“Pintar é um estrondoso choque de mundos
opostos predestinados a criar juntos,
na luta e a partir dela, um novo mundo que se chama obra.”
Kandinsky e a Música
Autor: Juliana Gomes de Souza Dias
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Analisar as associações que Kandinsky fazia entre suas composições visuais e seus estudos com música;
Fazer experimentações aliando música e artes visuais.
Duração das atividades
2 aulas de 50 min. cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Formas geométricas e teoria das cores.
Estratégias e recursos da aula
Aula 01: Apresentando o artista e suas teorias
O professor deverá iniciar a aula apresentando à turma algumas imagens de Wassily Kandinsky, falando um pouco sobre a biografia do artista, mas principalmente sobre o início do abstracionismo em sua obra (meados de 1910).
Composição IV, 1910
Início do abstracionismo, mas ainda com alguns elementos reconhecíveis
Linha Transversal, 1923
Estudos com linhas e planos, já apresentando alguma ligação com seus estudos em música.
Kandinsky considerava que em muitos aspectos a arte é semelhante à religião, inclusive ele escreveu um livro intitulado “Do Espiritual na Arte”, onde trata da arte como algo além da teoria e da prática, mas como uma experiência espiritual, tanto para o artista que realiza a obra, como para o espectador que aprecia esta obra.
Atenção Professor!
Em Recursos Complementares indicamos alguns sites sobre a biografia de Kandinsky e sobre o músico Arnold Schönberg que influenciou o artista.
O professor também pode fazer o cadastro gratuito no site
http://www.lastfm.com.br/ / para ouvir as músicas online.
Caso seja possível, apresente para a turma as composições que influenciaram o artista.
Considerando que a música é a mais abstrata das artes, Kandinsky buscava interpretar nela elementos que pudessem ser transpostos para a pintura, então ele elabora escalas tonais, com base na música, para as formas e cores, onde o azul seria a cor mais grave e o amarelo a mais aguda, bem como o círculo seria a forma mais grave e o triângulo a forma mais aguda.
Professor procure tratar desse conteúdo usando as imagens como apoio para a discussão, de forma que a turma possa fazer as analogias entre os sons e as imagens.
Atenção professor!
Caso os alunos sintam dificuldades em relacionar as cores e as formas, relembre a teoria das cores (cores primárias, complementares, quentes e frias).
Para isso sugerimos que os alunos explorem no laboratório de informática o recurso Cores
Aula 02: Contextualizando o conteúdo
A partir do conteúdo da aula anterior, o professor irá propor uma atividade individual que consistirá em trabalhar a visualidade de músicas que agradem ao aluno, estimulando o aluno a traduzir em elementos gráficos os aspectos que mais lhe interessam na música.
Para isso usar tinta guache e papel A3.
Atenção Professor!
Para essa atividade utilize música clássica para instigar os alunos a perceber as formas, as variações tonais, as escalas, etc.
Após o término da atividade, cada aluno deverá apresentar o seu trabalho à turma e falar das percepções em relação a obra, as sensações, as dificuldades, as formas e cores.
Reserve um espaço na sala de aula e organize uma exposição com as obras.
Sugestão de Avaliação
Atenção Professor!
Existem vários métodos para avaliar a turma que vão desde: prova objetiva; prova dissertativa; seminário; trabalho em grupo; debate; relatório individual; autoavaliação; e observação.
Escolha o método que melhor adapta-se a turma e em especial ao aluno, pois cada indivíduo desenvolve-se de maneira diferente, e é importante que o professor esteja alerta para orientá-lo da melhor forma possível durante o processo de aprendizagem.
Consulte a reportagem sobre avaliação disponível no site Nova Escola:
Recursos Educacionais
Nome Tipo
Cores Animação/ simulação
Recursos Complementares
Sugerimos a seguinte bibliografia de Kandinsky para preparar a aula:
Kandinsky, W. Ponto e linha sobre plano. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Kandinsky, W. Do espiritual na arte. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
E também uma abordagem mais voltada ao ensino da arte, proposta pela professora Cláudia Souza de Holleben www.artenaescola.org.br/pdf/OPONTOEALINHA.doc Biografia de Kandinsky:
http://cultura.portaldomovimento.com/kandinsky.html Biografia de Kandinsky :
Avaliação
Ao apresentar a proposta de trabalho à turma é importante que o professor construa com a turma os critérios de avaliação, para que os alunos tenham ciência do que precisarão desenvolver e quais objetivos terão de ser alcançados.
