Uma Escola Assim eu Quero pra Mim
"Ele é superdivertido. Aqui vai um resumo: Rodrigo não falava como menino da cidade. Sabia histórias de caboclos, de animais e de plantas. Na escola era proibido falar diferente.
Dona Marisa não admitia erros. Um belo dia, chegou dona Celinha. Com ela, as histórias, os desenhos, as poesias, o violão, invencionices que não acabavam mais. No lugar da proibição, a criação. Quem não quer uma escola assim?"
Autor: Elias José. Editora: FTD
Na escola da cidade, há meninos e meninas de todas as origens.
Rodrigo, que veio da roça, tem uma maneira de se expressar que difere da de seus colegas. Isso é motivo de chacota e de implicância por parte de sua professora e dos colegas.
Rodrigo sofre, se cala e cogita voltar para a roça, onde é bom em suas habilidades.
No entanto, entra em cena outra professora que age de modo diferente e ajuda Rodrigo a desabrochar como aluno, longe de medos ou inibições.
Em Uma escola assim, eu quero pra mim, Elias José aborda a recepção do outro, o preconceito, a aceitação da diversidade já na fase da infância e do aprendizado escolar.
Essa história traz um fato da realidade: o medo. Ele leva crianças e adultos a terem medo de se expressar, medo de aprender, onde professores tentam passar a explicação de maneira que acham que todos devem aprender e se expressar para eles.
Essa história nos mostra que nem as caras, nem o s medos nos deixam aprender, se nós mesmos não nos deixamos levar por isso e ter vontade de aprender mais e mais.
Em uma parte da história, a professora mostra que as palavras têm sentido a ver com uma palavra forte, a “inteligência”, em que cada um que olhasse para perceber tem uma maneira diferente do outro de aprender nessa vida.
Recomendo este livro, porque gostaria que todos os alunos e professores o lessem, para que os alunos modificassem a maneira de ser na sala de aula – dar opinião e interagir com o professor, e para que todos os professores não se deixassem levar pela “cara” dos alunos, por exemplo, os “bagunceiros”, e mostrassem para eles que a leitura nos faz crescer, amadurecer futuramente.
Na nossa vida, cada um de nós temos valores que nós mesmos não sabemos.
Leia atenciosamente as questões e responda:
Rodrigo veio do sítio para a escola doidinho para aprender e descobrir os segredos que havia no encontro das letras. Leio o diálogo dele com a professora.
— Rodrigo, trouxe os exercícios da semana passada? Perguntou ela, cumprindo a promessa de cobrar.
—Eu truce, mas o di onti eu num consegui...
Nem acabou a frase e dona Marisa berrou:
— Repita: eu trouxe, mas o de ontem não consegui.
Rodrigo repetiu certinho, mas tremendo, vermelho e gaguejando. A sala morria de rir. Rodrigo queria morrer, sumir, virar inseto e voar.
— E por que não conseguiu? — perguntou dona Marisa, furiosa.
— Tive uns problema e num tinha mi insinassi.
Elias José. Uma escola assim eu quero para mim. São Paulo, FTD, 1993.
Agora responda.
a) A língua reflete as diferenças entre os grupos de falantes. Por que Rodrigo fala diferente da professora?
b) Você acha que Rodrigo deve aprender a falar e a escrever na linguagem culta? Por quê
1. Por que podemos afirmar que cada falante é ao mesmo tempo usuário e agente modificador de sua língua?
2. O que é variedade lingüística?
3. O que determina a variação lingüística?
4. Por que, no Brasil, há grandes contrates na utilização da Língua Portuguesa?
5. Qual a sua opinião sobre o preconceito lingüístico?
6. Você acredita que as pessoas podem aprender mais, enriquecerem mais seu vocabulário se conversarem com outras que possuam a mesma escolha vocabular, as mesmas preferências, a mesma pronúncia e entonação ou se observarem falantes que utilizam a língua de maneira diferente?
