Conversa de mãe e filha
Casamento caipira
Mini conto junino
Tereza Yamashita
Luiz Bras
— Manhê, eu vou me casar.
— Ãh… Que foi? Agora não, Anabela… Não tá vendo que eu tô no telefone?
— Por favor, por favoooooor, me faz um lindo vestido de noiva, urgente?!
— Pois é, Carol. A Tati disse que comprava e no final mudou de idéia. Foi tudo culpa da…
— Mãe, presta atenção! O noivo já foi escolhido e a mãe dele já tá fazendo a roupa. Com gravata e tudo!
— Só um minuto, Carol. Vestido de… Casar?! Que é isso menina, você só têm dez anos! Alô, Carol?
— Me ouve, mãe! Os meus amigos também já foram convidados! E todos já confirmaram a presença.
— Carol, tenho que desligar. Você está louca, Anabela? Vou já telefonar para o teu pai.
— Boa! Diz pra ele que depois vai ter a maior festança. Ele precisa providenciar pipoca, bolo de aipim, pé-de-moleque, canjica, curau, milho na brasa, guaraná, quentão e, se puder, churrasco no espeto e cuscuz. E diz pra ele não esquecer: quero fogueira e muito rojão pra soltar na hora do “sim, eu aceito”. Mãe? Mãe… Manhêêê!!! Caiu pra trás… Mããããããe?!
Vinte minutos depois.
— Acorda, mãe… Desculpa, eu me enganei, a escola vai providenciar os comes e bebes. O papai não vai ter que pagar nada, mãe, acoooooorda… Ô vida! Que noiva sofre eu já sabia. Mas até noiva de quadrilha?!
Livro:
Dias Incríveis, editora Callis.
Origami mãe e filha
Link para essa postagem
Quanta terna beleza junta. Tinha que ser nos dias de hoje, esse desmaio de mãe!
ResponderExcluirMuito bom!
Um beijo,
da Lúcia
Passando por aqui para reafirmar que continuo a prestigiar e recomendar o Linguagem e o Projetos.
ResponderExcluirO tempo anda escasso por cá. Saudades.