Descobrimento do Brasil
Produção de textos
Releitura de obra/Literatura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Compreender a complexidade do momento histórico que originou o descobrimento.
Localizar transformações históricas no espaço.
Entender a formação da identidade brasileira.
Duração das atividades
04 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
- Saber ler e escrever;
- Conhecer os gêneros textuais: Carta, Artigo de opinião, Notícia, Conto e História em quadrinhos
Estratégias e recursos da aula
Leitura de texto.
Discussão.
Exploração de imagem.
Trabalho em grupo.
Produção de textos.
Desenvolvimento
1ª atividade:
1) O professor apresenta a imagem do Descobrimento do Brasil, feita pelo artista Oscar Pereira da Silva exposto no Museu Paulista solicitando que os alunos a observem bem.
2) Em seguida solicita aos alunos que comentem o que eles podem ver na imagem e propõe a discussão das questões
a) Formule uma hipótese para justificar a imagem retratada.
b) Você imagina que o artista reproduziu realmente o que ocorreu?
c) Qual era a intenção do artista quando reproduziu esta cena?
d) Descreva o que você está vendo na imagem.
e) O índio parece apreensivo por estar vendo seres humanos tão diferentes?
f) Qual a reação dos portugueses quando viram os índios?
g) Quando você estudou o Descobrimento do Brasil, o que mais chamou sua atenção?
h) Identifique, na imagem, quem é o herói.
3) O professor organiza a turma em grupos e solicita que discutam, entre eles, as questões abaixo e elaborem um pequeno texto opinando sobre o assunto.
a) As comemorações dos 500 anos do Descobrimento foi uma festa muito bonita. Na opinião do grupo, o que ela representou?
b) A historiografia contemporânea questiona a visão simplista em que diferentes personagens e representações de um fato são entendidos como uma única verdade. Outros historiadores afirmam que nem tudo é falso, apenas questionam a maneira como a história é contada. Por exemplo, a intenção de Portugal quando chegou ao Brasil. Será que foi por acaso? Realmente a sua direção sofreu as consequências de um forte vento? Será que os portugueses já sabiam da existência de terras a oeste de Portugal?
4) O professor socializa os textos de opinião escritos pelos grupos e faz os comentários necessários. Organizar a turma em grupos de quatro alunos, distribuírem uma cópia do texto abaixo e pedir que os alunos façam a leitura.
2ª atividade
1) Ainda com a turma em grupos o professor entrega uma cópia do texto abaixo, explicando que ele está desordenado e que a tarefa da equipe é organizá-lo de forma coerente:
TEXTO DESORDENADO:
Eduardo Lopes Cançado
Os 500 anos da invasão
Vamos aos fatos: conta a história tradicional que Cabral saíra de Portugal, com destino às Índias, em busca das especiarias que tinham um grande valor comercial.
Mas, com o decorrer dos anos, muitos historiadores contestaram essa façanha, pois integrantes da esquadra de Vasco da Gama, que destinava ao rumo desconhecido da Índia, muito antes de Cabral, já haviam declarado que no horizonte ocidental poderia existir terras por onde, segundo marujos, aves pareciam rumando.
Há também teses relacionadas ao nome do navegador Duarte Pacheco Coelho que supostamente estivera no Brasil em 1498, um pouco antes do nosso “herói” Cabral.
O primeiro deles, que deveria fazer parte, não era brasileiro e sim um célebre português, Pedro Álvares Cabral, que, de acordo com a história tradicional, aportou-se, por acaso, em terras brasileiras, no dia 21 de abril de 1500. Tal fato ficou registrado como o descobrimento do Brasil.
Em uma análise crítica, feita por Martinez e outros historiadores atuais percebe-se como a história do Brasil está repleta de fatos distorcidos, onde imperam os chamados “heróis”, desde o descobrimento.
As pessoas são induzidas a ouvirem relatos de atos de bravura, praticados por personagens ilustres, sempre em defesa do povo e do território brasileiro.
