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Olá amiga(o) ,
Fui professora dos projetos "Estímulo À Leitura",
"Tempo Integral" e a favor da leitura lúdica,
afinal, quer momento mais marcante que a fantasia da vida?
Portanto, será um prazer receber sua visita em mais um blog destinado a educação.
Nele pretendo postar comentários e apreciações de materiais didáticos de Língua Portuguesa, além de outros assuntos pertinentes, experiências em sala de aula, enfocando a interdisciplinaridade e tudo que for de bom para nossos alunos.
Se você leu, experimentou, constatou a praticidade de algum material e deseja compartilhar comigo,
esteja à vontade para entrar em contato.
Terei satisfação em divulgar juntamente com seu blog, ou se você não tiver um, este espaço estará disponível dentro de seu contexto.
Naturalmente, assim estaremos contribuindo com as(os) colegas que vêm em busca de sugestões práticas.
Estarei atenta quanto aos direitos autorais e se por ventura falhar em algo, por favor me avise para que eu repare os devidos créditos.
Caso queira levar alguma publicação para seu blog, não se
esqueça de citar o "Linguagem" como fonte.
Você, blogueira sabe tanto quanto eu, que é uma satisfação ver o "nosso cantinho" sendo útil e nada mais marcante que
receber um elogio...
Venha conferir,
seja bem-vinda(o)
e que Deus nos abençoe.
Krika.
30/06/2009

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terça-feira, dezembro 06, 2011

Monstros monstrengos>Rimas e diversão> 06/12/11


Leitura de livros de mistérios

 Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
- Ler e ouvir histórias de mistérios e suspense para observar as características do gênero.
- Fazer a leitura de uma história como se fosse uma radionovela.
- Exercitar a entonação ao ler a fala das personagens.
Duração das atividades
2 aulas de 60 minutos
Estratégias e recursos da aula
Material:
Livros de mistério e suspense:
- Os mistérios do casarão, de Regina Lucia Pires Nemer, editora EDC.
- O dia que Felipe sumiu, de Milu Leite, editora Cosac Naif - Histórias de detetive (Para gostar de ler 12), de Conan Doyle, editora Ática.
- O mistério do castelo toca-do-lobo, de Friedrich Scheck, editora Ática.
- Caverna Dos Monstros, de Stella Carr , editora Scipione.
- O mistério mora ao lado, de Giselda Laporta Nicolelis , editora Saraiva.
Objetos para fazer o som da história: chapa de raio x, chaves, apitos, papel celofane,cascas de coco, papelão, etc.

Caixa ou maleta
Gravador

Monstros Monstrengos
Autor: Almir Correia
Ilustrador: Jefferson Galdino

Não é à toa que os povos antigos espantavam o medo falando dele ou cantando: o medo morre de medo da voz humana.
Talvez venha daí o impulso que temos de gritar quando estamos diante de situações medonhas.

Estes versos de Almir Correia funcionam assim: com leveza e humor, estimulam a criança a espantar o medo com rimas para lá de engraçadas e cheias de graça, com o perdão do trocadilho. 
Assunto: medo infantil.
Interdisciplinaridade: identidade e autonomia, linguagem oral e escrita, Estudos Sociais, artes visuais.
Transversalidade: afetividade, pluralidade cultural, ética e cidadania.
Proposta: Organizar roda de conversa para as crianças descreverem os monstros de que têm medo. Após, estimular as crianças a realizarem imitações engraçadas de seus monstros.
Ler para elas ou fazer o livro rodar entre as crianças, para que cada qual leia um poema e comente a ilustração respectiva.
O monstro do livro dá medo, ou vontade de rir?
Indicação: Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental
Trechos:
Quem nunca viu um monstro por aí
Está mentindo feito o quê...
O único monstro que ninguém viu
È o monstro que ninguém vê...

Tem monstro que é só barrigão
E pernas pra-que-te-quero.
Tem monstro orelhão,
De bermuda e chinelo.
Tem monstro com cabeça no rabo
E rabo na cabeça.
Tem monstro tão,tão feio,
Melhor,esqueça.

Tem monstro umbigo,
Maior que uma casa.
Tem monstro compiriiiido
E cheio de asa.

