Histórias de dar água na boca
Rosane Pamplona
Já recomendei este livro anteriormente.
Como encontrei mais informações interessantes,trouxe-o novamente.
RESENHA
Esse livro não é simplesmente um livro de receitas: nele, as palavras e as histórias são oferecidas ao leitor para que sejam saboreadas com o mesmo prazer com que ele provaria os quitutes que Rosane Pamplona nos ensina a preparar.
Cada receita vem acompanhada de uma história e de comentários da autora, contando os muitos causos de sua vida que se misturaram ao sabor de sua comida.
Entre as narrativas que se misturam à receita, podemos encontrar desde lendas da tradição popular brasileira e europeia até mitos indígenas, contos de fada e histórias consagradas da mitologia grega.
Histórias que possuem em comum o fato de pertencerem à tradição oral, de terem sido muitas vezes contadas e recontadas; próprias a serem contadas à beira da cama, ao redor do fogo e, principalmente, numa cozinha cheirando a comida ou numa mesa repleta de pratos deliciosos.
COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA
Em Histórias de dar água na boca, a palavra escrita aparece de maneira livre, solta: a mistura de gêneros e de textos de diferentes origens oferece dinâmica ao livro, mostrando ao jovem leitor que a leitura não é necessariamente um ato solitário, puramente intelectual, mas que ela se mistura à vida e aos seus sabores.
Os comentários de Rosane alinhavam os contos e as receitas: de maneira bem-humorada, levam o tempo todo em conta o leitor, conversando com ele, dando pequenos conselhos, remetendo a outros pratos, outros episódios e outras histórias.
A estrutura dinâmica do livro guarda a marca da maneira informal como a obra surgiu: a partir de uma apostila com algumas das receitas preferidas da autora, com a qual ela costumava presentear os amigos.
Receitas que Rosane não resistia a misturar a comentários e histórias.
Áreas envolvidas: Língua Portuguesa
Temas transversais: Pluralidade cultural
Público-alvo: leitor fluente
PROPOSTAS DE ATIVIDADES
Antes da leitura:
1. Adiante a seus alunos o título do livro que vão ler. Será que suspeitam que se trata de um livro de receitas?
2. Deixe que seus alunos folheiem o livro. Estimule-os a identificar quais são os diferentes gêneros de texto que a obra apresenta: receitas, contos de fada, narrativas mitológicas etc.
3. Leia com os alunos a apresentação da autora, na qual ela nos diz por que, afinal, além de um livro de receitas esse é um livro de histórias.
4. Pergunte aos alunos quem gosta de cozinhar e se têm o hábito de ajudar os pais a preparar comida em casa. Quais são os pratos que eles mais gostam de fazer?
5. Veja se a turma sabe qual a estrutura de um texto de receitas. Estimule-os a se lembrar dos dois principais tópicos nos quais a receita é dividida: ingredientes e modo de preparar. Além dessas podem também aparecer outras informações, como tempo de preparo, observações, valor nutricional, grau de dificuldade etc.
Durante a leitura:
1. Chame a atenção dos alunos para a divisão dos capítulos que a autora apresenta na abertura do livro: há sempre uma introdução com comentários pessoais da autora, em seguida um conto e, por último, uma receita. Estimule-os a, enquanto leem, perceberem, a cada capítulo, como essa estrutura se materializa: qual é o comentário da autora? Qual é o conto narrado? Qual é a receita?
2. Desafie-os, ainda, a descobrir, a cada capítulo, o que existe em comum entre cada um dos três textos. Nem sempre os três tratam do mesmo prato.
3. Em diversos momentos do livro, a autora faz referência a outros contos e histórias ligados aos temas de que fala, como o conhecido conto de fadas João e Maria. Peça aos alunos que façam um pequeno inventário das histórias que a autora comenta, mas que não aparecem no livro. Quais delas conhecem?
4. Peça aos alunos que atentem para a maneira como a autora organiza suas receitas.
Veja se eles percebem que, além dos tradicionais ingredientes e modo de preparar, a autora cria outras pequenas seções, como o mais difícil, para sua saúde etc.
5. Estimule a turma a atentar para as divertidas ilustraçõe presentes no livro, procurando perceber as relações que existem entre o texto e a imagem.
Depois da leitura:
1. Além de autora de livros, Rosane Pamplona é contadora de histórias. Para contar histórias oralmente, há uma série de coisas que o contador deve saber para prender a atenção dos ouvintes e tornar sua narrativa interessante: deve brincar com o ritmo da narrativa, trabalhar as vozes das personagens, criar atmosfera.
