A CULTURA ESTÁ EM TODO LUGAR
Em época de globalização, a coisa mais comum é nos deparamos com influências estrangeiras, seja nas vitrines, nos termos de informática, nos conceitos de moda, nas músicas e até mesmo no idioma, com a incorporação de palavras advindas de outras línguas. Em meio a tudo isso, como mostrar às crianças o quanto é importante manter as tradições da nossa cultura popular?
Como fazê-las entender, de maneira didática e divertida, que precisamos valorizar as brincadeiras, as danças, as comidas, o artesanato, ou seja, os costumes do nosso povo?
O folclore vem do povo e é para o povo, portanto, em qualquer manifestação cultural é possível encontrar diversos elementos que podem ser trabalhados em sala de aula para manter vivas as tradições nacionais.
LINGUAGEM FOLCLÓRICA:
A linguagem folclórica compreende vivências de um grupo social como gestos, frases feitas, apotegmas, provérbios, lemas de para - choques de caminhões, apelidos, locuções que recordam histórias, entre outros.
Afinal, o que é folclore?
Esse termo foi utilizado, pela primeira vez, em 1846 por William John Thoms, um escritor e folclorista britânico que atribuiu à palavra o sentido de resgate da cultura popular. Já a etimologia da palavra remete a folk- lore, junção de dois vocábulos saxônicos que significam povo( foolk) e conhecido ( lore).
No Brasil, a importância do folclore como parte integrante da cultura nacional aparece na “ Carta do Folclore Brasileiro”, cuja primeira versão é de 1951. Na Carta, o folclore é definido como o conjunto de criações culturais de uma comunidade que se baseia em tradições individuais ou coletivas e que representa a identificação social.( fonte: Folclore Brasileiro, Nilza Megale, Vozes).
PAPEL DO EDUCADOR:
O estudo do folclore é uma ciência e cabe à escola acrescentá-lo ao conteúdo programático dos alunos com forma de aproximá-lo da realidade nacional. Mas da forma correta e o ano todo, como pontua a pesquisadora Maria de Lourdes B. Ribeiro, no livro Folclore, Editora Fename: “O folclore na escola não é o ensino da ciência a crianças e adolescentes, mas o seu aproveitamento como fator didático, onde houver oportunidade e onde favorecer a compreensão e o desenvolvimento da memória ou favorecer um centro de interesse com o que se está transmitindo.”
È sua função, portanto, incentivar a turma a ultrapassar as fronteiras da comunidade e conhecer as manifestações de outros povos, principalmente dentro do Brasil, onde é possível encontrar uma tradição folclórica diferente em cada região.
CARATERÍSTICAS DO FOLCLORE:
Presença de anonimato: autor desconhecido, fato que foi aceito e modificado pela coletividade, passando a ser obra do povo.
Aceitação coletiva: o povo aceitou, tomou para si, modificou-o e transformou-o.
Transmissão oral: passa de boca em boca.
Tradicionalidade: não no sentido de tradicional e acabado mas, sim, conhecimento que foram transmitidos.
Funcionalidade: tudo que o povo faz tem um sentido, uma razão, uma função, não acompanha a moda e muitas vezes se contrapõe a ela.
Geralmente ligado ao comportamento do grupo ou norma psico- religiosa-social. ( fonte: Contos Tradicionais do Brasil( Luís da Câmara Cascudo, Global).
Mais detalhes: Viva a festa popular: revista Projetos Escolares Folclore extra, editora Online, número 7. Recomendo esta revista, ela tem várias atividades a nível dos anos iniciais do ensino básico, com todo procedimento didático em detalhes, inclusive atividades práticas, como cordel, poesia,quadrinhas,etc.
Existem muitas histórias de Pedro Malasartes. Famoso por sua lábia e o seu "jeitinho", o que o torna "o maior enganador das redondezas". É famoso, graças à tradição oral. ( observação: nome Malazartes com “s” e “z”.)
