De acordo com uma série de pesquisas, o progresso escolar de qualquer criança está intimamente ligado à quantidade de estímulos que ela recebe, inclusive por meio da leitura
Objetivos:
★Despertar o interesse infantil pelos livros, com o objetivo de criar o hábito da leitura.
★Propiciar o contato com a linguagem escrita, desenvolver a imaginação e a capacidade de interpretação das crianças.
Faixa etária:
Crianças a partir do 1° ano.
Segundo Amir Piedade, Mestre em Ciências da Religião, graduado em Filosofia, História e Pedagogia, professor atuante de Literatura Infantil e Capacitador de Docentes em Leitura e Literatura, o hábito da leitura deveria ser criado pelos pais, desde a mais tenra idade das crianças. No entanto, a maioria das famílias brasileiras ainda não descobriu o prazer da leitura e, apesar de se esforçar para despertar o intelecto dos filhos, não sabe como introduzir livros no cotidiano infantil, nem despertar a vontade de ler nas crianças.
Diante dessa situação, cabe ao professor trabalhar esse aspecto em sala de aula ou, de uma maneira mais ampla, expandir esse processo até as famílias de seus alunos, para instaurar o hábito da leitura de forma conjunta entre adultos e crianças.
Instaurar o hábito da leitura de forma conjunta entre adultos e crianças
Projetos de letramento e alfabetização
Contação de histórias
Incentivo à interpretação e contato direto com os livros
Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I - Com o ensino fundamental de nove anos, é quase certo que um bom número de crianças chegará à escola sem conhecer os signos básicos da língua portuguesa. Mediante esse fato, como desenvolver o gosto pela leitura?
Amir Piedade - De início, em paralelo aos projetos de letramento e alfabetização, deveria haver a contação de histórias, o incentivo à interpretação do que foi ouvido e o contato direto com os livros. Esses procedimentos, quando bem trabalhados, favorecem as habilidades infantis para o domínio da linguagem escrita, ao mesmo tempo em que fortalecem o desenvolvimento escolar.
EF - Considerando que a criança ainda não tenha tido nenhum contato com livros e nem saiba ler, como escolher os exemplares que serão oferecidos a ela?
AP - Uma boa opção é introduzir livros que trazem somente ilustrações ou os que têm poucos textos; uma frase curta por página, por exemplo. Assim, a criança se acostuma a manusear o exemplar e, ao visualizar as imagens, se for incentivada pela contação da história, gradativamente começará a imaginar, criar e até interpretar pequenas histórias.
Sobre a literatura infantil
Como instrumento motivador e desafiador, ela é fundamental para a aquisição de conhecimentos, recreação e informação. Capaz de transformar a criança em um sujeito ativo, responsável pela própria aprendizagem, ela ainda favorece o desenvolvimento emocional e a capacidade de melhor expressar as ideias
EF - Em que momento da aula o professor do ano escolar inicial deve realizar esse trabalho?
AP - Sempre digo que não há uma hora específica, porque ela depende muito da sensibilidade do professor, do seu olhar pensante. No entanto, acredito que nunca devemos entregar um livro ou iniciar a contação de história no começo da aula, momento em que as crianças ainda estão agitadas, tanto com a chegada à escola quanto com o reencontro com os coleguinhas. Desaconselho que também seja feito antes do intervalo, porque as crianças ficam esperando o momento de descontração e não fixam a atenção. Nem depois dele, pois elas normalmente não apresentam concentração. Situação idêntica ocorre quase que no término da aula. Elas já querem ir para casa e, dificilmente, se interessam pelo que é falado ou proposto. Porém, como o período escolar é de quatro horas, descontada as defasagens citadas, sobra mais ou menos duas horas, para o professor trabalhar efetivamente. Logo, ele terá que organizar o horário e esquematizar um projeto, se realmente quiser introduzir a leitura em sala de aula.
EF - Além desses aspectos, há regras para a introdução do livro em sala de aula?
