Os Elementos da Narrativa
no Teatro de Sombras
A imaginação como um requisito
indispensável para a criação
de um mundo melhor...
Autor: Cristiane Néri Horta
Professor, espera-se que ao fim das aulas propostas sejam alcançados os seguintes objetivos:
Produzir textos a partir de estruturas já conhecidas, utilizando os elementos da narrativa.
Praticar o processo de retextualização - escrita e revisão - a partir do texto produzido, verificando se há os elementos da narrativa.
Identificar as características da focalização (ponto de vista do narrador) e da modalização (voz narrativa), bem como o espaço, o tempo e o eixo progressivo.
Aprimorar a interpretação e a compreensão de textos lidos.
Ampliar o universo literário e relacioná-lo ao contexto sóciocultural de produção de um teatro de sombras.
Produzir uma peça teatral, fazendo as adaptações necessárias quanto o espaço, tempo e ação da narrativa para o teatro de sombras..
Conhecer a estrutura de um teatro de sombras.
Produzir um registro de memórias de todo o estudo sobre o teatro de sombras, utilizando o ambiente escolar para afixar tais registros.
Perceber a importância de se estar atento à situação comunicativa, que envolve: interlocutores, contexto, finalidades e outras circunstâncias de interlocução.
Conscientizar-se de que as escolhas que ele faz ao produzir um discurso não são aleatórias, mas decorrentes das condições em que o discurso é realizado.
Problematizar diferentes pontos de vista através de encenações.
Estimular a exposição em público.
Instigar os alunos a buscarem por si mesmo suas fontes de conhecimento, através da pesquisa e da observação.
Desenvolver a integração, a descontração e a ação solidária entre os alunos.
Duração das atividades
6 aulas ou encontros de 1 hora e 40 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
. Habilidade de comunicar com concisão informações de seu interesse.
. Domínio do registro linguístico adequado aos propósitos do trabalho proposto.
. Reconhecimento da função do uso de um determinado suporte textual.
. Identificação, nos suportes, de fontes de informação.
. Habilidade de identificação de informações explícitas.
Além dos conhecimentos acima, é preciso que os alunos já conheçam o que é uma resenha, a estrutura e as características de um texto teatral e de um texto narrativo.
Estratégias e recursos da aula
Aula 1: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)
Professor,
Inicie as aulas, apresentando a resenha do livro “O menino que espiava pra dentro” de Ana Maria Machado.
O Menino Que Espiava Pra Dentro
Lucas gosta de usar sua imaginação.
E que imaginação!
Com ela, Lucas aprende a criar um mundo melhor, onde tudo é liberdade.
Constrói os cenários mais extraordinários, muda de personalidade, banca o corajoso, conforme lhe dá vontade. Mas será que dá para viver só de imaginação?
Caso tenha um exemplar desse livro, seria interessante que os alunos o lessem, para saber maiores detalhes da narrativa.
Faça um levantamento de hipóteses com os alunos sobre a história, registrando em cartazes para serem afixados no mural de sala ou escreva no quadro de giz:
. Quem participa da história?
. O que acontece na história?
. Quem conta a história?
. Onde a história se passa?
. Quando essa história se passa ou é contada?
. Como deve ser a história?
Note que as perguntas a serem feitas para os alunos, fazem referência aos elementos da narrativa que serão estudados durante as aulas.
Tendo as perguntas, juntamente com as respostas dadas registradas, faça a relação de cada pergunta ao elemento da narrativa: personagens, eixo progressivo, narrador, espaço, tempo e enredo.
Eis uma explicação de cada elemento na vídeo aula a seguir:
espaço, tempo e enredo. Eis uma explicação de cada elemento na vídeo aula a seguir:
Aula 2 : duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)
Professor,
Retome a resenha literária do livro. Peça que os alunos a releiam.
O Menino Que Espiava Pra Dentro
Lucas gosta de usar sua imaginação.
E que imaginação!
Com ela, Lucas aprende a criar um mundo melhor, onde tudo é liberdade. Constrói os cenários mais extraordinários, muda de personalidade, banca o corajoso, conforme lhe dá vontade.
Mas será que dá para viver só de imaginação?
Pergunte para os alunos:
.Que características poderia ter a personagem principal – protagonista do livro? (Liste-as no quadro de giz)
. Que mundo melhor o menino Lucas gostaria de viver?
Registre as respostas.
Divida a turma em grupos e peça que cada grupo liste o que deveria ter em um mundo ideal, melhor para se viver.
Ao final dessa atividade, peça que os grupos apresentem suas respostas para a sala. Nesse momento, liste as opiniões de cada um.
Proponha a criação de uma personagem que também idealizasse uma mundo melhor. Como ela seria? Menino ou menina? Seria criança, adolescente ou um adulto? Que características físicas e comportamentais ela teria?
Ouça as opiniões dos alunos. Faça as intervenções necessárias para assegurar a coerência das informações.
Escolham o melhor perfil dessa personagem: nome, características, o que gosta e o que não gosta de fazer e os motivos que a levaram a pensar e m um mundo melhor.
Aula 3: duas aulas de 50 minu tos (1 hora e 40 minutos)
P rofessor,
Após ter escolhido o/a personagem, as características e os motivos que a levaram a desejar um mundo melhor, peça que os alunos escolham o espaço e o tempo dessa história.
Que tipo(s) de dificuldade(s) a personagem escolhida poderia vivenciar para poder realizar o seu sonho de mundo melhor?
Liste as dificuldades sugeridas e promova uma votação de qual(quais) deveria(m) constar na história.
Com o enredo da história já organizado, divida a turma novamente em grupos para a elaboração da história.
