MINHA CIDADE
APARECIDA
PINTOR JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS
GILBERTO GOMES
GUIDO BRAGA
TEMÍSTOCLES ALVES
GILBERTO GOMES
GUIDO BRAGA
TEMÍSTOCLES ALVES
“Sou um operário do desenho e da pintura, por isso sigo à risca os conhecimentos técnicos que aprendi”.
Com essas palavras, o meu saudoso e querido amigo, José Roberto dos Santos, definiu-se numa das centenas de conversas que tivemos ao longo de mais de quinze anos de uma grande amizade.
Às vezes, parece que ainda posso vê-lo. À noite, com sua piteira, conversando frente ao Cine Ópera (hoje Caixa Econômica Federal), ou na porta da, também extinta, Tenda Árabe, que exibia um grande e belo quadro seu (um árabe sentado servindo chá).
José Roberto dos Santos nasceu em Aparecida aos 24 de abril de 1913. Ainda criança, seus pais, Israel Euzébio dos Santos e Antonia de Castro Santos, mudaram-se para São Paulo, onde viveram por longos anos. Estudou regularmente até o 3º ano primário, mas foi sempre um estudioso e leitor ávido. Era autodidata por excelência. Tanto que aprendeu inglês, italiano e ídiche (língua judaica) e um pouco de francês e alemão.
Chegou a dar aulas de inglês ao bispo coadjutor de Aparecida Dom Macedo, que o visitava, uma vez por semana, em sua casa, na Rua Santa Rita, onde sempre morou após o retorno de São Paulo, na década de 40.
Em 15 de novembro de 1927 foi diplomado pela antiga “Escola Profissional Masculina”, em São Paulo, com habilitação no “Officío de Pintura e Decoração”.
Em 25 de setembro de 1937 casou-se com Maria de Lourdes Pasin. Ainda em São Paulo nasceram os filhos Maria Helena dos Santos, José Roberto dos Santos Júnior e Sérgio Israel dos Santos.
Roberto Santos era pessoa amável e muito versátil. Muita gente só o conhecia como pintor, mas ele trabalhou com piloto, formado pela Escola de Aviação do Campo de Marte, em São Paulo, tendo sido instrutor por vários anos.
Na companhia Nacional de Aviação fez entrega de aviões para inúmeros aeroclubes do Brasil.
Além disso, trabalhava com madeira com muita habilidade. Projetava e construía barcos, inclusive uma réplica de canoa canadense, revestida com tecido impermeável. Montava ele mesmo, as molduras para seus quadros. Trabalhou com fotografia vários anos, dedicando-se às ampliações de que mais gostava: desenho e pintura acadêmica. Alguns desses trabalhos estão na Câmara Municipal e em escolas de Aparecida. Executou ainda pinturas decorativas na Capela do Colégio do Carmo, em Guaratinguetá, e um mural que, embora carente de restauração, ainda pode ser visto no salão superior do Umuarama Clube.
Durante a Revolução Constitucionalista de 32, serviu no “Batalhão Nossa Senhora Aparecida”. Frequentemente eu o visitava e, Dona Lourdes, sempre atenciosa, nos trazia um cafezinho “da hora”. Em algumas dessas ocasiões, além de aprender noções técnicas de sua arte, eu o ouvia dedilhar seu violão. Gostava de tocar e suas preferidas eram do Dilermando Reis.
Na pintura, seus temas preferidos eram as “naturezas mortas”, retratos e reproduções de temas religiosos. Fez várias réplicas de Santa Ceia, que estão nas paredes de muitas casas pelo Vale do Paraíba e outros estados. Tem trabalhos no exterior, inclusive no Vaticano.
Embora tenha pintado algumas paisagens, não se entusiasmava muito por elas. Mas, uma vez, eu e o também saudoso amigo Benedito Sant’Ana Freire o convencemos a pintar ao ar livre, e nos levou para os arredores da chácara de seu genro Benedito Moreira César.
Roberto Santos nunca abriu mão do rigor técnico em suas pinturas.
Depois da morte de Sant’Ana, em janeiro de 1986, em substituição ao amigo, passou a dar aulas gratuitas de pintura no antigo “Mobral” e aulas de violão na antiga Casa do Pequeno Trabalhador.
Certa vez ele me disse: “Eu gosto tanto de pintar que lamento a morte, pois ela um dia vai me fazer parar”.
Isso finalmente aconteceu no dia 25 de novembro de 1988, sendo sepultado no Cemitério Santa Rita. Até hoje, Dona Lourdes conserva sua sala de trabalho do mesmo modo.
De seus quadros, Dona Lourdes manteve alguns (entre eles um auto-retrato) e distribuiu vários entre os filhos, herança que os enche de orgulho.
Vejajm obras on line aqui:
Observação: Esta obra não lembra Tarsila do Amaral?
Obra Operários
Que tal uma releitura de ambas?
Temístoles Alves
http://www.jornalolince.com.br/2011/dez/pages/artes-temistocles.php
Gilberto Gomes
http://www.jornalolince.com.br/2012/fev/pages/artes-universo-artistico-gilberto-gomes.php
http://www.gilbertogomes.com.br/encontrar.php?id=encontrar&image=5
http://www.gilbertogomes.com.br/curriculum.php
Aparecida,capital da fé
http://linguagemeafins.blogspot.com.br/2012/09/turma-da-monica-aparecidadia-da.html
Vejam aqui sugestões para alfabetização : tema cidade e bairro
http://alfabetizandoc.blogspot.com.br/search/label/CIDADE%20E%20BAIRRO
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