AP - As principais são a espontaneidade e a continuidade. Tanto quanto a contação de histórias, o contato com o livro deve ter um caráter espontâneo, por isso não dá para estipular um horário fixo para a atividade, principalmente porque, se a criança é interrompida, ela perde o interesse e o prazer da descoberta que o livro lhe oferece.
EF - Crianças apresentam um determinado período de atenção, que no caso de um aluno de seis anos, equivale a 15 minutos. Esse tempo é suficiente para introduzir o livro em sala de aula e ainda despertar o interesse pela leitura?
AP - Numa primeira fase é. Mais que isso seria perda de tempo no ano inicial do ensino fundamental.
EF - Após a criança manusear o livro e realizar a leitura dos signos ou só da imagem, durante a realização da interpretação da história, ela pode contar com a interferência do professor?
AP - Não, a interpretação é exclusiva da criança. Se o professor perceber que não houve a compreensão, o correto é recontar a história e, em seguida, fazer a criança rever o livro. Muitas vezes também é necessário avaliar se o tema é adequado e se ele propicia a interpretação. Caso seja constatado que essas possibilidades não atendem à faixa etária da sala de aula, o livro deve ser substituído por outro mais apropriado.
A interpretação é exclusiva da criança. Se o professor perceber que não houve a compreensão, o correto é recontar a história e, em seguida, fazer a criança rever o livro
EF - Em paralelo a todo esse procedimento, há outras atividades que podem despertar o interesse infantil para o hábito da leitura?
AP - Há sim e, entre elas, algumas podem ser desenvolvidas em conjunto com os pais. Os professores, por exemplo, podem programar visitas a bibliotecas infantis, que deixam as crianças livres para manusear os livros. Por sua vez, os pais podem levá-los a festas de lançamentos de livros infantis, nos quais é comum a presença de escritores, que conversam com as crianças sobre o processo da criação da história e da confecção final dos exemplares. No entanto, todo esse trabalho só irá frutificar se os adultos envolvidos também criarem o hábito da leitura, condição que requer aprendizado e constância. Já o professor, realmente, tem que gostar de ler, para repassar a sensação prazerosa que a atividade proporciona. Ele ainda deve ter bom senso para introduzir histórias e indicar livros para a criançada que, com essa alternativa, poderá se preparar para os anos seguintes de estudo e obter um melhor desempenho em várias disciplinas.
Anote!
Ao introduzir contos de fadas em sala de aula, lembre-se da multietnia que compõe nosso país. Apesar de a criançada adorar as princesas europeias de pele branca, há livros com princesas africanas e asiáticas que condizem muito mais com os interesses dos alunos afrodescendentes e descentes de asiáticos.
Atividades para todos os níveis de escrita
O lúdico pode ajudar a criança a alfabetizar-se, escrever e interpretar textos, a partir do momento em que ele a torna espectadora e interlocutora de atos de leitura e escrita
Objetivos:
★ Facilitar, a partir de atividades lúdicas, o aprendizado, a assimilação da escrita e a aquisição de vocabulário.
★ Proporcionar um contato inicial mais espontâneo com a leitura e a gramática.
★ Estimular o gosto pela escrita formal.
Faixa etária:
Crianças a partir do 1° ano.
Para que o aluno dos anos iniciais do Ensino Fundamental realmente se alfabetize, ele precisa estar imerso em um ambiente rico em materiais que apresentam variedade de suportes gráficos e diversidade de gêneros de textos. Portanto, além dos livros e apostilas didáticas usadas pela própria escola, introduza atividades lúdicas complementares que o farão aprender brincando!
Durante a seleção dessas atividades, dê preferência as que façam a criançada tomar contato com todas as letras, palavras e textos simultaneamente. No início, apresente e introduza alfabetos móveis - tanto maiúsculos quanto minúsculos - para que as crianças possam manipulá-los e, dessa maneira, tomar contato com o formato de cada uma das letras.