Converse um pouco sobre isso com os alunos e proponha que, em pequenos grupos, eles escolham sua história preferida do livro para recontar para a classe. Estimule-os a usar os mais diferentes recursos para tornar sua narrativa interessante (sonoplastia, figurinos, objetos de cena etc.). Dê-lhes um tempo para preparar a leitura e marque um dia de apresentação para a classe.
2. No dia da apresentação, cada grupo poderia ficar encarregado, ainda, de preparar junto uma das receitas do livro para trazer para a classe. Lembre-os de prestar atenção nas dicas da autora na apresentação do livro e no decorrer de cada receita. Diga a eles que peçam a ajuda de um adulto, se necessário.
3. O segundo capítulo do livro apresenta a divertida história O homem que enganou o diabo. Trata-se de uma narrativa que tem muitos elementos em comum com diversas narrativas tradicionais: nos contos populares, o diabo costuma ser passado para trás inúmeras vezes. Traga para a turma algumas outras narrativas nas quais a personagem principal trapaceia o diabo e proponha que os alunos observem as semelhanças e diferenças entre elas.
No Brasil, há diversas narrativas de Pedro Malasartes que seguem essa estrutura. No conto popular “Histórias de Branca Flor”, de origem portuguesa, o protagonista só consegue salvar sua alma porque a bela filha do diabo se apaixona por ele. No livro Fábulas italianas, de Ítalo Calvino, o conto “Nariz de prata” é um exemplo de como uma mulher esperta pode passar o dito-cujo para trás.
4. No capítulo “As princesas das ervilhas”, o texto escolhido, diferente dos demais que compõem o livro, não é um conto de fadas ou um conto tradicional, mas sim uma divertida e verídica carta, que brinca o tempo todo com a substituição das palavras adequadas à frase por trocadilhos com nomes de legumes: “Hoje cedo vi lágrimas nos seus alhos. Que couve? Algum pepino? Me conte, andaram falando abobrinhas na tua segurelha? Ou foi aquela velha escarola da Betty Rabs que disse que você engordou?
Que quiabos! (…)”. Releia com os alunos essa divertida carta e proponha que, em duplas, eles escrevam a resposta de Ana Ervilha à Horta Alice –– continuando a mesma brincadeira, é claro.
5. O conto “O pomo da discórdia” narra o começo da Guerra de Troia, narrativa mítica que é abordada em dois dos poemas épicos mais importantes da humanidade: A Ilíada e A Odisseia, de Homero. Peça que a turma faça uma pesquisa a respeito dessas duas obras e tente descobrir como, afinal, deu-se o desenrolar dessa história.
6. A história de Eros e Psiquê apresenta muitos elementos em comum com a narrativa de A Bela e a Fera, conto de fadas escrito por Madame Jeanne-Marie de Beaulmont. Leia para seus alunos essa versão do conto e peça que tentem identificar esses elementos comuns.
7. Como Rosane nos mostra nesse livro, a comida está sempre ligada a muitas histórias e a pessoas importantes de nossa vida.
Proponha que cada aluno converse com sua família e descubra uma história interessante que esteja ligada a um prato de comida.
Peça então que cada um deles siga o exemplo da autora do livro e reconte essa história à sua maneira, com os seus comentários pessoais e, a seguir, escreva a receita do prato em questão.
8. Que tal criar um livro de receitas e histórias da turma, reunindo os textos escritos pelos alunos, encadernando-os e tirando cópias para toda a classe?
Fonte
Você pode encontrar o livro aqui:
Sequência didática
Saberes e sabores: a produção de
um conto sobre o prato predileto
Objetivos
- Estabelecer conexões entre textos de diferentes gêneros e vivências.
- Distinguir textos ficcionais de não ficcionais.
- Produzir texto levando em conta as características dos gêneros.
Conteúdos
- Estrutura dos gêneros.
- Denotação e conotação.
- Produção de relatos e contos.
- Revisão e edição de textos.
Tempo estimado
Cinco aulas.
Material necessário
Textos ficcionais e não ficcionais, caderno e folhas para escrever.
Desenvolvimento
1ª etapa
Selecione textos curtos, ficcionais e não ficcionais, que tratem ou não de um mesmo tema. Leia-os com a turma e anote no quadro-negro as características essenciais de cada um: o toque subjetivo e poético do texto literário, o uso figurado das palavras e as repetições expressivas de palavras ou sons (se houver) - no texto não ficcional, por exemplo, as situações reais e os posicionamentos do autor.
