Contos mais receitas
Histórias de dar água na boca
Rosane Pamplona
A SOPA DE MEIAS
Era uma vez uma mulher muito sovina, dona de uma estalagem. Uma noite em que ela estava fazendo uma sopa para o marido, que chegaria mais tarde, apareceu por lá um mendigo esfarrapado, pedindo pouso.
A mulher bem que queria mandá-lo embora, mas sabia que seu marido, homem generoso, ia ficar bravo se ela não ajudasse o mendigo.
Então, indicou-lhe um minúsculo quartinho de tranqueiras, que ficava logo atrás da cozinha.Ali, ele poderia passar a noite.
O mendigo se ajeitou,mas dali a pouco, faminto, começou a sentir o apetitoso cheirinho de sopa.
-Por acaso a senhora está fazendo sopa ?
- Imagine ! - disse ela, com medo de que tivesse que dividir a comida com aquele maltrapilho. - Estou é fervendo minhas meias !
Dali a pouco, deixando a sopa no fogo para quando o marido chegasse, a mulher foi deitar-se.
O mendigo então saiu do quartinho, foi até o fogão e tomou toda a sopa que estava na panela. Depois encheu a panela de água e pôs suas meias para ferver.
Quando o marido chegou, viu a panela no fogo e serviu-se da sopa. Qual não foi seu espanto ao ver cairem no prato aquelas meias esburacadas ! Muito bravo chamou a mulher, que veio correndo e logo entendeu a quem pertenciam as meias.
-Seu atrevido ! - gritou a mulher, chamando o mendigo.
- Como ousou fazer isso ?
- Mas o que foi que eu fiz ? Apenas pus para ferver as minhas meias junto com as suas. Como poderia imaginar que estava planejando serví-las como refeição a seu marido ?
Leitura de História:
Sopa de Pedras – Pedro Malasartes
Autor: Fabio Andrade Machado
• Reconhecimento do suporte (livro) e do gênero, no caso, um texto literário;
• Levantar e confirmar hipóteses sobre o enredo da história, durante a leitura;
• Levantar e confirmar hipóteses sobre o enredo da história, durante a leitura;
• Construir compreensão global da história;
• Avaliar afetivamente o texto realizando extrapolações.
Duração das atividades
1 aula (30 minutos)
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
• Disposição para a escuta de histórias
Os alunos devem conhecer a estrutura geral de contos.
Caso contrário o professor deverá apresentar para as crianças: como inicia um conto, o meio da trama e a finalização.
A estrutura dos contos pode ser quase sempre destacada, antes ou após a leitura da história.
Tal destaque auxilia o aprendiz na compreensão do texto lido.
Estratégias e recursos da aula
Atividade 1
Professor organize a turma em roda, criando um ambiente agradável para que as crianças vivenciem com prazer este momento da aula. Utilizar a sombra de uma árvore, o gramado ou o pátio da escola para criar este ambiente. Forrar um cantinho da sala com um tecido ou tapete também ajuda na criação de um ambiente para a “hora do conto”.
Inicie a leitura motivando seus alunos a “entrarem” na história: pergunte se já conhecem a história, o personagem, apresente-o, fale um pouco sobre as suas características etc. Busque levar as crianças a imaginar o que seria uma sopa de pedras, como isso é possível, se alguém já tomou uma sopa dessas, que gosto pode ter, e o que Pedro Malasartes quer conseguir com esta sopa?
Criado este momento de introdução da história é hora de iniciar a leitura. Procure usar variações de sons (alto, baixo, grave, agudo), de acordo com os movimentos do enredo, e de acordo com os recursos que as palavras e expressões do texto podem proporcionar.
A Sopa de Pedra – Pedro Malasartes
Uma vez, Pedro Malazartes, mineiro sanfoneiro, caipira famoso pela sua esperteza, foi chamado para resolver um caso interessante: as crianças de um pé de serra, lugar muito bonito e cheio de hortas e pomares bem cuidados, não queriam comer legumes e verduras de jeito nenhum.
Seus pais resolveram pedir para Pedro Malazartes inventar um jeito de elas comerem.
E Pedro, com seu jeito manso de Jeca, lá se foi. Reuniu a criançada e pitando seu cigarro de palha, perguntou:
- E aí, meninada! Vamos tomar uma sopa?
As crianças viraram a cara, de má vontade, mas perguntaram de que era a sopa.
- Sopa de Pedra! Minha maravilhosa Sopa de Pedra. Vem gente do mundo inteiro provar...
As crianças ficaram com os olhinhos brilhando de curiosidade. E Pedro continuou:
- Mas para tomar a Sopa de Pedra, prá ela ter maior sabor, vocês têm que ajudar a fazer.
Vamos dividir a turma de vocês em três grupos.
O primeiro vai buscar a água do rio e colocar aqui, no meu tacho.
Mas tem que ser a água limpinha, lá mesmo da nascente.
O segundo grupo vai catar as pedras no rio, mas só podem ser redondas.
Oval, triangular ou quadrada não servem.
E o terceiro grupo vai pegar legume e verdura da horta...
Lá se foram as crianças, cantando pelo caminho ao executar as suas tarefas:
Minha sopa de pedra
tem melhor sabor...
Boto legume da horta,
só pra dar cor...
Verdura fresquinha,
um bocadinho só...
Boto água do rio,
prá ficar melhor.
E assim, Pedro foi comandando aquela difícil tarefa...
Quando uma criança trazia uma pedra que não era redonda, redondinha mesmo, Pedro mandava voltar.
E nisso, o tempo ia passando.
As crianças com uma fome!...