Na verdade, a história é movida pelas suas próprias contradições e a primeira delas está presente no descobrimento do Brasil, que talvez esteja fazendo agora 500 anos.
Num primeiro momento, a esquadra de Cabral chegou a pensar que estava diante de uma vasta extensão de terra completamente desabitada, até que a expedição se deparou com homens nus e de cor parda, que foram chamados de índios, considerados selvagens e desprovidos de cidadania.
Acidentalmente, acabou chegando ao Brasil.
Em suma, nossas terras foram invadidas, colonizadas à força.
Nosso povo, submetido à truculência dos portugueses, que nada mais queriam do que nossas riquezas.
Urge a mudança de mentalidade. A história brasileira precisa ser passada a limpo, para que nunca mais se comemore com tanta pompa acontecimentos que não passam de falácias.
Outro fato importante nos leva a uma reflexão: será que o Brasil foi descoberto pelos portugueses ou pelos nativos que aqui habitavam bem antes de 1500?
O historiador Paulo Martinez, autor de “O mito do herói nacional de formas de governo”, entre outras obras, montou uma galeria de “heróis”.
O que a história esquece de contar, no entanto, é que esse povo tupiniquim era constituído de grupos muito bem organizados.
Além disso, socialmente falando, os grupos tinham seus costumes próprios e uma cultura, por sinal, bem diferente dos povos europeus.
2) O professor socializa a tarefa dos grupos e apresenta o texto ordenado de acordo com o original:
TEXTO ORDENADO CORRETAMENTE:
ESTADO DE MINAS - Segunda-feira, 27 de março de 2000 - Página 8
“... Na verdade, a história é movida pelas suas próprias contradições e a primeira delas...”
Eduardo Lopes Cançado
Os 500 anos da invasão
O historiador Paulo Martinez, autor de “O mito do herói nacional de formas de governo”, entre outras obras, montou uma galeria de “heróis”.
O primeiro deles, que deveria fazer parte, não era brasileiro e sim um célebre português, Pedro Álvares Cabral, que, de acordo com a história tradicional, aportou-se, por acaso, em terras brasileiras, no dia 21 de abril de 1500. Tal fato ficou registrado como o descobrimento do Brasil.
Em uma análise crítica, feita por Martinez e outros historiadores atuais percebe-se como a história do Brasil está repleta de fatos distorcidos, onde imperam os chamados “heróis”, desde o descobrimento.
As pessoas são induzidas a ouvirem relatos de atos de bravura, praticados por personagens ilustres, sempre em defesa do povo e do território brasileiro.
Na verdade, a história é movida pelas suas próprias contradições e a primeira delas está presente no descobrimento do Brasil, que talvez esteja fazendo agora 500 anos.
Vamos aos fatos: conta a história tradicional que Cabral saíra de Portugal, com destino às Índias, em busca das especiarias que tinham um grande valor comercial.
Acidentalmente, acabou chegando ao Brasil.
Mas, com o decorrer dos anos, muitos historiadores contestaram essa façanha, pois integrantes da esquadra de Vasco da Gama, que destinava ao rumo desconhecido da Índia, muito antes de Cabral, já haviam declarado que no horizonte ocidental poderia existir terras por onde, segundo marujos, aves pareciam rumando.
Há também teses relacionadas ao nome do navegador Duarte Pacheco Coelho que supostamente estivera no Brasil em 1498, um pouco antes do nosso “herói” Cabral.
Outro fato importante nos leva a uma reflexão: será que o Brasil foi descoberto pelos portugueses ou pelos nativos que aqui habitavam bem antes de 1500?
Num primeiro momento, a esquadra de Cabral chegou a pensar que estava diante de uma vasta extensão de terra completamente desabitada, até que a expedição se deparou com homens nus e de cor parda, que foram chamados de índios, considerados selvagens e desprovidos de cidadania.
O que a história esquece de contar, no entanto, é que esse povo tupiniquim era constituído de grupos muito bem organizados.
Além disso, socialmente falando, os grupos tinham seus costumes próprios e uma cultura, por sinal, bem diferente dos povos europeus.