A participação da sociedade no espaço escolar:
reconhecimento das diferenças nas singularidades
Marcelo Bezerra Martins
Como a escola é o principal eixo norteador da intermediação sociedade/indivíduo/instituição, a família recorre a esse espaço justamente para que a criança, ao adentrar no seu contexto, sinta-se à vontade e familiarizada, vendo-a como uma extensão social; urge, pois, à escola propiciar o pleno intercâmbio entre os variados setores sociais, a fim de que se consiga um arcabouço que permita às crianças e jovens a compreensão do espaço que lhes cerca, dos desafios que irão encontrar e como superá-los.
A escola é, em suma, formadora de opiniões, pois a multiculturalidade em seu cotidiano é ora instigante ora excludente; através desta pode-se criar determinismos e, assim, inferir que algo é superior ou inferior. Grosso modo, criam-se os conflitos dentro do espaço escolar e boa parte dos educadores não conseguem entendê-los, haja vista a ínfima formação humana adquirida nas vivências educacionais, em virtude de não alcançar a articulação indispensável do quefazer pedagógico: vivência social embutida na vivência acadêmica.
Elias José, na sua obra Uma escola assim eu quero para mim, retrata, a partir da visão de um aluno, a história de muitos que já foram deturpados e marginalizados por ter uma cultura adversa à elitista, mostrando fielmente o quanto a escola pode contribuir para o desprestígio social e a manutenção das infindas desigualdades culturais.
Assim, nega o saber produzido socialmente e construído a partir da história dos cidadãos e cidadãs que concederam a essa mesma escola a oportunidade de inserir culturas diversas num só espaço.
Vejam matéria completa aqui:
Adaptação da história: uma escola assim, eu quero pra mim de Elias José
http://www.4shared.com/document/VxP4AlRU/Uma_Escola_Assim_eu_Quero_Pra_.html
Os participantes da história de hoje são:
Narrador: Rodrigo veio do sítio pra começar a estudar. Ele estava doidinho pra aprender a ler. Mas desde o primeiro dia já não foi com a cara da professora. Um dia Rodrigo foi responder uma pergunta para a professora e disse:
Rodrigo: Dona Marisa “nóis fumo”
Narrador: A professora o mandou repetir “nós fomos” umas dez vezes. Toda a classe caiu na gargalhada. (risadas de curtição). Rodrigo juntou os objetos e saiu chorando da classe. A diretora quis saber por que ele estava chorando. Foi então que ela explicou para Rodrigo:
Diretora: Olha Rodrigo, a Dona Marisa anda nervosa porque está grávida e sempre tem partos difíceis. Só que isso não dá a ela o direito de tratar você assim. Amanhã ela vai sair de licença e vem a dona Celinha substituí-la, uma professora nova, boazinha e muito alegre. Vocês vão gostar muito dela. Espere para ver...
Rodrigo: Num vai dá não diretora! Eu sô burru. Num vô aprendê memo.
Diretora: Você é inteligente e vivo. Só de olhar, eu conheço menino assim. Com o tempo, você arrumará amigos e vai se acostumar aqui na cidade.
Narrador: Sofrendo, Rodrigo resolveu esperar a nova professora.
Narrador:No outro dia,(tempo) Dona Celinha chegou, toda animada e foi logo dizendo:,
Dona Celinha: Bom dia turma! Sou a nova professora de vocês! Quero que vocês me contem os seus nomes, onde moram o que mais gostam aqui na escola e quais as dificuldades que vocês têm.
Narrador:Rodrigo só falou o seu nome. Não quis continuar, e dona Celinha disse que não tinha importância, outro dia ele falaria. Ela chamou quem ficou rindo de bobo- alegre.
Narrador: Ao final das apresentações, Dona Celinha disse:.
Dona Celinha: Vocês vão ver como é bom e belo saber ler. Como é gostoso sair por aí descobrindo as palavras. Vocês vão viajar com as histórias encantadas dos livros.
