contidos em cada um dos símbolos são um rico material de trabalho para a área de português.
Portanto, a construção de conhecimentos pode se dar por meio da arte e da cultura africana.
Os antigos símbolos da arte yorubá* poderão ajudar no entendimento e uso de alguns conceitos geométricos, como também para entender o uso das coordenadas geográficas, quando forem usadas para multiplicação e ampliação dos desenhos.
Enfim, ajudar no desenvolvimento de conceitos topológicos fundamentais, trabalhando medidas, geometria, etc.
Portanto, além de promover maior conhecimento sobre a cultura negra, poderemos usá-la como instrumento na construção de conhecimentos.
• Pesquisar em materiais impressos e na internet os símbolos e culturas africanos.
• Reprodução dos desenhos usando escala.
• Confecção de estamparia em tecidos (ou papel) usando moldes vazados.

1.3. Abordagem das situações de diversidade racial e da vida cotidiana na sala de aula
• Usar charges para analisar criticamente fatos de discriminações e racismos, com os quais os(as) alunos(as) poderão fazer analogia com a sua realidade.
• Promover reflexões sobre a imagem da população negra representada nas novelas das redes de televisão; incentivar debates acerca da legislação atual sobre racismo e as ações afirmativas da atualidade; usar como estratégia de debates o júri simulado a partir de esquetes, expressando situações de racismo, representadas
pelos(as) alunos(as).
• Fomentar a formação de grupos de teatro com a proposta de interpretar/encenar textos que reflitam a questão racial, seguidos de discussão sobre o assunto retratado.

1.3.1 Histórico da comunidade
Confeccionar álbuns, livros de contos, ABCs, cordel, privilegiando a história da comunidade, sendo assim um instrumento de valorização dos grupos étnico-raciais e sociais que a compõem. Esta atividade promoverá o fortalecimento de inserção na escrita, ao mesmo tempo em que se valorizará uma dimensão de oralidade, aqui pensada como transmissão de saberes necessários e fundamentais à memória coletiva dos grupos.

1.3.2 A realidade sócio-racial da população negra
O elemento motivador para estimular o projeto de trabalho poderia ser a música (rap, samba ou outras que abordem o tema5); um artigo de jornal; análise de anúncios publicitários. Por meio desses elementos, propiciar reflexões sobre o difícil processo de ocupação do espaço urbano vivenciado pela população negra no período pós-abolição e na atualidade, contextualizando as causas e conseqüências dessa ocupação como também as relações estabelecidas.

1.3.3 Arte e cultura negras
• Fazer o levantamento, e análise de obras de artistas negros(as) ou que trabalham com a temática étnico-racial, estudando suas obras e suas biografias.
• Criar um folder sobre artistas negros(as) e suas obras.
• Promover uma pequena exposição de trabalhos dos(as) alunos(as) inspirados nestes artistas.
• Pesquisar alguns dos instrumentos musicais de origem africana, planejar e selecionar materiais alternativos para a confecção deles. Fazer exposição dos instrumentos confeccionados com explicação e história de cada instrumento.
• Promover o trabalho de pesquisa histórica sobre festas e danças regionais, sobretudo aquelas ligadas à cultura negra. Apresentar estas pesquisas para a comunidade.
• Pesquisar sobre a capoeira é um excelente mote para desencadear um estudo sobre a cultura negra. Na pesquisa a respeito da capoeira podemos apreciar e valorizar os momentos em que ela se inscreve no tempo e na história. Fazer um paralelo entre a capoeira e a resistência do povo negro é uma estratégia positiva para incorporar este tema como conteúdo do currículo escolar.
* Grupo etno-linguístico que reside em grande parte na atual Nigéria e que veio para o Brasil no período escravista.
• Trabalhar com mitos africanos, montando representações teatrais e peças com fantoches criados pelos(as) alunos(as).

1.4. Crítica às atitudes e aos materiais etnocêntricos, desconstrução de estereótipos e preconceitos atribuídos ao grupo negro.
Para possibilitar a desconstrução e ressignificação de noções preconceituosas, por meio do conhecimento de noções científicas, poderemos lançar mão de variados gêneros musicais com estratégias de sensibilização. De forma lúdica e prazerosa os (as) estudantes serão sensibilizados (as) para a reflexão.

Exemplo para o fundamental II:
• Fazer levantamentos e ouvir, interpretar e debater acerca de músicas que tratem de maneira positiva a pessoa negra, seja criança, adolescente, jovem ou adulta, seja feminina ou masculina.
• Promover debates entre grupos da classe sobre as questões levantadas.
• Trabalhar conceitos sobre a identidade individual e aspectos que a influenciam como sexo, idade, grupo social, raça/etnia.