Em suma, nossas terras foram invadidas, colonizadas à força.
Nosso povo, submetido à truculência dos portugueses, que nada mais queriam do que nossas riquezas.
Urge a mudança de mentalidade. A história brasileira precisa ser passada a limpo, para que nunca mais se comemore com tanta pompa acontecimentos que não passam de falácias.
3) O professor propõe que o grupo discuta e responda as questões:
a) De onde foi retirado esse texto?
b) O que quer dizer a frase “... Na verdade, a história é movida pelas suas próprias contradições e a primeira delas...”?
c) Você já identificou alguma contradição narrada pela História?
d) Qual o conceito do grupo sobre a figura do Herói Nacional, tão enaltecido nos estudos da História do Brasil?
e) Cite alguns destes heróis.
f) O que o texto está questionando em relação a figura de Pedro Alvares Cabral?
g) Na opinião do grupo é ele um herói? Justifique.
h) Quais os argumentos do texto colocam em cheque o grande feito de Cabral?
i) Como o grupo se posiciona com relação a este questionamento?
j) Formulem outras questões, gerando dúvidas em relação a versão oficial do Descobrimento do Brasil.
k) Qual o posicionamento do grupo com relação a esta nova visão da História?
4) O professor socializa as respostas dos alunos e faz os comentários necessários.
Num segundo momento os alunos abrem um espaço para discutir as conclusões a que chegou cada um dos grupos. É um momento em que o professor pode avaliar o envolvimento de cada aluno durante a discussão.
3ª atividade: Monteiro Lobato
1) O professor entrega o texto abaixo solicitando a leitura do mesmo, comentando que, Monteiro Lobato quando escreveu o livro: Aventuras de Hans Staden já falava da surpresa de Pedrinho, personagem do famoso Sítio do Picapau Amarelo, quando dona Benta fala sobre as estratégias dos índios para vencer os colonos que capturaram e escravizaram alguns selvagens.
“... Os quarenta marinheiros partiram sem demora, encontrando o braço de mar atravancado de grandes árvores, derrubadas pelos índios. Foi preciso jeito para conseguir passar.
Vendo que a tranqueira tinha sido inútil para tomar-lhes o passo, os selvagens procuraram mais adiante asfixiá-los com fumaça de grandes fogueiras erguidas nas margens, nas quais lançavam pimenta.”
- E esta, vovó! Acudiu Pedrinho. Então já conheciam o uso dos gases asfixiantes?
Tirado do livro de Monteiro Lobato: “Aventuras de Hans Staden” página 11
Editora Brasiliense-3ª reimpressão-2001
2) Após a leitura, o professor propõe que os alunos comentem:
a) as reações dos nativos contra os ataques do explorador;
b) a percepção equivocada da história tradicional sobre a imagem romântica do índio, que “ como “ bom selvagem” só sabia comer gente”;
c) a visão de que o índio foi um personagem passivo na história, submisso às atrocidades do invasor, que foge para o interior em busca da sobrevivência.
d) o que devemos fazer para mudar a mentalidade preconceituosa em relação à história brasileira.
4ª atividade:
1) O professor organiza a turma em grupos e orienta-os para que escrevam um texto seguindo as orientações:
1º grupo: Escrever uma carta ao historiador Paulo Martinez comentando o texto que ele escreveu e que foi lido na 2ª atividade dessa aula;
2º grupo: Escrever um artigo de opinião sobre a nova visão do descobrimento do Brasil;
3º grupo: Escrever um conto com o título: A história do Brasil passada a limpo e que comece com a expressão ERA UMA VEZ;
4º grupo: Escrever uma notícia sobre um acontecimento envolvendo os índios na época do descobrimento.
5º grupo: Escrever uma história em quadrinhos envolvendo os índios e os portugueses.
2) O professor socializa as produções, faz os comentários necessários e organiza a exposição dos textos da turma em um mural.
Recursos Complementares
Avaliação
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, as discussões, a montagem do texto, os debates, a leitura da imagem, os trabalhos em grupo, as produções dos diferentes textos, as intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
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