O professor deverá incentivar a troca de idéias e as descobertas entre os alunos.
É importante que os alunos participem das discussões e tomadas de decisões sobre os trabalhos, dessa forma desenvolverão autonomia e responsabilidade durante a elaboração do trabalho.
Abstração Lírica
O que o aluno poderá aprender com esta aula
O aluno irá diferenciar o abstrato lírico das demais vertentes do abstrato geométrico, pois entrará em contato com algumas obras de Kandinsky e mediante a utilização de duas técnicas diferenciadas, expressará sua criatividade de uma forma poética revelando sua emoção e universo interior através das cores, manchas, texturas e formas orgânicas.
Vejam esta técnica e mais outras na aula completa aqui:
DESENHO GEOMÉTRICO - PONTO, LINHA E PLANO –
COMPOSIÇÃO COLETIVA BASEADA NA OBRA DE KANDINSKY
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Nessa aula o aluno poderá identificar ponto, linha e plano e associar esses três entes fundamentais da Geometria, além de conhecer um pouco da história do artista Wassily Kandinsky e algumas de suas obras.
Vejam aqui:
Vida e obra de Wassily Kandinsky.
Wassily Kandinsky (1866-1944) - O arauto da arte abstrata
Wassily Kandinsky poderia ter sido apenas um obscuro professor de direito na velha Rússia czarista, se não houvesse decidido, certa manhã, conferir uma exposição de pintores impressionistas franceses em Moscou.
A visão de um monte de feno, pintado por Monet, provocou nele um entusiasmo incomum.
Numa época em que os críticos mais tradicionais torciam o nariz e consideravam os quadros impressionistas meros borrões de tinta sobre a tela, Kandinsky ficou deslumbrado.
Segundo ele próprio contaria mais tarde, foi ali que percebeu, pela primeira vez, que a obra de arte não precisava se resumir a imitar a natureza.
Estava plantada a semente da arte abstrata, forma de expressão que teria em Kandinsky um pioneiro e um de seus mais ardorosos teóricos.
Nascido em Moscou, no ano de 1866, Kandinsky não abraçou o abstracionismo da noite para o dia.
Foi necessário todo um processo de evolução pictórica, até alcançar gradativamente a completa abolição da figura em sua obra.
Ainda sob o efeito da exposição impressionista, decidiu recusar o cargo de assistente na faculdade de direito em uma universidade russa e, em 1896, aos 30 anos, mudou-se para Munique, na Alemanha, com o firme propósito de dedicar-se ao estudo da arte.
Antes de partir, casou com uma prima, Anya Ticheyeva, que levou junto com ele.
Mas as aulas ministradas pelos professores na Alemanha, ainda presos ao realismo e ao academicismo, não o satisfizeram.
Aproximou-se então de artistas mais jovens, como Paul Klee, e passou a desenvolver sua própria teoria estética, pregando a libertação da arte da reprodução subserviente da natureza.
Seus primeiros quadros europeus, é verdade, ainda mostravam nítidas influências impressionistas. Exibiam figuras humanas, objetos naturais e evocavam elementos da arte popular russa.
Aos poucos, porém, os contornos se fizeram mais imprecisos, os rostos perderam definição e, cada vez mais, as formas tornaram-se apenas vagas referências de algo existente no mundo real. "Enquanto a arte não dispensar o objeto, ela será meramente descritiva", sentenciou Kandinsky.
Casado pela segunda vez, com uma artista alemã, Gabriele Muenter, Kandinsky decidiu voltar à Rússia em 1914.
Três anos depois, em 1917, trocou Gabriele por uma jovem russa, Nina von Andreyewsky, com quem ficara até o fim da vida.
Naquele mesmo ano, eclodiu a revolução socialista, liderada por Lênin.
Respeitado pelos intelectuais revolucionários, o artista foi convidado a fazer parte do Comissariado para a Educação e a dar aulas em academias estatais, mantidas pelo novo regime.
Mas a pintura de Wassily Kandinsky era abertamente incompatível com o "realismo socialista", estilo imposto aos artistas russos após a Revolução.