1.4.1 Construir coletivamente alternativas pedagógicas com suporte de recursos didáticos adequados .
É uma empreitada para a comunidade escolar: direção, supervisão, professores/as, bibliotecários(as), pessoal de apoio, grupos sociais e instituições educacionais.
Algumas ferramentas são essenciais nessa construção: a disponibilização de recursos didáticos adequados, a construção de materiais pedagógicos eficientes, o aumento do acervo de livros da biblioteca sobre a temática étnico-racial, a oferta de variedade de brinquedos contemplando as dimensões pluriétnicas e multiculturais.
Veja alguns exemplos de como você poderá viabilizar o trato pedagógico das questões raciais no ambiente de sua escola:
• Promover momentos de trocas de experiência entre professores/as para efetivação de projetos de trabalhos, atividades e procedimentos de inserção da questão racial.
• Dar voz aos grupos culturais e representativos dos/das estudantes e da comunidade por meio de assembléias periódicas.
• Possibilitar a criação de uma "rádio" pelos estudantes, como também um jornal (periódico e/ou mural) onde esta discussão esteja presente.

2. INDICAÇÃO DE VÍDEOS, FILMES, MÚSICA, JOGOS, OBRAS DE ARTE E HISTÓRIA

2.1 Vídeos, filmes
Poderão ser usados de variadas formas: ilustrando um tema que está sendo estudado; para despertar emoção e/ou sensibilizar, criando motivação para algum assunto; abrindo possibilidades de novas interpretações sobre um mesmo tema e analisando situações. Inúmeras possibilidades de trabalho poderão ser criadas por professores/as e alunos(as), segundo seus interesses e contextos:
Cobaias.1977.118min.Alfre Woodard (Teorias científicas de superioridade racial).
Kiriku. 1998. 71 min. Michel Ocelot (Visão de uma aldeia africana - Inspirado em contos africanos)
Narciso, Rap. 2003. 15 min. Jéferson De (São Paulo - Conta a história de dois meninos que encontraram uma lâmpada mágica: o menino negro quer ser branco e rico ,e o menino branco quer cantar rap como os negros).
O Contador de Histórias, 2000. 50 min. Roberto Carlos. Ed. Leitura (Sugerimos para trabalho "A oportunidade").
Sonho americano. 1996. 118 min. David Knoller (Várias histórias -
Sugerimos para trabalhar com os alunos do Fundamental a história do menino que desenhou o Cristo negro).
Tudo aos Domingos. 1998. 05 min. George Tillman (Tradições a Africanas na vida das pessoas).
Um grito de liberdade. 1987. 157 min. Richard Attenborough (Visão do Apartheid na África do Sul. Luta contra o racismo).
Uma Onda no ar. 2002. 92 min. Helvécio Ratton (Conta a história de Jorge, o idealizador de uma rádio na favela, e a luta, resistência cultural e política contra o racismo e a exclusão social em que a população da favela encontra uma importante arma: a comunicação.
Vista minha pele. 2003. 50 min. Joelzito Araújo. Ceert (Discriminação racial na vida cotidiana de adolescentes).
Onde encontrar os vídeos: Funarte/Decine - http://www.decine.gov.br
Instituto Itaú Cultural
- http://www.itaucultural.org.br; Riofilme - http://www.rio.rj.gov.br
 Cultura - Vídeo Cultura
. 2.2 Músicas
Canta BRASIL - Alcyr Pires Vermelho Canto das três raças - Clara Nunes
Dia de graça - Candeia
Haiti - Caetano Veloso e Gilberto Gil
Kizomba, Festa da Raça - Luiz Carlos da Vila
Lavagem Cerebral - Gabriel, o Pensador
Mão de Limpeza - Gilberto Gil
Milagres do Povo - Caetano Veloso e Gilberto Gil
Pelo Telefone - Ernesto dos Santos (Donga)
Retrato em Claro e Escuro - Racionais - MC‟s
Sorriso Negro - Dona Ivone Lara
2.3 Poemas
Ashell, Ashell, pra todo mundo, Ashell - Elisa Lucinda.
Identidade - Pedro Bandeira
Mahin Amanhã - Miriam Alves. Cadernos Negros, Melhore Poemas, 1998.
Quem sou eu? - Luiz Gama Salve Mulher Negra, Oliveira Silveira. Cadernos Negros Vol. 03. Org.
Quilombhoje, São Paulo: Editora dos Autores, 1980.
Serra da Barriga - Jorge de Lima
Tem gente com fome - Solano Trindade
2.4. Literatura Infanto-Juvenil - Fundamental I e II
Todos os livros poderão ser lidos e/ou trabalhados por qualquer nível ou série, dependendo do trabalho a ser desenvolvido.
