Tradições caipiras
Resgate-as estudando os alimentos, as brincadeiras e valorizando a figura do homem do campo
Por Elisa Almeida França
Objetivos:
★ Estudar com os alunos as tradições das festas juninas
★ Trabalhar com alimentos típicos
★ Resgatar hábitos rurais
Não é a toa que os alimentos típicos são uma das partes mais importantes das festas juninas. “A origem disso está no costume dos judeus antigos de festejar a primeira colheita”, explica o antropólogo Jadir de Moraes Pessoa, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. “Por isso, nunca pode faltar em nossas festas a pipoca, o quentão, o mané pelado, a batata-doce, o pé de moleque, que nesse período são produtos de nossas colheitas.” Portanto, explorar os alimentos é uma ótima maneira de a escola explicar o sentido das festas para as crianças. “De sobra, ainda se poderia pensar em quem os produziu”, afirma Jadir. “Quem sabe assim se passaria a olhar com outros olhos o trabalhador rural?”, ele sugere. Na EMEI Professor Paulo Roberto Faggioni, localizada em Batatais, SP, os alimentos já são parte central do dia a dia dos alunos. Como as crianças cuidam de uma horta, é de lá que vem muitos dos ingredientes para as receitas que elas preparam na sala de aula. No ano passado, foram cultivadas mandioca e abóbora, justamente pensando na festa junina – que, lá, eles chamam de festa caipira, a fim de reforçar o caráter laico da celebração. A seguir, veja dicas para os festejos caipiras, que o Guia Prático coletou na EMEI Professor Paulo Roberto Faggioni e na escola Girassol, em Jaú, SP.
Valorização do homem rural
Para o antropólogo Jadir de Moraes Pessoa, somos injustos com o homem da roça, que muitas vezes é caricaturizado. “A ele devemos muitas coisas, como a nossa comida, nossa linguagem, religiosidade e a sabedoria criada na observação das plantas, dos animais e das águas”, afirma. De acordo com Jadir, o principal motivo para nos preocuparmos em manter vivas as tradições brasileiras é que as crianças aprendam a valorizar nossa cultura. “E isso só é possível com ações desenvolvidas na escola. Ninguém pode gostar daquilo que não conhece ou entende”, defende.
João e Maria e comidas típicas
A proposta desta atividade é preparar receitas típicas dos eventos juninos, a partir da leitura do conto de João e Maria. Veja a sequência.
1. Apresente o conto de João e Maria às crianças. Conversem a respeito, deixando que eles digam o que acharam da história.
2. Partindo do conteúdo original do conto, elas devem criar uma nova história. Como o pai de João e Maria era pobre e não tinha o que lhes dar de comer, as crianças devem dar ideias de como a família poderia resolver a situação. Por exemplo, plantando e preparando seus alimentos.
3. Como na EMEI Professor Paulo Roberto Faggioni as crianças haviam plantando mandioca e abóbora na horta, elas foram pesquisar receitas para preparar usando esses alimentos. Uma possibilidade é pedir que tragam sugestões de casa, onde pesquisarão com a ajuda dos pais.
4. Escolhidas as receitas, todos devem preparar juntos, na cozinha da escola.
Curiosidade para o professor
“As festas juninas coincidem com o solstício* de inverno aqui no hemisfério sul e com o solstício de verão, para quem está acima da linha do Equador.
Isso poderia provocar uma boa aula de geografia, para explicar o que são os hemisférios e o que é solstício.
É no dia 21 de junho que o sol está mais a pino, o que provoca um fenômeno interessante: no hemisfério sul temos o dia mais curto do ano (e a noite mais longa).
No norte, se nota o dia mais longo do ano.
O homem primitivo, não entendendo bem o que era isso e, com certo medo, foi gradativamente desenvolvendo formas de festejar esse dia, para afugentar algum possível espírito mau que o fenômeno pudesse trazer e, ao mesmo tempo, trazer para o meio da aldeia os espíritos bons, que pudessem aumentar a fecundidade das mulheres, das plantas e dos outros animais.”
Cavalo de pau
Esta sugestão da escola Girassol foi reproduzida pela arte-educadora Simone Bellini. Confeccione com a ajuda das crianças e brinquem juntos depois do trabalho pronto.
Materiais:
★ meia e juta
★ sacos plásticos
★ EVA preto, laranja e cor da pele
★ color set ou papel espelho marrom
★ lantejoulas douradas
★ cola quente
★ miçangas coloridas ou quatro botões
★ tesoura e pincel
★ lã e barbante
★ guache marrom
★ um cabo de vassoura ou um rolo de tecido
★ caneta hidrocor preta
1. Encha a meia com os sacos plásticos. Encape-a com juta e cola quente.
2. Recorte o EVA laranja conforme o molde e cole-o.
3. Use EVA cor da pele e color set marrom para cortar as orelhas e cole-as. 4. Cole as orelhas e os olhos. Enfeite o cabresto com as lantejoulas, botões e miçangas.
1. Faça rolinhos de lã com os dedos e corte as extremidades para fazer a crina do cavalo. Cole.
2. Use o barbante para fazer a rédea.
3. Pinte o rolo de tecido com guache, tinta acrílica ou PVA. Cole a cabeça do cavalo no rolo.
Sugestão: O corpo do cavalo pode ser substituído por um cabo de vassoura.
Música para a atividade!
Na escola Girassol, a canção “Cavalo Piancó” serve de fundo para a brincadeira com o cavalo de pau feito pelas crianças!
Convite da festa
Prepare com os pequenos o convite da festa junina. Depois, é só enviar aos pais, chamando-os para se divertir com vocês.
Materiais:
★ papel vegetal estampado ou color set
★ 14 palitos de sorvete
★ furador e barbante
★ palitos de churrasco
★ cola quente
★ retalhos de tecido para as bandeirinhas
1. Use a cola quente para fazer a cerca com os palitos de sorvete. Corte o papel vegetal ou color set na medida de 21 cm x 11 cm.
3. Fure as extremidades do papel conforme o molde e amarre a cerca nesses furos.
4. Na parte de trás, encaixe e cole com a cola quente os palitos de churrasco.
5. Recorte as bandeiras conforme o molde e cole-as no barbante.
6. Cole o barbante ou amarre nos palitos de churrasco. Amarre a cerca com barbante colorido.
Para saber mais
★ O CD-livro Canções do Brasil, do grupo Palavra Cantada, tem músicas típicas (e histórias) das várias regiões do país: www.palavracantada.com.br
★ “Saberes em festa: gestos de ensinar e aprender na cultura popular”, Jadir de Moraes Pessoa, UCG/ Kelps, 2ª edição, 2009.
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