Tem monstro amigo,
Mas feio como ele só.
Tem monstro vovô.
Tem monstro vovó...

Tem monstro peludo.
Pulguento e canibal.
Ele engole outros mosntros
E depois toma um "sonrisal."

Tem monstro disfarçado,
Que de dia é só cachorro,
Mas de noite: socorro!

Tem monstro valete.
Tem monstro valentão.
Tem monstro catarro
Que toca acordeão.

Tem  monstro esquisito.
cabeça de geleia
E corpo de cabrito.

tem monstro magrinho
Que é osso e osso só.
E anda devagarinho
Que até dá dó.

Tem montsro monstruoso.
Tem monstro monstrengo.
Uns querem assustar,
E outros só  querem dengo.

Tem monstro Frankestein,

Mas, afinal,
O que é que o Frank tem
E o que é que o Frank não tem?

Ah! E tem monstro de tudo que é tamanho.
Tem monstro micróbio.
Tem monstro ranho.
Tem monstro telescópio.
Tem monstro elefante fanho.
Tem monstro gorila balofo.

Tem monstro urso fofo.
Tem monstro bolo de aniversário.
Tem monstro de tudo que é idade
E tem até monstro cidade,
Com sua boca de engolir,
Em um só segundo,
Eu,você e meio mundo.













Vejam esta ilustração de Jefferson.
Não lembra o Mapinguari?






1ª atividade:
Crie, na sala de aula, um ambiente de suspense e mistério, como, por exemplo: pouca luz, uma música de fundo ou ruídos de janelas e portas rangendo ou batendo, objetos de investigação (lupa, binóculos, lanterna) e tudo mais que sua imaginação mandar.
Sente com a turma em roda e coloque no centro uma caixa ou maleta cheia de livros de mistérios. Comece conversando com o grupo sobre o que imaginam ter na caixa, se o ambiente e os objetos podem dar algumas ideia.
Ouça o que tem a dizer e quando tiverem curiosos, abra a caixa e convide-os a manusear os livros encontrados.
Neste momento, peça a algum aluno para ler o livro escolhido, se a história for longa sugiro a leitura compartilhada, o livro passa de mão em mão e cada um lê uma página ou capítulo.
 Você, professor, pode fazer uma leitura dramatizada, criando expressões faciais e vozes diferentes para cada personagem.
Outra sugestão é ler com entonação de mistério, fazer pausas para perguntar a opinião dos alunos e usar a luz da lanterna e variar a direção: em cima do livro, no seu rosto, no rosto dos alunos, etc.
Ao final de cada leitura, peça a opinião da turma, pergunte sobre os personagens, sobre o mistério e como foi solucionado.
Depois, registre coletivamente as observações feitas e acrescente outras características pertencentes ao gênero.
2ª atividade:
Proponha ao grupo transformar o texto de um livro em uma história narrada pelo rádio, como uma radionovela.
Antes, pergunte se alguém sabe ou já ouviu falar em novelas de rádio, explore o tema com a turma e se achar interessante pesquise sobre as novelas de rádio.


Dentre as histórias de mistérios lida na atividade anterior escolha com a turma qual será trabalhada e releia.
Enquanto faz a leitura, cada criança vai ouvindo e anotando os sons possíveis de serem reproduzidos.
Como sugestão, indico o livro: Os mistérios do casarão, de Regina Lucia Pires Nemer.
Esta história trabalha com o mistério do velho do saco que vivia num casarão abandonado.
As crianças daquela rua viviam criando histórias sobre o que o velho fazia, alguns diziam ser um seqüestrador de crianças; outros falavam ser um bruxo...
Até que um dia, a bola da garotada caiu no fundo do quintal da casa.
Uma história cheia de elementos sonoros e de suspense e mistério.
Planeje, coletivamente, quais ruídos serão reproduzidos e como isso será feito.
Portanto leve alguns objetos e deixe a turma explorar os sons obtidos.
Alguns exemplos de sons são: som de trovão (sacudir chapa de raio x, passo se aproximando( bater as cascas de coco), bater das janelas( bater dos pedaços de madeira)etc.
Por último, dramatize a história usando os sons pesquisados.
Esta atividade faz com que o grupo se familiarize com a história e os ruídos produzidos.
3ª atividade:
Ensaie a apresentação da radionovela.
Para isso oriente os alunos sobre a necessidade de alguns elementos, como: narrador, personagens, sonoplastas (reproduzem os sons da história).
Sugiro que cada participante tenha o texto em mãos e façam as marcações de suas falas, utilizem uma cor diferente para cada um ou se preferir reescreva a história demarcando as falas e os sons a serem produzidos.
Leia e releia com o grupo toda a história, assim cada um poderá exercitar a leitura, a entonação da fala das personagens e os sons produzidos.
Quando todos estiverem prontos, grave a apresentação com o gravador e por último ouçam como ficou sua radionovela.
Outra idéia é formas grupos e gravar todas as apresentações, criando um CD da turma a ser compartilhado com ostras turmas e familiares.
Recursos Complementares
Ouvir histórias contadas em CD :

