A fluência na leitura
Propostas de atividades didáticas
para trabalhos com fluência em leitura.
A fluência na leitura se refere à habilidade de ler um texto com precisão, velocidade e expressividade adequadas.
Os pesquisadores têm voltado a sua atenção para esta habilidade, já que existe uma correlação entre as habilidades de fluência e de compreensão na leitura.
As pesquisas sugerem que as crianças que não desenvolvem a fluência cedo em sua escolarização estão mais sujeitas a vivenciar dificuldades de leitura e de compreensão nos anos escolares subsequentes.
Quando a criança lê muito lentamente ou de maneira hesitante, o texto se torna um grupo de palavras ou frases soltas; há uma dificuldade em recordar o que foi lido e em extrair o seu significado.
Já a criança que desenvolve uma boa fluência em leitura é capaz de colocar seu foco e sua atenção na compreensão do texto.
A fluência em leitura inclui processos perceptuais, fonológicos, ortográficos e morfológicos ao nível da letra e da palavra, bem como dos processos semânticos e sintáticos ao nível da palavra e do texto.
No entanto, cabe ressaltar que, apesar da fluência na leitura ser uma habilidade necessária, a compreensão do sentido de um texto não depende exclusivamente dela.
Níveis de fluência segundo o National Assessment of Educational Progress – NAEP, 2002 (EUA)
Nível 4 – fluente: lê principalmente em grandes blocos de palavras com significado.
Embora possam ocorrer alguns desvios, regressões e repetições, eles não alteram a estrutura geral do texto.
Há preservação da sintaxe do texto e a leitura é feita com uma interpretação expressiva.
Nível 3 – fluente: lê principalmente em grupos de frases de três a quatro palavras.
Alguns pequenos agrupamentos podem estar presentes e a maioria das frases parecem apropriadas e preservam a sintaxe do texto.
Há pouca ou nenhuma interpretação expressiva.
Nível 2 – não fluente: lê principalmente em blocos de duas palavras e, algumas vezes, em grupos de três ou quatro palavras.
O agrupamento de palavras lido pode parecer fora de um contexto maior (da sentença ou do trecho lido).
Nível 1 – não fluente: lê principalmente palavra por palavra.
Frases de duas ou três palavras podem ocorrem, porém não são comuns e/ou não preservam a sintaxe da língua.
Como desenvolver a fluência na sala de aula?
1. Modelo de leitura fluente
O professor é modelo de leitura fluente e deve ler em voz alta para os alunos, muitas vezes e com grande expressão.
Deve preparar-se para essa leitura.
É importante expor os alunos a uma grande variedade de gêneros (poesia, trechos de discursos, contos de tradição oral etc.) e textos de boa qualidade.
Após uma sessão de leitura em voz alta, o professor verifica se os alunos observaram a forma como ele leu e converse com eles sobre como um leitor pode manter o ouvinte envolvido.
2. Leituras repetidas
O professor faz leituras repetidas de um mesmo texto curto.
O texto deve ser projetado para os alunos (ou escrito na lousa) e eles também devem receber uma cópia.
Após a leitura, o professor verifica se os alunos notaram seu comportamento de leitor fluente.
Por exemplo, a capacidade de ler várias palavras juntas em uma respiração (fraseado), a velocidade de leitura, a entonação (a ênfase a determinadas palavras ou frases), o respeito à pontuação.
3. Leitura eco
Na leitura de eco, o professor ou outro leitor fluente lê uma frase ou parágrafo de cada vez, enquanto o estudante acompanha com o dedo.
Assim que o adulto fizer uma pausa, o estudante repete a leitura da mesma frase ou parágrafo lido indicando com o dedo o que está lendo.
Após a leitura eco, os alunos fazem uma leitura coletiva do texto inteiro.
4. Leitura coletiva
Leituras em grupo são estratégias eficazes para a promoção da fluência, porque os alunos estão ativamente engajados e menos apreensivos sobre cometer um erro, o que geralmente ocorre quando leem sozinhos.
5. Leitura de poesias, trovas, letras de canções, trava-línguas, parlendas
O professor seleciona poesias, trovas, letras de canções, trava-línguas e parlendas bem conhecidas para que os alunos leiam em voz alta individualmente ou no coletivo.
6. Jogral
Cada aluno é encarregado de ler um verso ou estrofe de um poema.
Para isso devem ensaiar bastante e caprichar na entonação e na expressividade.
7. Leitura de palavras com sílabas não canônicas ou de significado desconhecido
Alguns alunos têm dificuldade em decodificar palavras com determinadas sílabas (trans / ins / etc.).
O mesmo pode ocorrer com palavras desconhecidas.
Nesse caso, antes de propor a leitura de um texto que contém palavras com essas características, o professor escreve essas palavras na lousa, explica seu significado e faz a leitura delas com os alunos algumas vezes até que se tornem familiares.
8. Preparação para a leitura
Antes de pedir uma leitura em voz alta o professor faz uma preparação para a leitura.
Isso envolve a contextualização (autor, época, lugar) e ativação de conhecimentos sobre o texto (o que os alunos já sabem sobre o gênero, o tema, o autor, a época, o lugar etc.) e informações sobre esses mesmos aspectos dadas pelo professor.
Em seguida o professor pede uma leitura silenciosa em que o aluno deve assinalar dúvidas de vocabulário e compreensão.
Segue-se o estudo do vocabulário e o esclarecimento de dúvidas de compreensão.
Em seguida, faz-se a leitura em voz alta.
8. Teatro
O teatro é uma das melhores maneiras de promover a fluência.
Cada aluno recebe uma cópia do script para ler em voz alta.
Faz-se uma leitura coletiva do script.
Em seguida, pede-se a diferentes alunos que leiam diferentes partes do script.
9. Leitura de texto sem pontuação
Pede-se para o(s) aluno(s) ler(em) em voz alta.
Em seguida, o professor conversa com os alunos para verificar se perceberam o significado do texto ou trecho selecionado.
Pede-se, então, que coloquem a pontuação que considerarem necessária, para dar sentido ao texto. Solicita-se que leiam novamente em voz alta, respeitando a pontuação.
7. Telejornal ou jornal falado
Os alunos devem preparar-se para apresentar notícias como se fosse um telejornal ou noticiário de rádio.
O professor precisa ajudá-los na seleção das notícias e no ensaio da apresentação.
8. Diálogos
Os alunos devem preparar-se para ler diálogos escritos por eles ou extraídos de textos de outros autores.
9. Leitura de textos sem sentido
O professor propõe a leitura de textos sem sentido e, em seguida, conversa com os alunos sobre a dificuldade de “ler bem” sem compreender o texto.
10. Leitura de um texto de diferentes formas
Ler um mesmo texto de diferentes formas: alto, baixo, chorando, rindo, assustado, com soluços, bêbado, gritando, com muito sono, furioso, como um político etc.
Ler o texto mudando a velocidade: nos parágrafos pares, ler devagar, nos ímpares, ler rápido.
Bibliografia:
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