Autor: Nancy Ventura / Ninete Aparecida
Por meio de suas lendas, o povo Kamayurá transmite seus valores de geração a geração e muitas são contadas e recontadas à beira da Lagoa Ipavu.
Cooperação, dedicação, amizade e respeito são alguns dos ensinamentos passados aos indiozinhos e que agora chegam até você de forma encantadora, com as belíssimas ilustrações e cores vibrantes da arte de Roberta Carvalho.Assunto: cultura indígena: a ética indígena de vida comunitária e de respeito à natureza.
Interdisciplinaridade: Ciências da Natureza, Estudos Sociais e Sociologia, Filosofia, História, Língua Portuguesa e Literatura, Geografia e Arte.
Transversalidade: meio ambiente, ética, cidadania, pluralidade cultural e temas locais.
Propostas: recriar a ilustração com colagens, ouvir músicas indígenas e desenvolver danças circulares.
Indicações:
- Séries iniciais do Ensino Fundamental
Sugestão de atividade:
Livro “Yrajang a canoa encantada” que lemos para a turminha de 5 a 7 anos.
"Um jovem índio chamado Ipavu fez com capricho uma canoa de um tronco de jatobá. Qual não foi sua surpresa quando na manhã em que ia pescar na lagoa a canoa apareceu andando e com dois olhos na proa. Apesar do susto, o corajoso índio subiu nela e desde esse dia não faltaram peixes para alimentar toda a aldeia. Porém, como era de se esperar, a canoa mágica despertou a cobiça do cunhado de Ipavu que tenta se apoderar dela. No final da história o índio invejoso será castigado exemplarmente."
Em seguida trabalhamos a construção de uma canoa que nos levasse para qualquer lugar mágico do planeta!
E fora dele também!
Ana André, artista plástica, com quem dou esta aula em dupla e nossos peixinhos coloridos.
A Canoa Encantada
Foi de dentro do corpo do escuro, quando as chamas da fogueira se apagaram, que a voz do velho índio Kamaiura se levantou dizendo assim:
"Eu vou contar. Eu vou contar agora:
No meio do mato, no meio da noite escura, um pescador adormeceu dentro de sua canoa, junto ao pé de Jatobá que crescera belo e forte perto da lagoa. No meio de seu sono, ele sonhou que cortava a casca do Jatoba para fazer uma canoa.
Ele demorou alguns dias neste trabalho. Ao terminar de fazer a canoa sua mulher, que estava grávida, deu à luz um filho. Assim, com o filho recém-nascido, ele não pôde trabalhar e não pôde arrastar a canoa para dentro da água. Ela ficou ali, no meio do mato, junto ao pé de Jatobá.
Alguns dias depois, o pescador já podia trabalhar e voltou ao lugar onde tinha deixado a sua canoa. Para sua surpresa, ela não estava lá. Entristecido, ele sentou-se junto ao pé de Jatobá e ficou pensando nos peixes, nos bichos, nas plantas e nas coisas. De repente, ouviu um barulho e logo depois viu a canoa se arrastando no meio do mato. Ele levou um susto e pensou: 'Minha Canoa virou um bicho e já pode andar sozinha.' Ele se encheu de coragem e, um pouco desconfiado, entrou na canoa e disse: '- Você me leva para a lagoa?' A canoa começou a se arrastar e entrou na água. Os peixes começaram a pular para dentro dela e ela comeu todos eles. Em seguida, outros peixes pularam para o seu interior e ela deu esta segunda pescaria para o seu dono.
O pescador deixou a canoa junto ao pé de Jatobá e levou os peixes para casa. Sua mulher, seus filhos e seus amigos ficaram maravilhados, fizeram muitas perguntas, mas ele manteve o bicho-canoa em segredo.
Dias depois, ele voltou para pescar, mas não encontrou a canoa junto ao pé de Jatobá: ela estava viajando. Ele ficou impaciente, mas resolveu aguardar.
Algum tempo depois ela chegou, ele entrou nela e foram os dois para a lagoa. Tão logo entrou na água, os peixes novamente pularam para dentro da canoa. O pescador quis pegar todos os peixes para ele, mas quando começou a juntá-los foi engolido pela canoa, que estava muito zangada: os primeiros peixes deveriam ser sempre para ela - o pescador fora muito apressado e ganancioso.
Uma folha com formato de peixe caiu sobre o rosto do pescador. Ele despertou assustado e saiu correndo por esse mundo afora procurando a canoa que estava encantada."
Esta história foi escrita pelo poeta e museólogo Mário Chagas, especialmente para o Mingau Digital, recontada do folclore indígena brasileiro.
Outra versão
Um jovem do povo Kaiamurá construiu sua própria canoa. Um dia foi pescar, quando chegou ao rio não encontrou sua canoa entristeceu-se e pensativo imaginou o que ocorrera. Alguém havia roubado ou algum animal havia destruído a canoa.
Vejam aqui o texto e uma interpretação:
http://pt.scribd.com/doc/65291798/Portugues-interpretacao-e-atividades-com-verbo
Atividades
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De repente, ele ouviu um som vindo da mata, avistou uma canoa rastejando e notou que era a mesma canoa que havia construído. Deu para ela o nome de Igaranhã – que significa o jacaré- , pulou na canoa ordenando-lhe que entrasse na água. Quando Igaranhã deu um toque na água, cobriu-se dos peixes mais variados, de diversas cores, de vários tamanhos. Os primeiros peixes Igaranhã comeu, mas a maior parte ficou para o homem.
Quando chegou em casa, sua mulher não acreditou no que viu, ele disse apenas que encontrou o local ideal para pescar.
No dia seguinte, foi ao mesmo lugar e viu novamente a canoa rastejando em sua direção e mais uma vez Igaranhã entrou na água e cobriu-se de peixes, mas desta vez o homem rapidamente recolheu os peixes sem deixar alimento para Igaranhã.
Brava, ela acabou devorando o próprio dono.
http://www.ecast.com.br/lendas_indigenas_2011/3d_html/3d_henrique_gabriel.htmlVejam aqui o texto e uma interpretação:
http://pt.scribd.com/doc/65291798/Portugues-interpretacao-e-atividades-com-verbo
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