"Meu nome é Bintou, e meu sonho é ter tranças.
Meu cabelo é curto e crespo.
Meu cabeço é bobo e sem graça..."
As Tranças de Bintou é uma linda história, escrita por Sylviane A. Diouf, que conta o sonho de Bintou, uma menina africana, de ter tranças como todas as mulheres mais velhas de sua aldeia.
Mas, como ainda é criança, tem de se contentar com os birotes.
A autora Sylviane A. Diouf, filha de pai senegalês e mãe francesa, criou uma delicada história sobre a angústia do rito de passagem e o aprendizado do crescimento.
As ilustrações de Shane W. Evans reforçam beleza, tradição e encantamento da cultura africana.
Um belo exercício de respeito à pluralidade cultural e ao amadurecimento.
Com esta história, podemos destacar atitudes solidárias em detrimento ao preconceito.
Livro aqui
Às vezes sonho que passarinhos estão fazendo ninhos na minha cabeça.
Seria um ótimo lugar para deixarem seus filhotes. Aí eles dormiriam sossegados e cantariam felizes. Mas, na maioria das vezes eu sonho mesmo é com tranças.
Longas tranças, enfeitadas com pedras coloridas e conchinhas.
Minha irmã, Fatou, usa tranças e é muito bonita.
Quando ela me abraça, as miçangas das tranças roçam minhas bochechas.
Ela me pergunta: “Bintou, por que está chorando?”.
Eu digo: “Eu queria ser bonita como você.”
“Meninas não usam tranças. Amanhã eu faço novos birotes no seu cabelo.”
Eu sempre acabo com birotes.
Mariana, que estuda na cidade, e sua amiga têm tranças tão longas que chegam à cintura.
A amiga dela não é daqui, eu deduzo por seu sotaque.
Quando lhe ofereço papaia, ela diz: “Eu me chamo Teresa e sou brasileira”.
Eu lhe perguntei se as garotas brasileiras usavam tranças.
“Muitas usam e põem prendedores coloridos em cada uma.” As brasileiras devem ser lindas...
A mulher sorri e balança suas tranças.
As miçangas soam como a chuva. E tudo o que tenho são quatro birotes sobre minha cabeça.
É triste.
As tranças de Bintou- produção de texto
Reconhecer que há diferentes culturas em quaisquer espaços/tempos - próximos e distantes
Respeitar diferentes culturas
Refletir acerca de seus desejos
Escrever redações usando aspectos da língua já aprendidos
Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Regras ortográficas já aprendidas
Regras para a escrita de uma redação: parágrafos, letras maiúsculas e minúsculas, desenvolvimento das ideias, continuidade e outros aspectos determinados pelo professor e pela turma
Estratégias e recursos da aula
Turma organizada em semi círculo.
Leitura do livro “As tranças de Bintou” de Sylviane Anna Diouf feita pelo professor .
Após a leitura do livro, abrir espaço para uma discussão.
Lançar perguntas como:
O lugar onde vive a menina Bintou é parecido com a cidade onde moramos?
Pela leitura do livro, podemos perceber que diferenças entre a vida de Bintou e a de vocês?
E que semelhanças?
Por que ela não podia ter tranças?
Que coisas meninos e meninas que vivem aqui (na cidade de sua escola) não podem fazer?
O maior desejo de Bintou era poder usar tranças. E o seu maior desejo, qual é?
Montar com eles um envelope de desejos.
Depois de montado, pedir que cada criança retire um desejo aleatoriamente e leia para a turma.
Por último, pedir que escrevam uma história sobre o seu maior desejo.
Organizar com eles as regras da escrita que não podem ser esquecidas e que serão avaliadas pelo professor.
Uso de parágrafos, letras maiúsculas, organização das ideias, início, meio e fim.
Dicas e sugestões
Devolver a história escrita depois de uma semana para que as crianças possam reler e reformular, caso sintam necessidade.
Depois da correção do professor, as redações podem ser devolvidas para serem passadas a limpo e colocadas no mural.
Avaliação
Deverá ser feita por meio do debate e da leitura individual das histórias escritas.
Vivam as Diferenças
O respeito e a valorização da diversidade ocorrem naturalmente quando as crianças têm bons exemplos em casa e na sala de aula
Mariana de Viveiro
Objetivos:
★ Aprender a conviver com as diferenças
★ Evitar o bullying no futuro
★ Conhecer outras culturas
Brancos, negros, orientais; de cabelos lisos e enrolados, loiros e morenos; altos e baixos; magros e gordinhos. Provavelmente em sua sala de aula há alunos com todas essas características.
Essa diversidade é importante, pois é convivendo com ela desde bem cedo que as crianças aprendem a respeitá-la.
