A arte de escrever cartas
O título é bem antiquado, mas está sendo usado intencionalmente para despertar a atenção sobre a utilização do internetês que, de forma inadequada, é empregado até nas escolas
Objetivos:
★ Despertar o interesse gradual das crianças para a adequação da linguagem às situações que se apresentam no dia a dia.
★ Possibilitar o contato com a norma padrão, a partir de um trabalho lúdico que requer a utilização da escrita formal.
★ Promover a aproximação, comunicação e expressão, além da interação entre os alunos.
Faixa etária: A partir do 3º ano
Como o acesso aos computadores e redes virtuais está extremamente facilitado, em vez de usar a linguagem correta, alunos do ensino fundamental estão empregando o internetês, como forma de se comunicar por escrito.
Em consequência, tal como no meio virtual, as palavras são abreviadas até se transformarem em uma única expressão, com duas ou, no máximo, cinco letras.
Esse procedimento vem provocando “o desmoronamento da pontuação e da acentuação, pelo uso da fonética em detrimento da etimologia”, causado pelo número “restrito de caracteres e total desrespeito às normas gramaticais”, conforme frisa a educadora Amélia Hamze de Castro¹.
Mas, por ser considerado como uma adequação linguística – exigida pela rapidez do mundo virtual –, a infração das normas gramaticais é permitida, em contraposição à norma padrão que não admite algo semelhante.
Partindo desses conceitos, leve a criança a entender que, para cada situação, haverá uma exigência.
Na escola, ao escrever um texto, ela somente deverá usar a língua padrão, mesmo que cometa algum equívoco – que terá que ser retificado posteriormente.
Por conseguinte, a criança também terá que aumentar seu vocabulário por meio da leitura.
Contudo, deixe claro que, ao fazer uso da internet, até mesmo para ser aceita pelo grupo de amigos virtuais, ela poderá manter as abreviações, a supressão de letras, utilizar a língua inglesa (mesmo sem conhecê-la) ou a galeria de emoções, além de outros recursos linguísticos que surgem a todo o momento.
Responsável pela seção de Pedagogia do Portal Educacional Brasil Escola – (www.pedagogia.brasilescola.com ).
Sobre o internetês
Apesar de a palavra soar de forma estranha, ela existe e é um neologismo formado por Internet e o sufixo "ês". Em detrimento da norma padrão, na atualidade, ele se tornou uma linguagem quase que universal, que tem como base termos oriundo de abreviações ou de representações onomatopaicas: blz (beleza), qdo (quando), ñ (não), kkkk ou hahaha (para risadas), entre outras.
Dicas para promover a escrita formal
Na Escola Estadual Arthur Wolf Netto, a equipe de docentes tem um dia específico da semana para a criançada se comunicar por cartas!
Em virtude da utilização do e-mail, a prática vem sendo esquecida, mas ainda é uma boa opção para estimular os alunos a escrever de acordo com a norma padrão, que requer obediência às regras gramaticais.
Curiosamente, as crianças tomam esse cuidado logo no início da atividade, por um motivo bastante simples: e-mails, independente da forma como são escritos, acabam deletados, mas as cartas podem ser guardadas como recordações.
Então, cada uma delas procura sanar suas dúvidas gramaticais, antes de expressar os mais diferentes assuntos a terceiros.
Para incrementar ainda mais a produção, caixas postais foram disponibilizadas no pátio, para receber as cartas que, após serem separadas, são entregues aos destinatários pelos alunos-carteiros.
Dessa forma, se estabeleceu uma troca de correspondência bem interessante que, a partir da linguagem padrão, acabou por promover a aproximação de alunos, que ainda descobriram que, além do virtual, há um mundo real a ser explorado.
Anote!
Post-scriptum ou P.S. provêm do latim, cujo significado literal é "escrito depois".
Originariamente, tanto o termo quanto a abreviação eram empregados apenas para corrigir lapsos de memória ou simplesmente informar que haviam ocorrido alterações depois que a carta já estava encerrada. Hoje, ele já assumiu a função de complemento ou de uma explicação casual, parcial ou inteira, que equivale à fala: “Ah! Antes que eu me esqueça...”
A importância das cartas
Como documentos materializados em papel e tinta, elas representam à passagem do tempo e, dessa forma, também guardam vestígios de ideias, saberes, valores, acontecimentos e dizeres intrínsecos a um determinado período, que pode ser reconstruído, mesmo que de forma limitada, a qualquer momento.
Características das cartas pessoais
★ Elas estabelecem comunicação entre pessoas próximas e devem ser manuscritas.
★ Apesar de obedecerem às regras gramaticais, seu texto normalmente é simples.
★ O tipo de linguagem usado dependerá do grau de intimidade entre o remetente e o destinatário.
★ Como o assunto é livre, na maioria das vezes, seu conteúdo é de ordem íntima ou sentimental.
★ Já o tamanho deve variar entre o médio e o grande (se pequena demais, é um bilhete).
★ Após finalizar a carta, se o remetente perceber que esqueceu de informar algo no corpo do teto, ele pode acrescentar tanto a abreviação "P. S." (post scriptum) quanto "Obs." (observação), para acrescentar o desejado.
Em relação à estrutura, a carta pessoal deve conter cinco itens:
1. Local e data escritos a esquerda.
2. Vocativo (como o grau de intimidade é variável, ele também será: "Querido amigo", "Estimado colega"; "Prezado senhor" etc.).
3. Corpo do texto (com começo, meio e fim).
4. Despedida (tal como o vocativo, dependerá do grau de intimidade: "Até em breve"; "Saudades"; "Adeus"; "Cordialmente" etc.).
5. Assinatura (dependendo da situação, pode variar entre apelido, primeiro nome ou nome completo).
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