Pais
Histórico:
O respeito e a admiração pelo pai são antológicos.
Na Antiguidade, textos e livros sagrados de diversas religiões valorizavam sua figura a tal ponto que, muitas vezes, consideravam apenas ele na questão da descendência.
Ou seja, era o homem que levava adiante o nome da família.
Em muitos países do mundo isso ainda acontece.
A primeira homenagem a um pai que se tem registro é da Babilônia, há mais de quatro mil anos. O jovem Elmesu Moldou esculpiu em argila o primeiro cartão, que desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.
Nos tempos recentes, a data passou a ser comemorada em 1909, nos Estados Unidos, a partir de Sonora Luise, que prestava tributo ao seu pai.
O interesse pela festa espalhou-se pelo país e em 1972 tornou-se oficial, sendo comemorado no terceiro domingo de junho, assim como em muitas outras nações (como França, Reino Unido, Japão, entre outras).
No Brasil, o dia é criação do publicitário Sylvio Bhering e foi festejado pela primeira vez em 14 de agosto de 1953, dia de São Joaquim (pai de Maria e patriarca da família).
E é por isso que o Dia dos Pais segue sendo comemorado no segundo domingo de agosto.
Em outras partes do mundo homenageia-se os pais em momentos muito diferentes, sendo uma das datas mais espalhadas pelo calendário.
Atividades:
Como as realidades das famílias são diferentes, é preciso avaliar com cuidado a comemoração da data:
Dia de reflexão e perdão: não se trata de retomar mágoas, mas de compreender a realidade de muitas pessoas.
Pode-se partir de uma enquete familiar sobre o que é ser pai numa época de mudanças rápidas, as dificuldades e alegrias vividas, sua presença e sua falta, sobre o valor que lhe damos ou não. Podemos também conhecer o Código Civil sobre os direitos e deveres paternos, como também dos filhos em relação aos pais idosos, comparando com a realidade que envolve muitas famílias.
Deixando o coração falar: de acordo com a idade das pessoas do grupo, pode-se confeccionar um painel, para deixar um recado para o pai, uma poesia, uma carta, uma mensagem... que poderá ficar exposto em local público ou realizado apenas como gesto simbólico que cada um guardará consigo.
De filho para pai: escrever uma carta ao pai, ao invés de enviar-lhe um cartão pouco significativo, dizendo-lhe o que gostaria de falar, mas não tem coragem.
Pode ser uma forma de manifestar carinho e de reaproximação.
De pai para filho: coletar mensagens que os pais gostariam de deixar a seus filhos.
Pode revelar a outra face de quem parece não se importar ou estar distante.
Dia de comemoração: reunir os pais para uma confraternização, com atividades esportivas que envolvam os pais e os filhos.
Dicas:
A figura do pai é muito importante e fala pela sua presença ou pela sua ausência na vida de uma pessoa.
A gratificação no dia dos pais certamente virá pela oportunidade que nos é dada para o reconhecimento, o reencontro, o perdão, o abraço e o aprendizado de vida.
Site:
Site Pai Legal - - oferece orientações e trata do direito legal de filhos e pais separados. (http://www.pailegal.net/)
Livros:
O Clube do Filme - sem trabalho fixo, com dinheiro contado e o filho de 15 anos indo mal na escola, o crítico de cinema e pai, David Gilmour, descobre um jeito de se fazer presente na vida do filho.
Assiste e discute com ele o melhor e o pior do cinema.
E vai mostrando aos leitores a descoberta da vida adulta pelos olhos de um jovem e os dilemas da adolescência administrados por um pai muito presente. Editora Intrínseca.
Adoção, exercício da fertilidade afetiva - Para a autora - Hália Pauliv de Souza - não é imprescindível que crianças ou adolescentes sejam gerados biologicamente para serem amados. Mas é preciso que sejam gerados psicológica e emocionalmente para que os laços de afeto - a serem estabelecidos mediante a adoção - ofereçam a segurança de que pais e filhos necessitarão.
