Gramática da Fantasia
Gianni Rodari
(presente da Betth Mello,
Canto do conto,entre outros
Construção de um Limerick
LIMERIQUES PARA LER E ESCREVER
Autor: Maria Auxiliadora Cunha Grossi
Co-autor: Aparecida Clemilda Porto
Estrutura Curricular
Língua Portuguesa:
Leitura e escrita de texto
Linguagem oral: escrita e produção de texto
Prática de produção de textos
Prática de produção de textos orais e escritos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
a) Conhecer o gênero poético denominado Limerique que se caracterizam pelo humor e o nonsense;
b) perceber a sua forma sugerida a cada verso da estrofe; ”.
(O primeiro verso informa quem é o protagonista, o segundo indica a sua qualidade, o terceiro e quarto versos dizem o que ele está fazendo e o quinto verso é reservado ao aparecimento de um epíteto final, geralmente extravagante).
(O primeiro verso informa quem é o protagonista, o segundo indica a sua qualidade, o terceiro e quarto versos dizem o que ele está fazendo e o quinto verso é reservado ao aparecimento de um epíteto final, geralmente extravagante).
c) compreender o diálogo entre palavra, ritmo, sonoridade;
d) praticar a leitura e a escrita de um texto poético – o Limerique
Duração das atividades: 3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não há a necessidade de conhecimentos prévios.
O gênero poético em questão deverá ser explorado, apresentado aos alunos, durante as atividades.
Estratégias e recursos da aula
1) Os alunos deverão se unir em grupos de cinco.
2) Lápis e papel
3) Bibliografia de Limeriques
Sugestões de bibliografia:
BELINK, Tatiana. Limeriques (1987). São Paulo: FTD.
_______________. Limeriques das coisas boas (1994). Belo Horizonte: Formato.
BELINK, Tatiana. Limeriques do bípede apaixonado (2005). São Paulo. Ed 34.
LEAR, Edward. Sem cabeça nem pé (1994). São Paulo: Ática.
RODARI, Gianni. Gramática da fantasia (1982).São Paulo: Summus.
Aula 1
Atividade 1
O professor apresenta os limeriques, lendo-os alguns para os alunos.
Lê-los é sempre uma situação de novidade, um desafio, uma nova descoberta, pelo que eles revelam de humor, de inusitado, de brejeirice.
O professor deve ler primeiro para que os alunos os escutem, quantas vezes forem necessárias.
Os alunos vão repetindo os versos lidos pelo professor, até conseguirem falar o limerique inteiro.
Em seguida, os alunos devem também ler para eles, e entre eles.
Vejamos alguns escritos por Tatiana Belinky:
1) Um cara chamado Mariz/ estava com dor no nariz/ vou jogá-lo fora/ falou- e na hora/ fez isso e vive feliz. 2) Ao ver uma velha coroca/ fritando um filé de minhoca/ o Zé minhocão/ falou pro irmão/ “não achas melhor ir pra toca?”
3) De volta da festa de arromba/ soltando fumaça da tromba/ um gordo elefante/ marchava importante/ pensando que era uma bomba.
4) Um moço chamado Hipólito/ achou seu nome insólito/ pensou, repensou/ e o nome mudou/ para Tripodeglutifrutólito.
Aula 2
Atividade 2
Sem seguir à risca a estrutura inglesa dos limeriques e buscando formas alternativas em sua estrutura, propor a seguinte atividade de escrita.
a) Elaborar as perguntas – Quem? Fez o quê? Onde? Quando? Por quê?
b) Sanfonar um papel sulfite.
Em cada face do papel, no alto, escrever estas perguntas.
Formar grupos de cinco alunos e distribuir um papel sanfonado para cada grupo.
Cada aluno escreve uma frase ao responder uma das perguntas e assim, ao final, comporão a estrofe.
Um aluno responde à primeira pergunta
– Quem?- dobra a face do papel que contém esta pergunta, passa o papel para o outro, sem que ele veja a resposta do colega, e o outro responde à segunda.
– Fez o quê? -, e assim sucessivamente, até chegar à quinta pergunta, podendo fazer isso várias vezes até esgotar o espaço do papel.