Flexibilização de recursos
Para o aluno com deficiência auditiva e visual parcial, providencie cópias ampliadas dos textos na íntegra. Digite-os em corpo 26 ou maior, em negrito e espaço duplo. Uma alternativa é a cópia a mão com caneta hidrográfica e letra bastão grande e espaço duplo. Se necessário, prepare um texto ampliado com as anotações destacadas com cores. Para acompanhar as marcações no quadro, o aluno já deve estar sentado na frente e no centro da sala.
2ª etapa
Escolha um tema de interesse da turma e faça uma nova seleção de textos nas duas categorias. Uma possibilidade é usar o livro Histórias de Dar Água na Boca, de Rosane Pamplona (104 págs., Ed. Moderna, tel. 0800-172-002, 28,90 reais), que reúne textos de gêneros diferentes, além de receitas. Fale sobre o tema a ser abordado e verifique o que sabem a respeito. Apresente o título do livro e peça que cada um escreva o que imagina que a leitura conterá.
Flexibilização de recursos
Os alunos deficientes auditivos e com baixa visão podem escrever também com letras grandes.
3ª etapa
Observe com os alunos as características linguísticas de um texto não ficcional. Num relato de experiência vivida, chame a atenção para o uso da primeira pessoa e para as reflexões sobre o que ocorreu. Se for um artigo científico, um verbete ou uma entrevista, destaque informações, argumentos e explicações. Se o texto for em verso, mostre como descobrir sentidos, refletindo sobre as palavras e a organização, e explore os sentidos denotativos e conotativos das palavras. No caso da prosa, mostre como os personagens são caracterizados, a importância das marcas temporais, o foco narrativo e o espaço.
Flexibilização de recursos
Utilize textos ampliados, como na 1ª etapa, e faça marcas coloridas para as características que forem observadas oralmente. Dessa forma, o aluno poderá acompanhar visualmente.
4ª etapa
Produção de um relato. Se o tema escolhido foi alimentação, peça que os estudantes escrevam sobre uma ocasião em que foi servido seu prato predileto. Ajude-os no planejamento. Peça que façam uma lista de itens que descreva a atmosfera. Eles devem citar, por exemplo, o odor que se espalha pela casa durante o preparo e qual foi essa ocasião.
Flexibilização de tempo
O aluno com deficiência pode ter um tempo maior para a produção do texto e, se necessário, concluí-lo no contraturno.
5ª etapa
Produção de um conto sobre o prato predileto. Cada um faz uma ficha com as características dos personagens, o conflito e a solução dele. Só depois o conto é iniciado. Os conteúdos estudados nas atividades de leitura devem ser recuperados. No fim, o conto "pode ser servido" aos colegas e aos familiares.
Flexibilição de conteúdos
Como tarefa de casa ou na sala de recursos, peça que o aluno acompanhe o preparo de uma receita culinária, experimente os ingredientes e estabeleça relações dos sabores, odores e da própria experiência com verbetes e expressões para servir de subsídio na elaboração do conto.
Avaliação
Peça que os alunos relatem como foi a leitura do conto para os familiares. Organize uma tabela com os conteúdos de leitura e de produção escrita trabalhados e assinale os que foram atingidos plenamente, parcialmente ou não atingidos. A tabela permite que você tenha um quadro do aproveitamento da turma e também de cada aluno e decida o que deve ser retomado.
Consultoria: Cláudio Bazzoni
Assessor de Língua Portuguesa da prefeitura de São Paulo
Gracielle Souza Silva
Professora da Escola Classe 214 Sul, de Brasília, DF
História sobre índios, milho,bolo de coco....
Enfim,uma delícia de sabor e saberes.
Apreciem!
Histórias de dar água na boca
Rosane Pamplona
Jonas Ribeiro
Na Vila Comilança
todo dia tem festança
E Dona fulaninha
nem entrou para a cozinha
porque não tinha ninguém.
Só três fantasmas do além,
que descobriram com o beijo
um baita pedaço de queijo e...
Bom, a gostosura é tanta
que, depois de folhear, ou melhor, deliciar-se com este livro
de gostinho de salada de fruta,
você correrá direto para a
escola com água na boca.
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Maravilha por isso é que estou sempre por aqui.Obrigada
ResponderExcluirObrigada.Volte sempre.Deixe sugestões.
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