O livro é um dos mais completos trabalhos sobre adoção.
Mais informações: http://www.paulinas.org.br/
Pais & Educadores - quem tem tempo de educar? - A autora Isabel Parolin trata da questão da falta de tempo para o educar.
Mostra que não é a falta de tempo o problema mais sério na educação de crianças e jovens.
Mais informações: http://www.editoramediacao.com.br/
Vídeos e filmes:
A solidariedade entre as pessoas é o que pode amenizar os sofrimentos em qualquer idade. Crianças e idosos desamparados têm suas vidas modificadas quando nos dispomos a acolhê-los com amor.
* O som do coração - pais separados se reencontram na busca pelo filho.
* A última música - vivendo anos longe da filha, este pai agora precisa reconquistá-la.
* Aparecida, o milagre - o pai faz projetos de vida para o filho, mas ele tem outros planos.
* A vida é bela - numa realidade desesperadora, o pai luta para manter o filho vivo.
* Meu malvado favorito (animação) - a descoberta da beleza de ser pai afetivo.
* Click - 2006 – Michael (Adam Sandler) é um homem que ama sua família, mas não tem tempo para nada.
Vive imerso no trabalho e sacrifica tudo para atingir o sucesso profissional a fim de garantir-lhes o melhor.
Eles, contudo, não estão gostando disso. Direção de Frank Coraci. Duração: 98 minutos. Comédia.
* Os dois filhos de Francisco - 2005 – conta a história da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Francisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. Direção: Breno Silveira. Duração: 132 minutos.
* O caminho das nuvens - 2003 – Romão tem um sonho: conseguir um bom emprego. Ele e a família saem pela estrada em busca de uma vida melhor. Enfrentam muitas dificuldades, mas não perdem a alegria de viver. Direção: Vicente Amorim. Duração: 100 minutos.
* Gerações em solidariedade - 2003 – O vídeo, de 29 minutos, trata da possibilidade de convivência entre as diferentes gerações. Aprendendo uns com os outros os valores existentes em cada fase do ciclo da vida, seremos capazes de nos compreender e de nos relacionar bem, mesmo com os conflitos. Mais informações: clique aqui
* À Procura da Felicidade – 2006 - Ele (Will Smith) é um jovem pai desafiado a assumir suas responsabilidades paternas, mudando seu modo de viver. Em meio às durezas da vida, descobre também um mundo de emoções e de habilidades que o novo desafio proporciona.
* O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias – 2007 - Aprender a conviver com a ausência daquele que foi seu melhor amigo é o desafio que se apresenta a Mauro, um menino de doze anos, obrigado a separar-se de seus pais, perseguidos pela ditadura militar.
Só não foi mais difícil por conta da solidariedade que encontra entre pessoas até então completamente desconhecidas.
Músicas:
Amor Pra Recomeçar
Frejat
Composição: Frejat/Mauricio Barros/Mauro Sta. Cecília
Eu te desejo não parar tão cedo
pois toda idade tem prazer e medo
e com os que erram feio e bastante
que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
que seja por um dia e não o ano inteiro
e que você descubra que rir é bom
mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar,
pra recomeçar
Eu te desejo muitos amigos
mas que em um você possa confiar
e que tenha até inimigos
pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste
que seja por um dia e não o ano inteiro
e que você descubra que rir é bom
mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar...
Desejo que você ganhe dinheiro
pois é preciso viver também
e que você diga a ele pelo menos uma vez
quem é mesmo o dono de quem
Desejo que você tenha a quem amar...
Conversando sobre a música:
“... e quando estiver bem cansado, ainda exista amor pra recomeçar”.
Aprendemos que cuidar dos filhos é tarefa dos pais e trazemos uma imagem de pai forte, durão, quando ele também precisa ser cuidado, não só na velhice nem só pela mãe.
- Que gestos e atitudes demonstram o cuidado e amor para com os pais?