CD de Bia Bedran: Canta conto 1 e 2

Confeccionar instrumentos musicais com sucata:



Avaliação
Avalie o aluno durante a realização das atividades:
Expõe suas idéias com clareza e sequência lógica.
Lê com ritmo, fluência e entonação.
Participa com opiniões e dramatizações do enredo.
Reconhece as características pertencentes ao texto de mistério.

 
A argumentação no texto narrativo

Co-autor: Maria Cristina Weitzel Tavela
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
As atividades ajudarão o aluno a:
a) Perceber a existência de conflitos de interesse/opinião e a rivalidade em uma narrativa;
b) Identificar os personagens antagônicos (protagonista e antagonista)
c) Apropriar-se dos conceitos de argumento (contra e a favor) e de contra-argumento;
d) Conhecer alguns tipos de argumentos: factuais, lógicos, psicológicos e de autoridade;
e) Saber usar alguns verbos de elocução em diálogos argumentativos.
Duração das atividades
03 aulas de cinquenta minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O aluno já deve conhecer um pouco sobre alguns elementos da narrativa, especialmente, sobre personagens e foco narrativo.
Estratégias e recursos da aula
LEITURA COMPARTILHADA
As atividade serão desenvolvidas a partir da leitura de um fragmento da obra “O mistério da casa verde” que trata da incursão de um grupo de jovens em uma casa tida como mal-assombrada e na qual se encontra um homem que mais parece um personagem do conto “O alienista”, de Machado de Assis, obra com a qual a narrativa dialoga.
 O livro de Moacyr Scliar é um dos volumes da Coleção Descobrindo os Clássicos cujo objetivo é aproximar os jovens de obras consagradas da Literatura.
ATIVIDADES DE PRÉ-LEITURA
I - Apresentação da obra de onde foi retirado o trecho
O professor apresentará aos alunos tanto o livro O Alienista de Machado de Assis quanto o “O mistério da casa verde” de Moacyr Scliar.
Se o professor não conhecer os livros, pode recorrer a resumos disponíveis na internet, a partir do site www.google.com.br
II - Exploração prévia de alguns itens lexicais e expressões que podem interferir na produção do sentido do texto:
O professor apresentará aos alunos os recursos linguísticos abaixo, garantindo que se apropriem do seu significado:
a) No texto que vamos ler, há vários personagens.
A partir de cada uma das expressões abaixo, imagine como será o personagem descrito com elas:
(O professor estimulará os alunos a criarem alguma expectativa em relação aos personagens)
1. Prezava seu descanso:
2. Calabrês de pitoresco sotaque:
3. Boa-pinta:
4. Ar melancólico:
5. Fazia jus ao apelido de Bola:
6. Mal continha seu despeito:
b) O foco narrativo do texto é de 3ª pessoa, ou seja, o narrador não é personagem da história.
Para orientar o leitor com relação às falas dos personagens, ele usa alguns verbos dicendi ou verbos de elocução, que são aqueles que introduzem, comentam ou encerram as falas.
Os mais comuns são: dizer, falar, perguntar, responder, exclamar etc.
Observe outros desses verbos:
ARGUMENTAR – CONTRARIAR – INTERVIR – SUSTENTAR – RETRUCAR – ENDOSSAR – NEGAR – OBJETAR – CENSURAR – IRONIZAR – DEFENDER – PONDERAR – PROCLAMAR – PROVOCAR - CONCLUIR - CONCORDAR - DISCORDAR – REPLICAR – CONFIRMAR – CONTESTAR – ASSENTIR – CONTRADIZER – CONTRAPOR - CRITICAR
Assinale com X aqueles que melhor indicam que a fala por ele comentada foi ao encontro do que foi dito anteriormente.
Assinale com # aqueles que melhor indicam que a fala por ele comentada foi de encontro ao que foi dito anteriormente.
Grife aqueles que mostram que o personagem apresentou sua posição sem que necessariamente tenha que ser contra ou a favor do que foi dito antes.
(O professor deverá fazer com o aluno simulações orais de uso dos verbos e ajudá-los a eliminar dúvidas de significado)
ATIVIDADES DE LEITURA
I - Leitura individual do texto:
O MISTÉRIO DA CASA VERDE
1 Quando esta história começa, Arturzinho estava às voltas com um outro projeto, não tão arrojado, mas ainda assim complicado.
Esse projeto nascera de um problema.
Arturzinho, cara popular, tinha uma turma, razoavelmente grande, de rapazes e moças que gostavam de ouvir rock a todo o volume, gostavam de dançar, gostavam de tocar instrumentos musicais.
 Nada de especial, nada diferente de outros jovens — mas, onde ouvir e fazer música, onde dançar?
O pai de Arturzinho, um médico que trabalhava muito e prezava o seu descanso, proibira qualquer tipo de zoeira em casa.
Os pais dos seus amigos e amigas haviam adotado a mesma atitude: barulho, não, era a palavra de ordem.
Nos bares, a consumação era um obstáculo.
No clube da cidade não podiam entrar: tinham batido boca com o gerente.
Enfim: sentiam-se como refugiados que país nenhum quer aceitar.
E era esse o problema que vinha incomodando o Arturzinho, e que chegava até a lhe tirar o sono: onde se reunir com a turma?
Onde encontrar um local adequado para uma diversão que, se não fosse barulhenta, não teria graça?
Até q ue um dia, caminhando pela rua, teve uma i nspiração, uma idéia dessas que fazem a pessoa ficar de respiração suspensa, pensando: que coisa genial!