Narrador: A turma foi rindo com ela e gostando muito. Rodrigo ficava só observando tudo com desconfiança.(pausa) A professora continuou:
Dona Celinha:Bem, agora vou mostrar uma caixa mágica que trouxe. (suspense)
Narrador:Ela foi tirando da caixa vários livrinhos de histórias. Mostrava as capas, falava um pouco de cada um, deixando a classe curiosa.
Narrador: Dona Celinha arrumava mil formas de ensinar. Ela marcou uma sexta feira para todo mundo contar uma história vivida ou que escutou de alguém. Rodrigo faltou à aula, com medo de falar e ter que agüentar gozação e correção.
Num outro dia, sabem qual foi à surpresa?Dona Celinha apareceu com um violão! (toque de violão). Ela cantou bonito duas ou três músicas. A sala cantou em coro outras três. E Dona Celinha disse toda entusiasmada e desafiante:
Dona Celinha: Agora eu quero ver quem sabe tocar e cantar sozinho! A diretora estava do lado de fora escutando. Ela entrou na sala e foi logo dizendo:
Diretora: O Rodrigo sabe. A avó dele me contou que ele canta em todas as festas do sítio.
Narrador: Rodrigo tremia e gaguejava para dizer que não sabia cantar. Mas não adiantou a professora começou o refrão, acompanhada da diretora e de toda a sala:
Todos: (gritando) Canta- canta- canta- canta- canta- canta- canta –canta – canta!
Narrador: Acuado, ele justificou a negativa:
Rodrigo: Eu só sei cantá errando. Coisa de caipira, que professora gentil da cidadi num gosta.
Dona Celinha: Eu gosto sim!!!
Narrador: Disse a professora.
Narradora: E a diretora exclamou:
Diretora: Eu adoro! Também sou da roça menino!.
Narrador:Sem outro jeito, Rodrigo pegou o violão, acertou as cordas jeito dele (toque de violão) e soltou a voz:
Rodrigo: (canta um trechinho da música: Menino da porteira).
Narrador:Foi tanto bis que ele acabou cantando até o que não pediram. Na outra sexta de contar histórias, Rodrigo soltou a língua. Contou histórias vividas com caboclos, vacas, bezerros, família e plantas.
Os dias foram passando (tempo). Virava e mexia, havia festa na escola. Rodrigo passou a ser a maior atração nas festas. Mas o que deixava o menino mais louco de alegria é que já sabia ler de tudo, escrevia e amava muito a escola.
Tudo ia às mil maravilhas quando Dona Celinha passou o maior susto na turma. Ela chegou à sala dando a seguinte notícia:
Dona Celinha: Amanhã é meu último dia aqui na escola. O Marquinhos da dona Marisa já está crescido, e ela vai voltar. Vou sentir muita falta de vocês.
Todos: Ah não professora!.
Narrador: Foi tanto choro, tanta reclamação na diretoria, mas não teve jeito, no outro dia depois de uma festa de despedida, a Dona Celinha teve que ir embora. (música triste)
Narrador:No outro dia, Dona Marisa entrou na sala de aula mais solta e com a cara mais feliz. Tentou dar aula e falar da sua família, mas ninguém deu muita atenção. (Poinhoin) Com a turma toda falando junto, dona Marisa viu que teria de inventar outros caminhos... (plim).E foi ficando diferente, bonita, doce e feliz em ensinar...
Um passeio pela escola
Autor: Martins, Cláudio
Editora: Formato
Este livro conta a história de um menino que adorava observar tudo, e para isso, tinha uma luneta, mas era proibida a entrada dela em sua escola. Até que um dia, resolveu leva-la e ponto final. Chegando lá subiu no alto da caixa d'água e começou a admirar tudo, até que, de repente, leva um grande susto... O que será que aconteceu? Descubra você mesmo .
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