Iam e voltavam várias vezes da nascente para encher as cumbuquinhas de água limpa e jogar no tacho de Pedro.
E os legumes cozinhando, misturando as cores...
E Pedro mexendo e cantando...
E as pedras fazendo barulho no fundo.
E o cheirinho estava danado de bom...
Não é que a Sopa de Pedra cheirava bem?
Quando ficou pronta, as crianças tomaram sofregamente a sopa e adoraram!
Um menino, mais esperto, que até parecia filho do Pedro Malazartes, perguntou:
- Pedro, e as pedras?
- Uai, menino!
As pedras são pesadas.
Ficam no fundo, só para dar gostinho...
Professor utilize o recurso de parar a história no meio e pedir que as crianças façam previsões sobre o que poderá acontecer com os personagens, como por exemplo: se as crianças irão ou não tomar essa sopa, que gosto ela terá, se Pedro Malasartes conseguirá o que quer?
É importante que as hipóteses levantadas pelas crianças sejam comentadas depois da leitura, ou seja, se as hipóteses se confirmam ou não.
Ao concluir a leitura, aponte o que as crianças descobriram e o que aconteceu de forma diferente do esperado. Discuta também com seus alunos a intenção real de Pedro Malasartes.
Atividade 2
Conclua este momento deixando disponível vários livros para que as crianças tenham contato com as histórias impressas.
Se possível, forneça alguns livros com outras histórias do Pedro Malasartes.
Participe deste momento de leitura com as crianças, lendo outras histórias para elas ou solicitando que elas leiam para você.
Recursos Complementares
• Traga também para as crianças a história contada por Bia Beltran.
• Sugestão de leitura: As aventuras de Pedro Malasartes – Julio Emilio Braz – Cortez Editora
(Observação: Este livro não contem a história da Sopa de Pedras, mas poderá ser um suporte para apresentar às crianças)
Avaliação
• Ao longo da leitura de história, avaliar a compreensão a partir do levantamento e confirmação, ou não, das previsões realizadas pelas crianças.
• Por meio da apreciação afetiva do texto ouvido (se gostou, comentários, extrapolações) o professor avaliará os aspectos relacionados à compreensão global da história.
Trabalhando com interpretação
de texto e receitas culinárias
Autor :Livia Fagundes Neves
O aluno poderá desenvolver suas habilidades de leitura, escrita e interpretação, articulando esses saberes com seus conhecimentos adquiridos a respeito do gênero receitas.
Duração das atividades
Aproximadamente 2 aulas de 50 minutos cada.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O aluno deverá ter tido contato com o gênero receitas, reconhecendo suas especificidades.
Será necessário, ainda, que o aluno tenha a noção de paragráfo, travessão para falas e já possua familiaridade com o código escrito.
Estratégias e recursos da aula
Momento 1
Leitura do texto "Sopa de pedra" individualmente.
Um dia, Pedro estava com fome e bateu à porta de uma velha rica. Mas a velha pão-dura exclamou:
__ Já jantei e não sobrou comida!
Pedro respondeu:
__ Não faz mal! Se a senhora me emprestar uma panela com água e o fogo, faço uma sopa de pedra.
A velha ficou curiosa:
___ Sopa de pedra? Nunca ouvi falar nisso.
A velha acendeu o fogo, encheu uma panela com água.
Pedro jogou uma pedra dentro da panela e colocou-a no fogo.
Depois Pedro disse:
__ A sopa vai ficar boa, mas ficaria uma delícia com cebola e sal.
A velha deu a cebola e o sal para pedro.
Pedro provou a sopa e falou:
__Puxa! Se tivesse um pedaço de carne, tomate, umas batatas e repolho, ficaria melhor ainda!
__ A velha foi dando tudo o que Pedro pedia.
Pronta a sopa, Pedro tirou a pedra e começou a tomá-la.
Pedro serviu um prato cheio e deu-o para a velha. Ela exclamou:
__ Ora, vejam só! Pois não é que a tal sopa de pedra é boa mesmo?!...
(Adaptação - O pulo do gato)
Momento 2
Atividades relacionadas ao texto.
O professor proporá as seguintes atividades (em uma folha a parte para ser recolhida):
1) Numere os parágrafos do texto. São quantos parágrafos?
2) Invente um outro título para a história.
3) Copie as falas dos personagens:
Pedro:
Velha
4) Vamos organizar a receita que Pedro fez?
Título:
Ingredientes:
5) Invente um rendimento para a sopa:
6) Dê respostas bem completas:
a) Por que a velha não gostava de dar comida para os convidados?
b) No final da história, Pedro continuou com fome? Por quê?
c)O que aconteceu com a pedra no final da história?
d) A velha era pobre ou rica?
7) Complete com Pedro ou velha:
* Acendeu o fogo: ___________
* Colocou a panela no fogo: _______
* Colocou a panela no fogo: _______
* Quem era curioso? _________
8) Marque V ou F:
() A velha não gostou da sopa depois de pronta.
() Pedro era muito esperto.
() Pedro fez a sopa no caldeirão.
() A velha gostava de dar comida para os outros.
Avaliação
Os alunos deverão realizar as atividades individualmente, com o auxílio da professora que deverá orientá-los a todo momento, explicando cada passo da atividade.
As atividades propostas serão recolhidas para que o professor possa observar as respostas dos alunos, suas dificuldades, inclusive àquelas em relação a escrita. Nesse momento, o professor poderá elencar quais as dificuldades ortográficas mais apresentadas para um trabalho posterior com as mesmas.
Outra versão da mesma história
CONTOS PORTUGUESES
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