Classificado pelos ideólogos soviéticos como um representante da "arte burguesa e decadente", Kandinsky viu-se obrigado a deixar novamente o seu país natal, retornando em 1921 à Alemanha, onde assumiu o cargo de professor da Bauhaus, famosa e inovadora escola de arquitetura e artes aplicadas.
Em 1933, com a chegada de Hitler ao poder, a alemã Bauhaus foi fechada. Kandinsky, que já fora criticado e defenestrado pelos soviéticos, passou a ser rotulado pelos nazistas como um "cancro da bolchevização da arte".
Não lhe restava outra alternativa a não ser providenciar uma nova e imediata transferência, agora para Paris.
Sete anos mais tarde, quando os nazistas invadiram a França, Wassily Kandinsky estava velho demais para empreender mais outra mudança.
Septuagenário, cuidou de diminuir o ritmo de sua produção e passou a viver de forma discreta e reservada.
Kandinsky morreu em 1944, aos 78 anos.
Passado o obscurantismo nazista, seu nome foi aclamado, na Alemanha e em toda a Europa, como o mestre que inaugurou o abstracionismo, uma das maiores revoluções de todos os tempos na história da arte.
Curiosidades
De cabeça para baixo
Kandinsky costumava dizer que passou a compreender de forma mais decisiva o poder da arte abstrata quando, certa noite, ao entrar em seu ateliê, não conseguiu reconhecer um de seus próprios trabalhos, que estava de cabeça para baixo.
Coisa de louco
As primeiras reações da crítica à obra abstracionista de Kandinsky foi de absoluta surpresa e rejeição.
Muitos consideraram que aquele amontoado de linhas, cores e formas sem significado era obra de um doido varrido.
Ou, na melhor das hipóteses, de alguém que manejara tintas e pincéis sob os efeitos de algum alucinógeno, como o haxixe.
Teoria e prática
Kandinsky, além de artista, era também um teórico.
Escreveu alguns livros para defender suas idéias a respeito do abstracionismo.
Entre suas obras principais destacam-se "Do Espiritual na Arte", publicado em 1912, e "Ponto e Linha sobre o Plano", editado na forma de apostila pela Bauhaus.
Cidadão do mundo
Kandinsky mudou de nacionalidade duas vezes.
Inicialmente, após deixar a Rússia e fixar-se em Munique, solicitou cidadania alemã.
Mais tarde, com a ascensão dos nazistas ao poder, refugiou-se em Paris e, mais uma vez, trocou oficialmente de nacionalidade, tornando-se cidadão francês.
Ao lado de Freud e Einstein
O abstracionismo de Kandinsky representou uma ruptura tão radical em relação à arte figurativa tradicional que, hoje, muitos críticos e historiadores da cultura costumam colocá-lo em um honroso panteão de grandes pensadores e cientistas da história da humanidade: ele estaria, para a pintura, no mesmo grau de importância que Freud tem para a psicologia e Einstein para a física.
Contexto histórico
Em busca do traço puro
O abstracionismo, inaugurado por Kandinsky por volta de 1910, tem como pressuposto básico a realização de uma arte independente do mundo externo e da realidade visível, ou seja, uma obra composta apenas por elementos puros, como as formas, as linhas e as cores.
Também chamado de "arte abstrata", este movimento se desenvolveu em várias vertentes, até passar a ser o traço predominante de toda a produção artística realizada ao longo do século 20.
Os abstracionistas radicalizaram uma tendência típica das principais vanguardas artísticas do final do século 19 e início do século 20.
Desde a invenção da fotografia, o impressionismo havia buscado novas formas de representar o mundo, distanciando-se da mera reprodução "fiel" e "imutável" dos objetos.
Os impressionistas procuravam captar as impressões visuais provocadas por estes mesmos objetos em determinado momento, impressões fugidias, que poderiam variar de acordo com a luz, por exemplo.
Com a eliminação dos contornos, o impressionismo produziu pinturas em que a luminosidade – e não as pessoas ou as coisas – era o principal tema do quadro.
Os pós-impressionistas e expressionistas, por sua vez, libertaram a cor e a linha de suas funções meramente representativas, exagerando propositalmente as formas, para expressar a prevalência da emoção do artista sobre o mundo real.