- Por que às vezes é tão difícil expressarmos isso no dia a dia?
- O que pode ser melhorado em nossa convivência familiar e por onde podemos começar?
Pais e Filhos
Legião Urbana
Composição: Dado Villa Lobos, Renato Russo, Marcelo Bonfá
Estátuas e cofres. E paredes pintadas.
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar.
Nada é fácil de entender.
Dorme agora.
É só o vento lá fora.
Quero colo. Vou fugir de casa.
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo. Tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.
Meu filho vai ter nome de santo.
Quero o nome mais bonito.
É preciso amar as pessoas como se
Não houvesse amanhã.
Porque se você parar para pensar,
Na verdade não há.
Me diz por que o céu é azul.
Explica a grande fúria do mundo.
São meus filhos que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar.
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais.
Eu moro com os meus pais.
É preciso amar as pessoas como se
Não houvesse amanhã.
Porque se você parar para pensar,
Na verdade não há.
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia.
Você me diz que seus pais não entendem.
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo.
E isso é absurdo.
São crianças como você
O que você vai ser, quando você crescer?
Para cantar e conversar:
Na música são citadas realidades familiares que vivenciamos
com frequência, marcadas pelo desejo de acertar e também por frustrações.
Entre a família idealizada e aquela que temos, muitos desafios
se colocam para os pais e os filhos.
- Que laços precisam ser fortalecidos para nos entendermos
e nos amarmos mais?
- O que significa respeitar e conviver com as diferenças na família?
- Qual o papel dos pais e dos filhos e como cada um
pode contribuir para uma convivência harmoniosa?
Meu pai
Daniel
Não é porque ele é meu pai
Que eu escrevi esta canção
Fiz bem mais pela beleza
De um senhor com uma grandeza
Além da imaginação
Não é porque ele é meu pai
Que eu o exalto tanto assim
É que pela minha idade
Esse anjo de bondade
Ainda cuida bem de mim
Me aconselha a todo instante
Me dá carinho dá amor
Ele é um raro diamante
De indiscutível valor
É meu amigo do peito
Eu tenho orgulho de falar
Esse homem tão direito
Diplomado em respeito
É um exemplo em nosso lar
Não é porque ele é meu pai
Que eu escrevi esses versos
É que ele se sobressai
Entre os pais do universo
Queria ser mais que um poeta
Nessa rima que se encerra
E essa canção ser um troféu
Pois pra mim é Deus no céu
E o meu pai aqui na Terra.
Galha do Cajueiro
Wilson Simonal
Composição: Tião Motorista
Vou fazer minha queixa,
Quando o meu papai chegar
Mamãe não me deixa subir nesse galho
Ela disse que eu caio
E vou lhe dar trabalho
Quando o meu papai,
Quando o meu papai,
Quando o meu papai chegar
Corro pra ele e vou lhe contar, oh!
Papai, mamãe não quer
Que eu suba no cajueiro
Ela falou se eu subir eu caio
Da galha do cajueiro! (3x)
Me tira, mamãe, me tira
Me tira deste castigo
Eu subo naquela galha
Não corro nenhum perigo
Eu quero tirar caju
Eu vendo e ganho dinheiro
Me deixa, mamãe, subir, deixa subir
Na galha do cajueiro!
Conversando sobre a música:
Crescer numa família que cuida;
junto a um pai presente e amoroso é uma realidade que muitos desconhecem.
E faz toda a diferença no desenvolvimento de uma criança.
- O que tem dificultado a vida familiar nos dias atuais?
- Quais lembranças boas trazemos de nossa infância e de nossos pais?
- Quais programas/ações de proteção à infância
e à família conhecemos e em que contribuem?
Loadeando
Marcelo D2
Stephan: "E aí pai, beleza?"
Marcelo: "Beleza filho. E tu? Tudo certo?"
Stephan: "Certo. E você? A procura da batida perfeita?"
Marcelo: "Sempre, rapaz. E aí? Como é que tá o colégio?"