Deixe que cada grupo escreva, apresente oralmente a produção de texto e, depois, caso seja necessário, peça que façam uma revisão textual, corrigindo as incoerências e as inadequações vocabulares e de sentido, bem como os erros ortográficos e gramaticais apontadas pelos outros grupos e por você também.
Defina o que é relevante destacar em função da sua turma e do nível de competência linguística e textual que apresentam e os seus objetivos de ensino.
Cada turma é uma turma.
Obs: Reserve tempo entre esta aula e a próxima para que os alunos possam trocar os textos entre si, redigir diferentes versões de sua escrita, até que tenham o que consideram o texto ideal e final.
Aula 4: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)
Professor,
Converse com seus alunos e pergunte:
. Se eles conhecem ou se já assistiram um teatro de sombras.
.Quem já brincou de fazer sombras na parede?
Apresente a eles um vídeo muito interessante que as pessoas se transformam em cenas, objetos e animais só com as sombras.
E um outro só com a utilização das mãos:
Depois de assistir aos vídeos, proponha transformar as histórias criadas pelos grupos em teatro de sombras.
Esta seria uma boa oportunidade de apresentar as produções dos alunos, de uma forma diferente e criativa.
Reorganize os grupos, afim de que eles transformem a história criada para um texto teatral.
Peça que escolham a melhor forma de apresentar através da sombra: eles mesmos fariam ou confeccionariam as gravuras para colocar como sombra.
Apresente aos grupos algumas sugestões de trabalho encontradas nos seguintes endereços eletrônicos:
Reserve os próximos encontros para a adaptação textual, criação do cenário, gravuras/fantoches de palito, escolha de músicas para fazer a trilha sonora da peça e para os ensaios.
Convide o professor da área da Belas Art es para auxiliar a tu rma nestes momentos.
Aulas 5 e 6 : quatro aulas de 50 minutos (3 horas e 40 minutos)
Professor,
Convide outras turmas para assistirem às apresentações das produções.
Se preferir, inicie as apresentações para os alunos menores.
Peça aos seus alunos que, antes de começar as encenações, expliquem como foi conduzido todo o trabalho até o produto final que assistiriam.
Convide os expectadores a visitarem a exposição de todo o trabalho. Peça a eles que ao saírem, registrem as impressões que tiveram. Esta é uma ótima forma de se avaliar também.
Depois, faça uma pesquisa de opinião com quem assistiu às apresentações para selecionarem a(s) melhor(es) história(s)/apresentação(apresentações).
Estas poderiam ser apresentadas em outras entidades ou instituições sociais de sua cidade, tais como: Lar de Idosos, Hospitais, Orfanatos, Creches ou outras escolas.
Além de promover o entretenimento, teria um papel social importante de divulgação da arte e da cultura para àqueles que não têm acesso a elas.
Também envolveria os alunos na questão do “ser voluntário”, ajudar a quem precisa, valores que devem ser enaltecidos e resgatados a todo tempo.
Não se esqueça de registrar todos estes momentos, através de fotos e/ou filmagens.
Recursos Complementares
Eis algumas sugestões de links para enriquecer ainda mais a sua prática pedagógica:
- Origem e características do teatro de sombras. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7482
- Uma outra aula de minha autoria sobre resenhas.http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=6841
- Uma outra aula de minha autoria sobre a elaboração de texto teatral. http://www.telabr.com.br/oficinas-virtuais/sala/som-e-trilha-sonora
- Como fazer uma trilha sonora.
Avaliação
As produções escritas darão a você, professor, a oportunidade para avaliar a utilização do repertório linguístico para a construção coerente dos textos solicitados, a partir das falas dos colegas, observando-se as características do texto narrativo, os elementos da narrativa em estudo e se os alunos estão empregando corretamente as regras ortográficas e gramaticais de acordo com seu ano escolar.
Observe se alunos que solicitavam sua ajuda constantemente para produzirem textos apresentaram avanço de autonomia na produção textual ou a um domínio específico: ortografia, pontuação...
Durante as atividades de produção oral, avalie se algum aluno teve interesse em aprofundar nas pesquisas, através das contribuições (relevantes) sobre o assunto em estudo e elogie-o(s), despertando nele(s) e nos outros colegas a iniciativa de buscarem informações adicionais para as atividades propostas pelo professor.
É importante que os alunos sintam confiança e possam expressar o que sabem e o que gostariam ainda de aprender.
Desde cedo, a sala de aula deve ser o espaço da interlocução, onde sujeitos de saberes (com)partilham experiências velhas e novas.
Por último, você pode avaliar a atuação de cada um, dando atenção tanto à performance teatral desempenhada, como, especialmente, aos recursos para a encenação das histórias empregados por cada grupo.
É importante lembrar que todos os alunos devem, de alguma forma, estar envolvidos nas propostas, mesmo ocupando papéis secundários ou atuando como contra-regras, sonoplastas, de forma a serem avaliados por igual.
Não se esqueça, professor, de dar voz aos alunos e às outras turmas para avaliar e apontar os aprendizados efetivos que tiveram, fazer proposições em relação à melhoria de sua expressão escrita e de leitura.
Seu olhar é importante, mas não deve ser o único.
Verifique também a postura respeitosa dos alunos nas instituições sociais que visitarem para as encenações.
Observe o envolvimento deles e avalie com o coletivo se a experiência foi válida e em quais aspectos devem ser melhorados e elogiados.
Primeira parte aqui:
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Querida amiga
ResponderExcluirEsta é a essência
de quem ensina,
semear o belo
para colher
a esperança.
Que em teu coração,
a alegria faça morada...