AIBÊ, Bernardo.A ovelha negra. São Paulo: Mercuryo, 2003.
ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a Galinha d'angola. Rio de Janeiro: Editora didática e Científica e PALLAS Editora, 2000.
ARAÚJO, Leosino Miranda. Olhos Cor da Noite. Belo Horizonte: Oficina do Pensamento, 2004
BAGNO, Marcos. Um céu azul para Clmentina. Rio de Janeiro: LÊ, 1991.
BARBOSA, Rogério Andrade. Contos Africanos para crianças brasileiras. São Paulo: Paulinas, 2004.
_________. Como as histórias se espalharam pelo mundo. São Paulo: DCL, 2002.
_________. Histórias Africanas para contar e recontar. São Paulo: Editora do Brasil, 2001.
_________. O filho do vento. São Paulo: DCL, 2001.
_________. Duula: a mulher canibal - um conto africano. São Paulo: DCL, 1999.
_________. Bichos da África. São Paulo: Melhoramentos, 1987.
BORGES, Geruza Helena & MARQUES, Francisco. Criação. Belo Horizonte-Terra Editora 1999.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. .12 de maio, abolição: por que comemorar? São Paulo: FTD, 1996.
BRAZ, Júlio Emílio. Pretinha, eu? São Paulo: Ática.
CASTANHA, Marilda. Agbalá: um lugar continente. Belo Horizonte: Formato, 2001.
COELHO, Raquel. Berimbau. São Paulo: Ática, 2001.
COOKE, Trish. Tanto tanto. São Paulo: Ática, 1994.
CRUZ, Nelson. Chica e João. Belo Horizonte: Formato, 2000.
DIOUF, Sylviane. As tranças de Bintou. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.
EISNER, Will. Sundiata: uma lenda africana - o Leão de Mali. São Paulo: Cia das Letras, 2004.
GODOY, Célia. Ana e Ana. São Paulo: DCL, 2003.
KRISNAS; ALEX, Allan. A saga de Palmares. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 2003.
LAMBLIN, Christian. Samira não quer ir à escola.São Paulo: Ática, 2004.
LIMA, Heloísa Pires. Espelho Dourado. São Paulo: Peiropólis, 2003.
____. Histórias da Preta. São Paulo: Cia das Letrinhas, 1998/2000.
MACEDO, Aroldo & FAUSTINO, Oswaldo. Luana: a menina que viu o Brasil neném. São Paulo; FTD, 2000.
MARTINS, Georgina da Costa. Fica comigo. São Paulo: DCL, 2001.
MIGUEZ, Fátima. Boca Fechada não entra Mosca. São Paulo: DCL, 2001.
OTERO, Regina & RENNÓ, Regina. Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no conhecimento do ser. São Paulo: Editora do Brasil, 1994.
PATERNO, Semiramis. A cor da vida. Belo Horizonte: Lê, 1997.
PEREIRA, Edimilson de Almeida. Os reizinhos do Congo. São Paulo: Paulinas, 2004.
PEREIRA, Edimilson de Almeida & ROCHA, Rosa M. de Carvalho. Os Comedores de Palavras. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2004.
PRANDI, Reginaldo. Ifá - o adivinho. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2003.
______. Os principes do destino: histórias da mitologia afro-brasileira. São Paulo: Cosac & Naif, 2001.
RAMOS, Rossana. Na minha escola, todo mundo é igual. São Paulo: Cortez, 2004.
ROCHA, Rosa M. de Carvalho & AGOSTINHO, Cristina. Alfabeto Negro. Ilustrado por Ana Raquel. Belo Horizonte: MAZZA Edições, 2001.
ROCHA, Ruth. ...que eu vou para Angola.Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.
SANTOS, Joel Rufino. Gosto de África. Histórias de lá e daqui. São Paulo: Global, 2001.
______. Dudu Calunga. São Paulo: Ática, 1996.
UNICEF. Crianças como você. uma emocionante celebração da infância. São Paulo: Ática, 2004.
ZATZ, Lia. Jogo Duro: era uma vez uma história de negros que passou em branco. Belo Horizonte: Dimensão, 1996.
ZONATTO, Celso. Toinzinho e a Anemia Falciforme. São Paulo: Lake. 2002.

Fonte:





Link para essa postagem


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário e retornarei assim que for possível.
Obrigada pela visita e volte mais vezes!
Linguagem não se responsabilliza por ANÔNIMOS que aqui deixam suas mensagens com links duvidosos. Verifiquem a procedência do comentário!
Nosso idioma oficial é a LINGUA PORTUGUESA, atenção aos truques de virus.
O blogger mudou sua interface em 08/2020. Peço desculpas se não conseguir ainda ler seu comentário.

 
©2007 Elke di Barros Por Templates e Acessorios