2 Correu para casa, telefonou para os amigos mais chegados dizendo que tinha algo muito importante a comunicar. E marcou, para aquela mesma noite, uma reunião na pizzaria do Marcolino, cujo dono, um calabrês de pitoresco sotaque, era conhecido por sua tolerância em relação à zoeira dos jovens frequentadores que às vezes até ganhavam desconto especial.

3 Quando Arturzinho chegou, os outros já estavam lá: o Pedro, conhecido como Pedro Bola, um gordinho risonho quase tão agitado quanto Artur; André Catavento, alto, boa-pinta, igualmente safado; e Leo, o intelectual da turma, rapaz de óculos, ar melancólico, que andava sempre com um livro sob o braço. Os quatro estavam sempre juntos — sob a chefia de Arturzinho, líder nato. Uma liderança não muito pacífica: André não escondia a inveja que sentia de Arturzinho, cujo sucesso com garotas era um fato bem conhecido. E foi justamente André que interpelou o recém-chegado:

4 — Então? O que é que você está inventando agora? Fale logo, porque tenho um grande programa para esta noite e não posso perder tempo.

5 — Já conto — Arturzinho gostava de um suspense, e gostava ainda mais de incomodar o rival. — Mas primeiro vamos comer, porque estou morrendo de fome.

6 E, apesar dos resmungos de André, pediu aquilo que Marcolino chamava de megapizza — oitenta centímetros de diâmetro. Devoraram-na até a última migalha — Pedro Bola, que fazia jus ao apelido, comendo boa parte da quota do Leo. Quando terminaram, André voltou à carga:

7 — Então, Xereta, o que é que você está aprontando? Em outras circunstâncias Arturzinho teria se irritado: detestava o apelido, como André sabia muito bem. Naquele momento, contudo, optou por fingir que não tinha ouvido e foi direto ao assunto:

8 — Como vocês estão carecas de saber, precisamos de um lugar para nossas reuniões — proclamou, em tom veemente.