Aos poucos, estimule-as a formar palavras com os alfabetos, para que memorizem de forma global as que lhes são mais significativas (seu nome, nome dos colegas, professora, pais etc.). Ainda durante a atividade, faça as correções necessárias e, então, aproveite a ocasião para propor a composição de palavras mais complexas, para exercitar o raciocínio infantil em relação à escrita.
Sobre a introdução do alfabeto móvel
Deve ter como objetivo fazer com que as crianças visualizem as letras e, ao manipulá-las, familiarizem- se com o formato delas. Esse contato ajuda na sistematização e assimilação da escrita durante a primeira fase da alfabetização.
Significado de sinônimo
O termo que provém do grego se refere às palavras que têm igual significado ou, aproximadamente, o mesmo sentido, mas que são compostas de grafias diferentes: cão e cachorro; carro e automóvel; morrer e falecer etc. O emprego dos sinônimos evita a repetição de palavras tanto no discurso oral quanto escrito, o que diretamente também implica em um maior vocabulário.
Sugestões para o 1º ano
Ainda utilizando os alfabetos móveis, proponha:
★ A análise da constituição das palavras quanto à letra inicial, final, quantidade de letras, as que se repetem, letras que podem ou não iniciar palavras e as que podem ocupar outras posições nas palavras.
★ A formação de nomes próprios com letras móveis.
★ A associação de objetos a palavras.
★ A observação dos aspectos sonoros das letras a partir das iniciais das palavras significativas.
★ A distinção entre letras e números.
★ O reconhecimento da forma e da posição dos dois tipos de letras (maiúsculas e minúsculas).
★ A identificação da primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial.
★ A contagem de letras das palavras e, em seguida, o desmembramento oral das palavras em suas sílabas.
★ Um jogo da memória, no qual o par deve ser composto pela escrita da mesma palavra em letra bastão e cursiva (exemplo no pôster).
★ Um bingo de letras, no qual as cartelas devem conter letras variadas do tipo bastão, cursivas e as duas juntas (exemplo no pôster).
★ Um bingo de palavras, no qual as cartelas devem conter palavras variadas escritas com letras do tipo bastão, cursiva e as duas juntas (exemplo no pôster).
Sugestões para o 2º ano
A partir da leitura de textos de conteúdo já conhecido, proponha:
★ A distinção entre discurso oral e texto escrito.
★ A identificação de letras e palavras conhecidas.
★ A composição e decomposição de palavras em suas sílabas.
★ A observação das letras que faltam para se completar uma palavra ou uma frase simples (trabalho que pode ser feito com textos lacunados).
★ A organização de palavras, frases e pequenos textos.
★ A construção de frases e pequenos textos com novas palavras.
★ Um jogo dos sete erros, a partir de um texto conhecido, no qual deve haver a substituição de sete palavras por outras, que não façam parte dele e ainda o deixem com um sentido dúbio.
Sugestões para o 3º e 4º ano
Introduza a leitura de textos variados para, em seguida, propor após a audição:
★ A compreensão e reprodução, tanto oral quanto por escrito, do que foi absorvido.
★ A leitura individual do texto escolhido, visando à observação das palavras e à colocação dos sinais de pontuação.
★ A identificação e a exploração de novas palavras, seguida pela comparação entre semelhanças e diferenças, com as já conhecidas.
★ Um jogo dos sete erros, no qual deve haver a substituição de sete palavras, por outras que estejam escritas de forma incorreta.
★ A listagem de sinônimos para determinadas palavras que forem grifadas no texto original.
★ A listagem de palavras pertencentes ao mesmo campo semântico.
Campo semântico
Por definição, é o conjunto de significados que uma palavra possui. Observe:
a) Levar: transportar, carregar, retirar, guiar, transmitir, passar, receber etc.
b) Natureza: seres que constituem o universo, temperamento, espécie, qualidade etc.
c) Nota: anotação, breve comunicação escrita, comunicação escrita e oficial do governo, cédula, som musical, atenção etc.
d) Breve: de pouca duração, ligeiro, resumido etc.
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