Os cubistas, a seu modo, também romperam com a ideia da arte como imitação da natureza, ao abandonar as noções tradicionais de perspectiva e volume, retratando os objetos de vários pontos de vista simultâneos, decompostos em figuras geométricas.
Mas, a todos esses e outros movimentos que procuravam um distanciamento e uma releitura do chamado "mundo objetivo", o abstracionismo contrapôs uma recusa radical a qualquer espécie de representação.
Em outras palavras, não se tratava mais de ver os objetos do mundo com novos olhos, mas de criar um universo à parte, uma realidade autônoma, criada pelo próprio artista.
Era isso o que Kandinsky queria dizer com uma de suas frases mais célebres: "Criar uma obra de arte é criar um mundo",
Sites relacionados
Kandinsky– Página em português sobre a vida e a obra do artista.
WebMuseum – Galeria virtual, com informações sobre Kandinsky e reproduções ampliáveis de alguns de seus principais trabalhos.
Museu Guggenheim– Página da instituição dedicada a Kandinsky. Contém dados biográficos e fotos comentadas de obras do artista.
ArtCyclopedia– Relação e localização das principais obras de Kandinsky, espalhadas em museus e galerias de todo o mundo.
Folha Online – Veja tudo o que já se publicou sobre Kandinsky na Folha Online
Principais obras
1. Parque de Achityrka (1901) – Obra ainda influenciada pelos impressionistas, antes da conversão definitiva do artista ao abstracionismo.
. Composições, Improvisações e Impressões – Série de quadros realizados entre 1910 e 1914, nos quais Kandinsky parte de formas difusas até chegar à abstração pura.
Tributo a genialidade de Kandinsk
Arte abstrata
Arte Abstrata é uma forma de arte que não busca nem demonstra o mundo que está ao nosso redor.
São obras que não representam objetos reconhecidos.
A arte abstrata refere-se especialmente às formas de arte do século XX, quando a ideia da arte como imitação da natureza foi abandonada...
Kandinsky, pai da arte abstrata
Wassily Kandisnky (1866 – 1944) passou à historia como o criador da pintura abstrata e teórico de arte mais influente do século XX.
O pintor, de origem russa, iniciou sua carreira artística aos 30 anos.
Compensou o começo tardio com um entusiasmo inigualável.
Sua pintura é capaz de “vibrar a alma” apenas com a força das cores, sem a necessidade de conter objetos reconhecíveis.
Em meio a instabilidade política da época precisou conviver com a intolerância do regime socialista e da Alemanha Nazista para defender sua pintura.
Pesquisador incansável, dotou sua obra de uma originalidade nuca isenta de idealismo.
O abtracionismo tem como pressuposto básico a realização de uma arte independente do mundo externo e da realidade visível, ou seja, uma obra composta apenas por elementos puros, como as formas, as linhas e as cores.
Também chamado de "arte abstrata", este movimento se desenvolveu em várias vertentes, até passar a ser o traço predominante de toda a produção artística realizada ao longo do século 20.
Reações contrárias
Quando a arte abstrata surgiu no começo do século XX, provocou muita polêmica e indignação.
A elite européia ficou chocada com aqueles formatos considerados “estranhos” e de mau gosto.
A arte abstrata quebrou com o tradicionalismo, que buscava sempre a representação realista da vida e das coisas, tentando imitar com perfeição a natureza.
Estilo
Na arte abstrata o artista trabalha muito com conceitos, intuições e sentimentos, provocando nas pessoas, que visualizam a obra, uma série de interpretações.
Portanto, na arte abstrata, uma mesma obra de arte pode ser vista, sentida e interpretada de várias formas.
Arte Abstrata no Brasil
No Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951).
Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar:
Antônio Bandeira, Ivan Serpa, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Valdemar Cordeiro, Lígia Clarck e Hélio Oiticica.
Estes dois últimos fizeram parte do neoconcretismo.
Link para essa postagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário e retornarei assim que for possível.
Obrigada pela visita e volte mais vezes!
Linguagem não se responsabilliza por ANÔNIMOS que aqui deixam suas mensagens com links duvidosos. Verifiquem a procedência do comentário!
Nosso idioma oficial é a LINGUA PORTUGUESA, atenção aos truques de virus.
O blogger mudou sua interface em 08/2020. Peço desculpas se não conseguir ainda ler seu comentário.