9 — Um lugar em que a gente possa ouvir música sem que ninguém nos incomode, um lugar para dançar, para bater papo. Enfim, o nosso próprio clube.

10 Fez uma pausa dramática e concluiu:

11 — E eu tenho esse lugar.

12 — É? — André Catavento, mal contendo o despeito. E que lugar é esse, pode-se saber?

13 Nova pausa. Arturzinho sorriu, misterioso e superior:

14 — A Casa Verde.

15 Os outros se olharam, espantados, e Pedro Bola protestou:

16 — Essa não, Arturzinho. A Casa Verde é um lugar mal-assombrado, todo mundo sabe disso. Está cheio de fantasmas dos malucos que morreram lá!

17 — Exatamente — replicou Arturzinho.

18 — Exatamente o quê? — André, cada vez mais irritado.

19 — Exatamente: a Casa Verde tem fama de ser mal-assombrada. E é por isso que vamos tomar conta do local. Lá, ninguém nos incomodará. A gente limpa aquilo, a gente arruma, traz umas mesas, umas cadeiras, uns sofás, um som legal, e pronto, temos o nosso clube, o lugar de onde ninguém vai nos mandar embora.

20 — A não ser as almas penadas — riu Pedro Bola.

21 — É — Arturzinho, irônico. — As almas penadas. Se você acredita nessas coisas...

22 — Não sei — respondeu Pedro, meio desconcertado. — Tanta gente fala nisso...

23 — É superstição — interveio Leo. — Essa história não passa de superstição.

24 Leo falava pouco, mas quando afirmava algo, era definitivo. Os outros o respeitavam, porque Leo lia muito, sabia das coisas.

25 Arturzinho, sua autoridade agora reforçada, voltou à carga:

26 — Além disso, a Casa Verde não tem dono. Podemos ficar lá o tempo que quisermos.

27 — Mas o pessoal das redondezas não vai gostar — ponderou Pedro Bola. — São capazes de criar caso.

28 — Criarão caso — replicou Arturzinho — se virem a gente entrar. Mas eu já pensei nisso.

29 Pegou um lápis e um papel e desenhou um retângulo:

30 — Isto aqui é a Casa Ver de. Aqui está a rua e a porta de entrada. Que, como sabemos, ago ra está murada, bem c omo as janelas. É o que as pessoas veem: porta murada, janelas muradas. Pensam que não há ninguém lá dentro. Agora: se nós abrirmos uma outra porta, bem pequena, aqui... estão vendo?.., na parede dos fundos, poderemos entrar e sair sem que ninguém perceba, mesmo porque o mato ali está muito crescido.

31 — Mesmo que a gente consiga entrar — André ainda não estava convencido —, como fica com o resto? Como a luz, por exemplo?

32 — Para que luz? Usamos velas ou lampiões. É muito mais bonito. De mais a mais, temos em casa um gerador pequeno, que posso usar quando quiser.

33 — Não sei — André estava mesmo a fim de contrariar.

34 — Acho que isso tem tudo para dar errado. Porque se a gente...

35 — Sabe de uma coisa? — interrompeu Arturzinho. — Vamos votar. A maioria decide. Cada um escreve num pedaço de papel “sim” ou “não”. E pronto: a questão estará resolvida.

36 Uma jogada muito hábil. Arturzinho sabia que podia contar com o voto do silencioso Leo, que sempre o apoiava. Quanto a Pedro Bola, no fundo tímido e assustadiço, respeitava os corajosos, os destemidos. Falando grosso, Arturzinho conquistava o seu respeito. De fato, quando abriram os votos, constataram: três “sim”, um “não”.

37 — Está decidido — proclamou Arturzinho, triunfante.

38 — Amanhã vamos até lá, tomar conta do nosso clube.