Quando todas as respostas estiverem respondidas, chega a hora de lê-las para o grupo.
Todos os grupos leem seus limeriques para a sala.
Um aluno de cada grupo poderá ler todo o limerique ou o grupo todo, neste caso, cada um lê o verso por ele construído.
Fazendo estas leituras, com as respostas dos alunos, a situação que se vê é, muitas vezes, de uma sequência desconexa das ideias contidas nos versos/frases que eles construíram, mesmo porque as estruturas métricas das frases são mantidas com muita liberdade, sem que, num primeiro momento, seja necessário se preocupar com a correspondência entre as rimas.
Isto virá depois.
E, sem querer limitar as possibilidades do absurdo, seguir lendo as frases desconexas.
Vejamos alguns exemplos de frases escritas por alunos de um 6º. ano.
1 2 3Sansão (Quem?) Joselito João
Andou até Marte (Fez o quê?) Jogou a casca da banana Pulou do prédio
Onde a baleia perdeu a calda (Onde?) Na barraca da praia No Japão
Quando o sol perdeu seu brilho (Quando?) Quando amanheceu Quando a terra secou
Porque anoiteceu e a lua Porque queria com o tio Por que passou o dia
adormeceu(por quê?) andar de navio triste
Depois de lidas as estrofes, percebe-se que os recursos sonoros e rítmicos estão em desacordo, não há métrica nem rima, o que provoca muito estranhamento e riso.
Isto se dá porque a construção dos versos não é visualizada como um todo pelos alunos, senão na hora de lê-las para o grupo.
Para tornar o texto mais elaborado em sua estrutura narrativa, rítmica e sonora, o grupo então procede à reescrita dos limeriques, agora cuidando das rima s, que ora se faziam entr e segundo, terceiro e quinto versos, ora entre segundo e terceiro ou entre o quarto e o quinto versos; enfim, de formas variadas. Percebemos que esta combinação se dá tanto na organização sonora dos versos, quanto na repetição das palavras.
Percebemos também que há uma maior qualidade sonora e rítmica destes versos reelaborados.
Aula 3
Atividade 1
Reescritura e leitura dos limeriques.
Vejamos a alguns limeriques reescritos pelos alunos:
1 2 3Sansão Joselito João
Voou até Marte Comeu rápido sua banana Pulou do prédio
Onde a baleia fez uma arte Na praia de Copacabana No Japão
E o sol perdeu seu brilho Quando amanheceu Quando a terra tremeu
Porque anoiteceu e a lua Porque queria andar Porque João estava com tédio
teve um infarte de navio com Dirceu
O que os alunos muitas vezes não podem imaginar é que ao favorecer a estrutura rítmica e sonora dos versos, seu sentido também se altera.
Se observarmos as histórias de Sansão, de Joselito e de João, vemos que elas se reformulam de um limerique a outro.
Isto se deve também ao uso das rimas, de repetições, de aliterações.
Estes recursos acabam contribuindo para que algumas ações inesperadas ocorram, para que certos fatos sejam esclarecidos, para que pessoas e objetos sejam nomeados, enfim, para que os sentidos do texto possam se renovar e possam fluir.
Ao final, a leitura dos limeriques é feita pelo grupo.
Todos os alunos devem ler seus textos.
Em pouco tempo, eles se familiarizam com as técnicas criadas, por serem simples e envolverem muitas possibilidades de composição, além de vivenciarem momentos de muito riso e humor.
O professor poderá avaliar a leitura dos alunos e sua capacidade de memorizar seus versos, na medida em que os limeriques dos autores sugeridos na bibliograria são lidos.
Poderá também avaliar a escrita do ponto de vista da escrita espontânea, no momento em que a atividade é construída, no coletivo.
Ao final, o professor deverá recolher os limeriques escritos pelos alunos para certificar-se de que eles compreenderam sua estrutura, se os recursos sonoros e rítmicos foram utilizados, ou seja, se há rima, se a métrica de seus limeriques ao menos se aproxima da métrica proposta pelos autores.
Em seguida, deverá devolver os limeriques aos alunos, fazendo observações sobre os resultados da sua escrita.
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