Stephan: "Ah! O colégio tá bem! Eu que... você sabe como é que é, né?"
Round one...
Marcelo: O jogo começou, aperta o Start, na vida você ganha, cê perde, meu filho.
Faz parte.
Stephan: Ih! É ruim, eu não gosto de perder.
Nem me lembro há quanto tempo que eu não perco pra você.
Marcelo: Han.Calma filho, você ainda tem que crescer.
O jogo apenas começou e você tem muito pra aprender.
Stephan: É! Eu sei. Eu tava só zoando. Você que loadeou e eu tô jogando.
Marcelo: Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho.
Stephan: Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai.
Round two...
Stephan: Se o papo for futebol?
Marcelo: Ah! Isso é comigo.
Stephan: E se o assunt
o é playstation?
Marcelo: Tudo bem contigo. A evolução aqui é de pai pra filho.
A família é Peixoto e representa o Rio.
Stephan: Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai.
Mas aquele passeio na Disney, quando a gente vai, hein?
Marcelo: Han! Sabia. Tava demorando.
Deixa o dólar dá uma baixada e ai nós vamos, certo?
Stephan: Ih! Beleza. A comida tá na mesa.
Mas pro dólar dá uma baixada é uma tristeza.
Marcelo: É! Tu sabe que a vida não tá mole pra toda família,
que segue firme e forte, na correria.
Stephan: Me lembro. É só olha pra trás.
Mas pra vida melhorar, como é que faz?
Marcelo: Não fico parado, esperando a ajuda da Unesco.
Na minha vida ando pra frente, sempre em passo gigantesco.
Marcelo: Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho.
Stephan: Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai.
Stephan: O pensamento é rápido. Não enrola.
Três pra frente x diagonal pra cima e bola.
Marcelo: É! Já vi que tu tem o poder.
O controle tá na tua mão e o jogo é pra você.
Mas a persistência é o que leva a perfeição.
Eu que lodiei, você joga e é exemplo pro teu irmão.
Stephan: Você é o reflexo do espelho do seu pai.
Eu também. Uma coisa eu aprendi, planto amor pra colher o bem.
Marcelo: Ah moleque!Assim que tem que ser rapaz.
Muito amor no coração rapazeada.
Marcelo: Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho.
Stephan: Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai.
Para cantar e conversar:
A música, no estilo hip hop, dialogada, reporta a um momento
muito singular na vida das famílias:
a busca de aproximação entre pai e filho,
que conseguem se comunicar, partindo
da compreensão do interesse, das dificuldades e expectativas de cada idade.
Partindo da música, pode-se propor um debate sobre
como pais e filhos podem estar mais próximos,
respeitar-se nos valores e experiências de cada idade,
encontrando formas de estar juntos e viver o amor de uns pelos outros.
Meu querido, meu velho, meu amigo
Roberto Carlos
Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito, me ensinando tanto do mundo...
E esses passos lentos, de agora, caminhando sempre comigo,
Já correram tanto na vida,
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo,
Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas, ao vento...
Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presente nas experiências
Contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida.
Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina,
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...
Olhando seus cabelos, tão bonitos,
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Marvin
Titãs
Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
Mas mesmo assim não podia ser pior
Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar
Mas Deus quis vê-lo no chão
Com as mãos levantadas pro céu
Implorando perdão
Chorei, meu pai disse: “Boa sorte”,
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse
“Marvin, agora é só você
não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer”
Três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda hora
Todo dia antes do sol sair
Eu trabalhava sem me distrair
As vezes acho que não vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu estiver
Eu sei muito bem o que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer
Ele disse
“Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor”
E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro
E aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em
minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a aposta,
Trabalhava feito um burro nos campos
Só via carne se roubasse um frango
Meu pai cuidava de toda a família
Sem perceber segui a mesma trilha
Toda noite minha mãe orava
“Deus, era em nome da fome
que eu roubava”
Dez anos passaram, cresceram
meus irmãos
E os anjos levaram minha mãe
pelas mãos
Chorei, meu pai disse: “Boa sorte”
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
“Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer”.
“Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor”.
Cidadão
Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
“Pai vou me matricular”
Mas me diz um cidadão:
“Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar”
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
“Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar”.
Jornais
Nenhum de Nós
Quantos filhos esperaram a chegada de seus pais
Tantos deles não vieram, não chegaram nunca
A calçada não é casa, não é lar, não é nada
Nada mais do que um caminho que se passa
Tão estranho pra quem fica... pra quem fica
As palavras no asfalto, nessa vida são tão duras
O carinho não consola mas apenas alivia
A calçada não é cama, não é berço, não é nada
Nada mais nos faz humanos sem afeto
E o medo é um abraço tão distante de quem fica.
(Refrão)
Onde vai? Nós estamos de passagem
Onde vai? Onde a rua nos abriga
Onde vai? Estamos sempre de partida
Onde vai? Onde a rua nos abriga desse frio.
As pessoas que se enrolam nos jornais não são mais notícia
Elas não esperam de um papel de duas cores
Mais que um pouco de calor
A calçada não é pai, não é mãe, não é nada
Nada mais do que um abrigo, um refúgio
Tão estranho pra quem passa...
Pra quem passa...
Coração Civil
Milton Nascimento
Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Bom sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia
Eu vou levando a vida, eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso um dia se realizar
E eu viver bem melhor.
Poesias:
Ser Pai
Ser pai é ter autoridade
É um ser extraordinário
É cheio de compromissos
É aquele que se preocupa com os filhos
Ser pai é lutar pelos seus objetivos
É ter fé, amor e esperança
É mais do que um amigo
É forte e tem perseverança
Ser pai é estar na liderança
É quem dá o sustento à família
É alguém de confiança
É repleto de paz e alegria
Ser pai é estar em harmonia
É ser digno de honra e respeito
É propor regras e limites
É composto de qualidades e defeitos
Ser pai é ter direitos e deveres
É contra as injustiças e preconceitos
É um exemplo de pessoa
É um ser quase perfeito.
de Sidney Alves das Virgens
Sonho do dia dos pais
Esta noite eu tive um sonho, mas acordei para a realidade!
Pai!
Sonhei em te dar um abraço,
Mas, talvez posso estar distante.
Sonhei em fazer-te uma homenagem,
Mas não sei se poderás estar presente.
Sonhei em seguir os teus passos,
Mas nem sempre seguimos o mesmo caminho.
Sonhei em dar-te um beijo,
Mas, às vezes pode estar magoado.
Sonhei em te dar flores,
Mas, nem sempre é primavera.
Sonhei em dar-te uma lembrança,
Mas, não conheço todos seus agrados.
Sonhei em acariciar o seu rosto,
Mas, não é o único pai a merecê-lo.
Sonhei em chamar-te de pai olhando em seus olhos,
Mas é amigo, conselheiro, companheiro, camarada.
Sonhei em construir lhe o futuro,
Mas não poderei fazê-lo sozinho.
Sonhei em recompensar-te,
Mas, não foi apenas a mim o que fizeste.
Sonhei em dar-lhe o mundo,
Mas, não o tenho em minhas mãos.
Mas ao acordar eu percebi
Que, nada de material tenho para oferecer-te,
A não ser meu sincero reconhecimento,
Minha honesta gratidão,
E, meu eterno compromisso,
Em fazer-te a minha própria doação
para dar continuidade a este longa caminhada por ti iniciada.
Parabéns, Papai,
Por suas virtudes em superar as dificuldades da lona preta,
das madrugadas frias, da fome, do medo, das incertezas, da discriminação.
Pela ousadia que tiveste, em desafiar a lei,
o Estado, a repressão, os despejos, o latifúndio, as cercas.
Pela coragem em enfrentar os fazendeiros, os pistoleiros,
os policiais, as bombas, os cães, as armas.