SCLIAR, Moacyr. O mistério da Casa Verde. São Paulo: Ática, 2005. p. 14-17

II - Atividades de leitura compartilhada
1. Vamos reler o primeiro parágrafo.
Nele podemos observar que os garotos estabelecem um conflito de interesse com os pais, com o gerente do clube e com os donos de bar.
a) Qual é o interesse dos garotos que entra em conflito com os adultos?
b) Que interesse dos pais vai de encontro ao interesse dos meninos?
c) Qual foi a “solução” encontrada pelos pais?
d) No caso dos donos de bar, que interesse deles não combina com a situação dos garotos?
e) Apesar de não estar expresso, podemos imaginar o motivo do bate-boca com o gerente do clube.
Que interesses entraram em conflito nesta situação?

2. Vamos reler do 2º ao 6º parágrafos.
A narrativa apresenta um outro conflito interno ao grupo:
a) Quais eram os personagens conflitantes?
b) O que eles disputavam dentro do grupo?

3. Vamos reler do 7º ao 14º parágrafos.
Qual foi a ideia que Arturzinho propôs em tom veemente?

4. Façamos a releitura do 15º ao 25º parágrafos.
 O grupo não aceitou, imediatamente, a proposta de Arturzinho:
a) Qual foi o argumento usado por Pedro Bola contrário à proposta?
b) Qual foi o contra-argumento usado por Arturzinho para enfrentar a oposição do amigo?
(O professor deve mostrar que foi um argumento lógico: uma informação leva à outra: o fato a casa ser considerada mal-assombrada leva à consequência de que ninguém irá lá incomodá-los)
c) Porém o amigo não se convenceu e Arturzinho usou uma forma de argumentar que mexia com o brio de Pedro.
Explique como ele fez isso. (professor explique o argumento psicológico)
d) Como Pedro Bola ainda se mostrava em dúvida, outro personagem, ajuda Arturzinho. Por que as palavras de Leo têm mais peso?
(professor aproveite para explicar o que é argumento de autoridade)

5. Vamos reler do 26º ao 32º parágrafos.
Após a intervenção de Leo, Arturzinho apresenta mais um argumento a favor da utilização da Casa Verde como clube da turma:
a) Que argumento adicional ele usou?
b) Pedro Bola faz uma ponderação relativa à vizinhança. Qual é?
c) Como Arturzinho contra-argumenta?
d) André, querendo contrapor-se ao colega, ainda levanta um outro argumento contrário à proposta de Arturzinho. Qual é?
e) Como Arturzinho reverte o problema em benefício?

6. Façamos a releitura do 33º ao 38º parágrafos.
André continua resistente e não quer ceder aos argumentos.
a) Por que Arturzinho não pode fa zer como os pais e de cidir unilateralmente ?
(O professor deve mos trar que, entre os meninos, não há a hierarquia existente entre pais e filhos)
b) Qual foi então a solução para o impasse?

III – Atividade de sistematização
O que aprendemos?
Aprendemos que numa disputa, as partes usam argumentos favoráveis e contrários e, diante destes, usam-se contra-argumentos.
Aprendemos, ainda, que há tipos diferentes de argumentos: lógico, psicológico e de autoridade.
Vimos também que, ao narrar, é necessário escolher os verbos de elocução conforme o contexto.

Recursos Complementares
Se o professor não conhecer os livros O Alientsta de Machado de Assis e o Mistério da Casa Verde, pode recorrer a resumos disponíveis na internet, a partir do site:


Avaliação
“No clube da cidade não podiam entrar: tinham batido boca com o gerente.”
A frase nos informa que houve um momento de conflito entre os meninos e o gerente do clube: qual terá sido o motivo?
 Quais os envolvido nesse conflito?
Que argumentos e contra-argumentos foram usados?
Escreva um pequeno diálogo, narrando como foi o tal bate-boca. Use os três tipos de argumentos e utilize alguns dos verbos dicendi estudados.


CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO

 Co-autor: Raimunda Porfírio Ribeiro Will
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
■Identificar que os contos de assombração têm origem na oralidade e expressão popular;
■Conhecer o enredo característico dos contos de assombração que retrata o suspense e o medo;
■Resgatar na comunidade quais os contos de assombração que os mais velhos contavam.
Duração das atividades
2 A 3 AULAS
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O tema trabalha com o imaginário popular e coletivo, valoriza a oralidade e a memória da comunidade.
Estratégias e recursos da aula
Atividade 1- Você já ouviu histórias de assombração?
Resgatar junto à turma quais os contos populares da sua cidade, município ou região.
 Perguntar quem conhece um conto de assombração e registrar em tabela na sala de aula.
 Saber o que sentiram quando ouviram o conto.
Em seguida pedir que cada um desenhe o conto que conhece.
Para casa, pesquisar com os pais e pessoas mais velhas da família quem conhece um conto de assombração, pedir que escrevam o conto e enviem para a escola.
Durante a semana, o professor pode ir lendo as histórias diariamente.