Para Birgit Möbus, fonoaudióloga, psicopedagoga e coordenadora do Programa de Educação para a Saúde Psicossocial da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, as crianças precisam vivenciar a diversidade e se colocar no lugar do outro (veja algumas atividades propostas por ela a seguir). A psicóloga e psicopedagoga Ilana Donato, orientadora educacional do Colégio Objetivo da Baixada Santista (Unidade Embaré) concorda com ela. Ilana explica que as crianças pequenas copiam o comportamento dos adultos, por isso é importante fazer palestra com os pais para que eles reflitam sobre suas atitudes - já que não adianta trabalhar a valorização das diferenças na escola se a família for preconceituosa - e investir na formação dos professores.
"Não dá para ensinar as crianças da Educação Infantil com discurso, elas aprendem conforme forem vivenciando situações", diz.
Outro ponto em que há consenso é que as crianças não têm maldade.
"A criança percebe que ela é diferente, mas essa percepção é natural.
Ninguém precisa dizer isso a ela", afirma Birgit.
Autorretrato
Recorte em uma folha A4 a figura de uma criança (só o contorno).
Entregue uma para cada aluno e peça para se desenharem (cabelos, olhos, nariz, boca, pés, mãos etc.). Depois, exponha na sala todos os bonequinhos.
Poesia
Renata Gabriel Amatto, professora de Educação Infantil na EMEI Ruth Luz Paiva Cilurzo e na Escola Pestalozzi, em Franca, SP, costuma trabalhar com a poesia "Pessoas são Diferentes", de Ruth Rocha.
Ela lê a poesia várias vezes aos alunos e depois trabalha o texto de forma fragmentada.
Por exemplo, na estrofe que diz:
"São duas crianças lindas, mas são muito diferentes! Uma é toda desdentada, a outra é cheia de dentes", as crianças confeccionaram duas bocas de papel-cartão - uma cheia de dentes e outra banguela.
Outras culturas
Para Birgit Möbus, da Escola Suíço-Brasileira, realizar projetos para apresentar a cultura de outros países e povos (suas roupas, suas músicas, suas comidas etc.) ajuda as crianças a perceber que pelo mundo afora existem coisas diferentes das que elas conhecem, mas que nenhuma é melhor que a outra, são apenas diferentes.
Na semana do Dia do Índio, quando os professores apresentaram a cultura indígena às crianças, propuseram a elas que escolhessem um nome indígena pelo qual seriam chamados durante um mês. Ao trocarem de nome as crianças assumem uma nova personalidade.
Aproveite as tradições familiares dos alunos.
Eles podem trazer fotos de sua família para que visualizem que cada uma tem características próprias.
Dicas:
★ Trabalhe com a sensibilidade e a percepção das crianças e aproveite os questionamentos delas, por exemplo, quando perguntarem por que fulano tem os olhinhos mais fechadinhos ou a pele mais escura.
★ Nunca fale para a criança que ela é diferente. Isso deve ser percebido naturalmente.
★ Aproveite os conflitos que aparecerem para trabalhar a questão das diferenças. Para isso, é preciso ser flexível.
★ Envolva os pais nas atividades, pois os valores trabalhados na escola e em casa precisam ser compatíveis.
Bonecos negros
Assim como as turmas são heterogêneas - com crianças brancas e negras - as bonecas disponibilizadas na brinquedoteca também podem ter características diferentes. Sempre que pode, a professora Renata Amatto insere bonecos negros em suas atividades.
Ela confeccionou dois bonecos negros com pano e cabelos de lã, que fizeram muito sucesso entre as crianças.
Elas queriam abraçá-los e tirar fotos com eles. "Eles são irmãos, um menino e uma menina.
E foram as crianças que escolheram os nomes deles", conta.
Renata produziu também duas marionetes com cabeça de cabaça e corpo de garrafa pet, uma branca e outra negra. "Elas são amigas e não se desgrudam.
Eu as uso para contar histórias para a turma", explica.
A terceira boneca negra está fixada em um livro coletivo de histórias.
A ideia é que as crianças o levem para casa e escrevam nele uma história (as que já são alfabetizadas; as que não são podem pedir ajuda aos pais ou desenhar).
"Aprendi a fazer esse caderno em uma edição do Guia Prático, mas optei por uma bonequinha negra", revela a professora Renata.
Link para essa postagem
ADOREI SUAS DICAS... ME ENRIQUECEU MUITO PARA TRABALHAR A DIVERSIDADE, A CULTURA ENTRE OUTROS.BJS
ResponderExcluirLinguagem deseja ajudar e enriquecer a prática de todos. Obrigada pelo comentário animador.
ResponderExcluirADOREI PASSAR POR AQUI. E TIVE VARIAS NOVAS IDÉIAS.
ResponderExcluirOBRIGADA!
É uma história incrível e as dicas são maravilhosas.
ResponderExcluirObrigada
Excluir