"Essa história só serve para criança que simpatiza com coelho": é assim que a autora Clarice Lispector inicia o enredo do seu livro infantil O mistério do coelho pensante. Na verdade, a história também só serve para criança que gosta de pensar, como o coelho.
O conto, como explica a autora, é bem pequenininho, mas o encanto dele está justamente em aprender a ler além do que está escrito.
"Conversar sobre coelho é muito bom. Aliás, esse 'mistério' é mais uma conversa íntima do que uma história.
Na verdade, a história só acaba quando a criança descobre outros mistérios", diz Clarice. E aí é hora de tentar solucionar tantos outros mistérios que encontramos ao longo da vida.
O coelho em questão se chamava Joãozinho e, como todos os outros coelhinhos, mexia o nariz bem rápido quando estava cheirando.
Mas o nariz de Joãozinho não cheirava só alimentos, como sua deliciosa cenoura, ou o ambiente de sua casinha.
Era um nariz muito especial: cheirava também ideias!
Quando o coelho pensava, também mexia o nariz.
Ele vivia em uma casa pequena no quintal de casa e era cuidado por Paulo e Pedro, dois meninos que, às vezes, esqueciam de dar a Joãozinho a sua cenoura!
Um dia, Joãozinho decidiu: todo vez que ele não fosse alimentado, fugiria de sua casinha!
Mas era muito difícil sair, porque as grades eram tão estreitas e pesadas, e Joãozinho era tão grande e gordinho!
Mas seu nariz pensante farejou, farejou, farejou muito, até ficar bem vermelho de tanto pensar, e descobriu uma saída.
Esse é o grande mistério do livro: como Joãozinho escapou de sua casa!
Que tal desvendá-lo?
Clarice Lispector para crianças
Objetivos
- Realizar a leitura integral de duas obras de Clarice Lispector.
- Valorizar a leitura literária como experiência estética.
- Compartilhar impressões sobre as obras lidas e identificar semelhanças e diferenças entre elas (tema, enredo e recursos linguísticos utilizados pela autora).
- Utilizar o conhecimento sobre a autora e sobre o mundo para interpretação mais ajustada do texto.
- Valorizar a leitura literária como experiência estética.
- Compartilhar impressões sobre as obras lidas e identificar semelhanças e diferenças entre elas (tema, enredo e recursos linguísticos utilizados pela autora).
- Utilizar o conhecimento sobre a autora e sobre o mundo para interpretação mais ajustada do texto.
AQUI
Atividades práticas de leitura da obra
O mistério do coelho pensante de Clarice Lispector
As atividades de leitura não devem ser aleatórias,
mas elaboradas a partir da estrutura de
jogo do texto.
I.
MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA
O professor propõe inicialmente uma brincadeira com
charadas. Divide a turma em grupos e distribui textos sob a forma de enigmas
para que tentem decifrá-los.
Ex.: Textos “Charadas do País das Maravilhas”, de Lewis Carrol e “Cachorrada” de José
Paulo Paes.
II.
LEITURA
O professor apresenta para a turma a história O Mistério do Coelho Pensante, de
Clarice Lispector. A leitura é feita oralmente pelo professor até o ponto em
que a narrador cria no leitor uma expectativa de resolução do “mistério”,
referente ao modo como o coelho sai da gaiola. O professor faz isso com o
intuito de acionar o imaginário do leitor, e o desejo de prosseguir a leitura,
a fim de verificar a resolução elaborada pelo literário. Após, cada criança faz
a leitura individual do texto.
III. COMPREENSÃO
a. Uma vez que o
agôn provoca o conflito entre duas visões do mundo – a do texto e a do leitor –
o professor solicita que as crianças, em grupo, escrevam, em tiras de
cartolina, as referências textuais (personagens e ações) que não encontram
equivalência com o que elas conhecem do mundo real. Além do coelho pensante e
de sua fuga “sem lógica”, pode ser que as crianças também achem estranho o fato
de a narradora assumir atitudes de coelho, assim como o não desvendamento do
mistério contraria a expectativa de todo o leitor, que é de encontrar uma
resposta no final da história. Cada grupo irá expor a sua resposta em um
painel, a fim de que possam ser confrontadas com as dos demais.
b. O professor
solicitará aos alunos que escrevam uma história em quadrinhos mostrando o que o
coelho fazia quando fugia da gaiola.
IV.
INTERPRETAÇÃO
a) O professor propõe que cada aluno desempenhe o
papel de um detetive e busque soluções que desvendem o modo como Joãozinho
fugia. Pede para que as crianças escrevam a solução encontrada, para ser lido
em sala de aula.
V.
APLICAÇÃO
a) O professor pede para que as crianças desenhem
numa folha tudo aquilo que, para elas, representa algum mistério, alguma coisa
que não sabem explicar. Depois, solicita para que cada um fale sobre o que faz
de cada coisa desenhada um mistério.
b) O professor pede às crianças que se imaginem no
papel de um animalzinho qualquer que teve uma grande idéia, a qual deverá ser representada,
por meio de mímica, ao restante da classe, que deverá então “adivinhar” o que
foi representado.
c) O professor propõe aos alunos que, colocando-se no
lugar do coelho, escrevam a sua autobiografia, através de um discurso em
primeira pessoa. Nesse texto, deverão relatar as suas observações e pensamentos
sobre o mundo, bem como os “segredos” de sua intimidade.
Essa atividade é preparatória para a próxima leitura
a ser oferecida – A vida íntima de Laura, também de Clarice Lispector,
livro que se propõe a revelar os segredos de uma galinha.
Considerando o objetivo geral de enfatizar o caráter estético da obra
literária infantil, a partir da estrutura de jogo no texto como caminho para o
alargamento da percepção e da capacidade cognitiva da criança, a aplicação da presente pesquisa, deve
contribuir para o desenvolvimento de uma leitura reveladora das potencialidades
estética das obras, que assim podem se tornar vivas na experiência dos
leitores.
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
BORDINI, Maria da
Glória; AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura: a formação do leitor. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1988.
GUMBRECHT, Hans
Ulrich. Sobre os interesses cognitivos, terminologia básica e métodos de uma
ciência da literatura fundada na teoria da ação. In: LIMA, Luiz Costa (org.). A literatura e o leitor. Rio de Janeiro:
Francisco Alves.
ISER, Wolfgang. O ato
da leitura: uma teoria do efeito estético. V. 1 e 2. É Paulo: 34, 1996, 1999.
___. O fictício e o imaginário. Rio de
Janeiro: EDUERJ, 1996.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva,
1993
JAUSS, Hans Robert. História da literatura como provocação à
teoria literária. São Paulo: Ática, 1994.
ROCHA, João César de
Castro. Teoria da ficção. Indagações à
obra de Wolfgang Iser. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999.
Literária
LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante. São
Paulo: Rocco, 2000.
___. A mulher que matou os peixes. São Paulo:
Rocco, 2000.
___. A vida íntima de Laura. São Paulo:
Rocco, 2000.
___. Quase de verdade. São Paulo: Rocco,
2000.
PAES,
José Paulo. Cachorradas. In: É isso ali. São
Paulo: Salamandra: 1993.
Fonte:AQUI
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ResponderExcluirExcelente atividades de facil compreensão para os alunos que pidem trabalhar vàrias habilidades!!!
Este é o objetivo, divulgar atividades para vocês.
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