Propaganda eleitoral
Em época de eleição, as cidades ficam cheinhas de caras e números, penduradas em muros, faróis, postes, em todo lugar.
A inundação de propaganda política enfeia as ruas, espalha poluição visual, mas não tem jeito.
Por lei, os candidatos têm permissão de ocupar certos cantinhos da cidade, para que seus eleitores gravem seus rostos e seus números, e, quem sabe, se lembrem deles na hora de apertar os botões da urna eletrônica.
Pena que tem muito candidato espertinho, que espeta a sua bela carinha em lugares proibidos. Para reconhecer (e não votar) nesses porcalhões, fique de olho no que pode e no que não pode rolar nessas eleições.
NÃO PODE - É proibido pichar, pintar ou colar cartazes em passarelas, postes, viadutos, prédios ou obras públicas, e locais particulares, sem autorização dos donos.
Se aparecer a imagem de um político sorridente em postes que sustentem sinais de trânsito, fique de olho: também não pode!
PODE - A propaganda política só pode aparecer em forma de placas, estandartes e faixas em postes, passarelas, viadutos, pontes, desde que não atrapalhem sua função e não sejam suporte para sinais de trânsito.
Se o político pedir com jeitinho para o dono de um bem particular deixar colocar sua propaganda (em um muro, por exemplo), também pode.
Na sua escola, você tem um representante da sua classe, que fala por todos os alunos junto aos professores e à diretoria, certo? Na política, a coisa é parecida.
Quando a gente vota em um político, escolhe uma pessoa para nos representar no governo e cuidar do que a gente precisa.
No Brasil, o sistema adotado para garantir que todos os brasileiros sejam bem representados por seus vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores chama-se sistema proporcional.
Como o presidente, os governadores e os prefeitos, que são cargos executivos, disputam apenas uma vaga, esse sistema não vale para eles.
Mas será que o sistema proporcional funciona?
Esse assunto é complicadíssimo, mas aqui você vai aprender um pouquinho sobre ele.
Vamos tomar como exemplo a Câmara dos Deputados, em Brasília, a "casa" dos representantes do povo na esfera federal: os deputados federais.
Cada Estado tem um "cantinho reservado" para seus deputados, a chamada bancada.
O tamanho da bancada é proporcional à população do estado.
Até aí, tudo certo: quanto mais gente tem um estado, mais deputados ele precisa para representar essa população, certo?
Certo,nada… Como existe um número mínimo e um número máximo de deputados para cada estado, os maiores não ficam bem representados.
Exemplo "inventado": imagine que o Acre tenha que eleger no mínimo 20 deputados.
São Paulo, que tem uma população 70 vezes maior (!!!), pode eleger no máximo 50 deputados… Ué, mas 50 é pouco mais do que o dobro de 20, não 70 vezes mais, certo?
Assim, a população do Acre fica ultra-representada, e o povo de São Paulo fica chupando o dedo…
E os partidos, como fazem para colocar seus candidatos na Câmara?
Disputam as cadeiras à tapa? ;-) Quase!
No sistema proporcional, o partido que ganhar o maior número de votos ganha direito a mais "vagas reservadas" na bancada do seu estado.
Imagine que o partido A tem 5 cadeiras, e o partido B tem apenas 1 cadeira.
Com apenas 300 mil votos, um candidato do partido A pode ganhar uma cadeira, pois é o mais votado dentro do seu partido.
Já o partido B tem um candidato com 1 milhão de votos, que perde a vaga para outro candidato com 2 milhões de votos, porque só há uma cadeira.
Não é estranho que o candidato do partido A, com apenas 300 mil votos, "valha mais" que um candidato com 1 milhão de votos? E as milhares de pessoas que votaram nesse candidato, ficam a ver navios? Isso realmente aconteceu em 2002: Enéas Carneiro, do PRONA, foi o deputado federal mais votado da história do Brasil, com 1,6 milhão de votos.
Com isso, seu partido ganhou mais cadeiras na Câmara. E o que aconteceu?
Candidados a deputado federal pelo PRONA, com uma votação ridícula (um deles, Vanderlei Assis, com apenas 275 votos!), foram eleitos também... e vários deputados de outros partidos, com muitos milhares de votos, ficaram de fora do Congresso Nacional. Não é um absurdo?
É por isso que o sistema proporcional não garante uma bela representatividade, ainda mais num país enorme como o Brasil…
Peraí, mas o que o tamanho do Brasil tem a ver com isso?
Tudo!
Você já apertou a mão e conversou pra valer com quantos políticos?
É aí que mora o problema.
O candidato faz campanha em todo o estado, e é quase impossível que milhares ou milhões de eleitores saibam quem ele é de verdade, e o que pretende.
As pessoas acabam votando em alguém por causa da campanha eleitoral, ou pelo que vêem nas revistas, jornais, TV…
Assim, fica muito difícil dizer que um político eleito realmente pode agir em nome da vontade de seus eleitores…
A grande estrela da democracia é a urna.