Vejam este blog:
Uma de suas histórias:
A Sopa de Pedra:
Uma vez, Pedro Malazartes, mineiro sanfoneiro, caipira famoso pela sua esperteza, foi chamado para resolver um caso interessante: as crianças de um pé de serra, lugar muito bonito e cheio de hortas e pomares bem cuidados, não queriam comer legumes e verduras de jeito nenhum.
Seus pais resolveram pedir para Pedro Malazartes inventar um jeito de elas comerem.
E Pedro, com seu jeito manso de Jeca, lá se foi.
Reuniu a criançada e pitando seu cigarro de palha, perguntou:
- E aí, meninada! Vamos tomar uma sopa?
As crianças viraram a cara, de má vontade, mas perguntaram de que era a sopa.
- Sopa de Pedra!
Minha maravilhosa Sopa de Pedra. Vem gente do mundo inteiro provar...
As crianças ficaram com os olhinhos brilhando de curiosidade.
E Pedro continuou:- Mas para tomar a Sopa de Pedra, prá ela ter maior sabor, vocês têm que ajudar a fazer.Vamos dividir a turma de vocês em três grupos.
O primeiro vai buscar a água do rio e colocar aqui, no meu tacho.Mas tem que ser a água limpinha, lá mesmo da nascente.
O segundo grupo vai catar as pedras no rio, mas só podem ser redondas.
Oval, triangular ou quadrada não servem.
E o terceiro grupo vai pegar legume e verdura da horta...
Lá se foram às crianças, cantando pelo caminho ao executar as suas tarefas:
Lá se foram às crianças, cantando pelo caminho ao executar as suas tarefas:
Minha sopa de pedratem melhor sabor...
Boto legume da horta,só pra dar cor...
Verdura fresquinha,um bocadinho só...
Boto água do rio,prá ficar melhor.
E assim, Pedro foi comandando aquela difícil tarefa...
Quando uma criança trazia uma pedra que não era redonda, redondinha mesmo, Pedro mandava voltar.
E nisso, o tempo ia passando.
As crianças com uma fome!...
Iam e voltavam várias vezes da nascente para encher as cumbuquinhas de água limpa e jogar no tacho de Pedro.
E os legumes cozinhando, misturando as cores...
E Pedro mexendo e cantando...
E as pedras fazendo barulho no fundo.
E o cheirinho estava danado de bom...
Não é que a Sopa de Pedra cheirava bem?
Quando ficou pronta, as crianças tomaram sofregamente a sopa e adoraram!
Um menino, mais esperto, que até parecia filho do Pedro Malazartes, perguntou:
- Pedro, e as pedras?
- Uai, menino!
As pedras são pesadas.Ficam no fundo, só para dar gostinho...
Também existem muitas versões, vejam esta no blog:
Um velho e um menino seguiam pela estrada montados num burro. Pelo caminho, as pessoas com as quais cruzavam diziam:
─ Que crueldade a desses dois! Querem matar o burro!
O velho, impressionadíssimo com os comentários, mandou o menino descer.
Mais adiante, outras pessoas, observando a cena, diziam:
─ Que velho malvado, refestelado no burro, e o menino, coitado, andando a pé!
O velho, então, desceu do burro e mandou o menino montar. Daí a pouco, outras pessoas, vendo a cena, comentaram:
─ Onde já se viu coisa igual? Um menino cheio de vida, montado no burro, e o velho a caminhar pela estrada!
Depois dessa, o velho não teve dúvidas. Mandou o menino descer e ambos, com esforço, passaram a carregar o burro.
Está claro que os comentários não se fizeram demorar, e desta vez seguidos de gargalhadas. Evidentemente, todo o mundo estranhava os dois carregarem o burro. ( La Fontaine)
Observação: no blog tem também uma sugestão de atividade.
BIBLIOGRAFIA:
Revistas: Folclore - projetos educacionais - editora Alto Astral
Projetos Escolares - Folclore- extra - editora On line
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