Atividade 2- Vovô e vovó contavam histórias
Faça um levantamento com a turma para identificar se o vovô ou a vovó gostam de contar histórias e se poderiam vir à escola fazer uma contação para a turma.
 Após decidir coletivamente quem virá à escola, devem produzir um convite para a vovó ou vovô escolhido. Solicite que o aluno leve o convite até seu avô/avó e aguarde a resposta.
No dia da visita, ao receber o avô/avó, deve apresentá-lo à turma e faz algumas questões para um conhecimento inicial: por que o senhor(a) gosta de contar histórias?
Quem contava histórias para o/a senhor(a)?
Peça ao visitante que conte uma história de assombração.
Estimule a turma para ouvir com atenção e envolvimento.
Por fim, agradeça à visita e turma desenha a história contada.

Atividade 3- Eu conto a história e você com seu travesseiro
Escolha uma das histórias de assombração que as famílias enviaram.
 Prepare um ambiente de suspense na sala de aula ou em outro espaço mais adequado, com lençóis e travesseiros pelo chão ( peça que cada criança traga um travesseiro para a escola).
 Tente "reproduzir" um ambiente que lembre um quarto de dormir e se possível, deixe o ambiente com pouca luz.
Quando todos estiverem sentados ou deitados com seus travesseiros, inicie a contação da história, criando momentos de suspense durante o desenvolvimento da história.
Ao final, pergunte a cada um o que sentiu ao ouvir a história, acolha as crianças que expressarem medo, convença que "é só uma história", que não é realidade.
 O professor deve escolher bem o conteúdo da história, pois a mesma pode desencadear momentos de susto, medo, porém de forma moderada e saudavel.
A história de assombração só deve ser contada para crianças a partir de cinco anos de idade e que estejam mostrando o interesse por elas.

Recursos Complementares
Contos para o professor escolher e contar.



Texto de informação


Avaliação
Ao final do estudo:
■verificar se o aluno consegue recontar oralmente uma das histórias lidas em sala;
■se conhece o nome de alguns contos de assombração da sua comunidade ou região;
■se ouviu com atenção as histórias contadas e reconhece a sequência do inicio/meio/fim das mesmas.


Sugestão....Monstro no nome
Os alunos de 5ª séries criaram monstros com o formato recortado de seu nome.
Nos trabalhos aparece acima o monstro criado e abaixo, o nome recortado no seu contorno, que deu a origem ao formato da criação.
Passos do trabalho:
1. Escrever seu nome em uma folha dobrada com letra cursiva, deixando a parte dobrada da folha para baixo;
2. Recortar o contorno do nome, somente no lado com abertura da folha;
3. Abrir a folha e criar um monstro com o formato recortado, pintar.
Vejam aqui as fotos:









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Um comentário:

  1. Bom dia, amiga...

    Hoje viestes com mistérios, monstros e assombrações. O propósito é válido e digno. Tudo pode ser aproveitado para a educação.

    Me fez lembrar de uma historinha, passada numa sala de aula, quando tratou-se do tema dos medos infantis.

    A professora perguntou para o Pedrinho: Pedrinho, do que tens medo à noite?
    - Eu tenho medo da Mula Sem Cabeça, professora.
    - Ora, Mula Sem Cabeça não existe. É só folclore.
    - Eu tenho medo do Saci, complementou o Joãozinho.
    - Saci também não existe, Joãozinho. É também mitologia, folclore.

    E o Juquinha:
    - Eu tenho medo do Mala-Men, professora.
    - Mala-Men? Eu nunca ouvi falar desse monstro. Não o conheço...
    - Nem eu conheço, professora. Mas a mamãe toda a noite reza... e livrai-nos do Mala-Men!...

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