Durante muitos anos, o Brasil usou as urnas convencionais para apurar os votos de uma eleição.
As cédulas de papel eram contadas, uma por uma, e a apuração levava vários dias.
Ficava todo mundo nervoso, roendo as unhas, esperando o resultado.
Mas a tecnologia também trabalha pela democracia.
A primeira urna eletrônica, inventada por Carlos Prudêncio, foi testada em Brusque, Santa Catarina, em 1989.
Mas o Brasil adotou as urnas eletrônicas só em 1996, em um teste feito em 57 municípios.
A eleição de 2000 para prefeito e vereador foi a primeira eleição totalmente eletrônica!
Somos uma das maiores democracias do planeta, com mais de 115 milhões de eleitores. Já pensou ter que contar milhões e milhões de votos, um por um?
Haja calo no dedo!
A eleição de 2002 no Brasil foi a maior votação eletrônica do mundo!
Com a urna eletrônica, o eleitor só precisa apertar botões com os números do candidato, confirmar a escolha… e pronto!
Mendigo bêbado jogado na rua, criança pedindo dinheiro em farol, gente passando fome e sem casa pra morar, garotos trabalhando para o tráfico de drogas. E
ssa calamidade se repete em todos os cantos do Brasil.
Nosso país tem uma distribuição de renda muito injusta, abaixo de vários países africanos.
Isso quer dizer que toda a riqueza produzida aqui não chega a todos brasileiros.
Uns poucos ficam com muito, e milhões vivem na pobreza ou na miséria.
Esse é um problema complicado, que não pode ser resolvido assim, da noite para o dia.
Mas muitos candidatos se aproveitam dessa tragédia para enrolar o povo.
Falam sempre "em justiça social", e só faltam jurar pela alma da mãe que vão garantir alimentação, habitação, emprego, educação e salário mínimo "tamanho família" para toda essa gente, em quatro anos de governo.
Esses políticos são conhecidos como populistas.
Além disso, a miséria e a ignorância são irmãs que não se desgrudam por nada...
Milhões de eleitores no Brasil vivem em condições de extrema pobreza, e não têm acesso à informação para entender que estão sendo enganados.
E acham até muito justo trocar seu voto por uma camiseta, um prato de comida ou uma promessa de dias melhores.
Por isso, olho vivo nos candidatos que prometem acabar com os problemas do Brasil em um piscar de olhos...
Sabe o que mais acontece no Brasil?
Ninguém tem paciência para saber, tim-tim por tim-tim, o programa de governo de um candidato. Além de uma vida pública honesta e competente, isso é a coisa mais importante que um político carrega: são as propostas contidas no programa que definirão os rumos do país sobre saúde, educação, segurança, economia, e muitos outros assuntos importantes.
Mas com essa falta de paciência toda, a maioria das pessoas acaba votando só no candidato, sem se preocupar com o programa que ele defende ou a que partido pertence.
Tem gente que vota porque o vizinho indicou, que escolhe o candidato mais bem falante, que vota em um candidato para não deixar outro ganhar, que reelege aquele prefeito safado, só porque ele resolveu asfaltar a sua rua no último ano do mandato...
E no nosso Brasilzão miserável, tem gente que vota até porque ganhou uma camiseta, uma bicicleta, um prato de comida.
Não adianta ficar só reclamando dos políticos.
O voto ainda é a melhor arma para punir os espertinhos...
Você pode não ter idade suficiente para votar.
Mas seus pais, tios, avós e até irmãos já podem, e são responsáveis pelo futuro do país.
E eles têm que ficar por dentro do que cada candidato anda prometendo por aí.
Sabia que você pode ajudar?
Converse com sua família, não deixe que o Brasil perca o "bonde do voto".
Ela pode ler os programas de governo nos sites oficiais de cada partido, discutir o assunto em um diretório do partido em sua cidade, se informar sobre o passado do candidato.
Assim, eles (e você também!) poderão cobrar as promessas não cumpridas daquele político potoqueiro!
Ah, também é bom ficar de olho em quem promete consertar o Brasil da noite para o dia...
http://www.canalkids.com.br/cidadania/democracia/eleicoes/abaixo.htm
Vejam aqui no Canal Kids uma votação virtual interessante
http://www.canalkids.com.br/cidadania/democracia/eleicoes/index.htm
Vejam aqui no Canal Kids uma votação virtual interessante
http://www.canalkids.com.br/cidadania/democracia/eleicoes/index.htm
Link para essa postagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário e retornarei assim que for possível.
Obrigada pela visita e volte mais vezes!
Linguagem não se responsabilliza por ANÔNIMOS que aqui deixam suas mensagens com links duvidosos. Verifiquem a procedência do comentário!
Nosso idioma oficial é a LINGUA PORTUGUESA, atenção aos truques de virus.
O blogger mudou sua interface em 08/2020. Peço desculpas se não conseguir ainda ler seu comentário.