Enfim, pela esplêndida batalha travada
para vencer a fome e edificar nossa dignidade.
Você é o guerreiro que me Orgulha.
Obrigado, Papai!
Mais sugestões: http://www.mundojovem.com.br/poema-pai.php
Mensagem:
Ser pai
de José Ventura Filho - João Pessoa-PB
Canções aparentemente silenciosas revoam insistentemente à minha mente nesse espaço de tempo ao tentar alcançar a infinidade de um melhor entendimento acerca de como é ser pai, um ser tão importante e especial em nosso núcleo familiar.
Pai é o todo verdadeiro no seu grau mais nobre...
Não importa procurar ou encontrar seus erros ou suas falhas, porque qualquer manifestação de sua vontade se reveste de melhores sentimentos fundamentados pelos ensinamentos do nosso PAI maior.
Pai não cobra qualquer retribuição ou volta do que por ele é ofertado ou ensinado, pois seus gestos são espontâneos e escassos de qualquer poeira de maldade...
São verdadeiras dádivas que não cabem qualquer mensuração.
Há simplesmente o encanto do amor tão bem guardado a ser doado aos seus filhos.
É um homem de puro coração que armazena sem dividir ou divulgar suas preocupações diversas, desejos, projetos e planos em prol da tranquilidade dos filhos e da sua família, elevando-o à graduação mais nobre como um ser humano, que só os orgulham.
Não importa as diferentes datas comerciais estabelecidas ou programadas por diversos países acerca da comemoração do seu dia, mas sim, a sua sabedoria, a sua coragem e sua lealdade, que são sustentáculos do nosso comportamento e da nossa saudade de um amor sem final.
Penso que ser um pai não é preencher apenas o seu ego ou suprir materialmente seus filhos...
É saber correr e participar de todos os momentos da vida deles, sem qualquer obrigação...
É deixar o amor perpassar todos os campos da serenidade, da simplicidade, da cumplicidade, do diálogo, da compreensão e da honestidade.
É ser um pássaro voador à procura de um ninho acolhedor para seus filhos...
É ser um verdadeiro amigo...
Mais mensagens:
Frases:
“O que é que deixaremos aos nossos filhos?
Que é que fica para os nossos filhos, dos pais que tiveram?
O mais importante, sem dúvida, são as horas que lhes dedicamos, o tempo em que partilhamos as nossas vidas com eles, contando-lhes coisas de família, ensinando-lhes velhas tradições, divertindo-nos e descansando com eles, ouvindo as suas preocupações e ajudando-os a resolver seus conflitos pequenos e grandes.”
Aquilino Polaino-Lorente, psicopatologista espanhol
“O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade.”
Karl Mannheim, sociólogo
“Meu pai não me disse como viver. Ele viveu e me deixou ver como ele vivia.”
Clarence Budington Kelland
“É preciso aprender com a prática, pois, embora você pense que sabe, só terá certeza depois que experimentar.”
Dinâmica:
Expressando o amor
- Numa sociedade consumista como a nossa, muitas vezes expressar amor é confundido e substituído apenas por dar presentes. E sabemos que perder tempo com o outro é saudável e que escutar, conversar e brincar aproxima e fortalece os laços afetivos.
- Proponha uma brincadeira utilizando caixas de diferentes tamanhos. Desafie cada grupo ou dupla a interagir, construindo algo criativo com as caixas ou inventando uma brincadeira com elas, que envolva todo o grupo. Pode-se também desafiar a realizar a atividade em casa, junto com os familiares.
- Apresentam-se aos demais as criações e/ou realizam-se as brincadeiras.
- Concluir com a leitura coletiva (ou encenada) da história O homem que amava caixas e partilhando o que foi interessante nesta vivência.
Mais dinâmicas:
Artigos:
Aprendendo a ser pai e a brincar
“Amar é brincar. Não leva a nada. Porque não é para levar a nada. Quem brinca já chegou. Coisas que levam a outras, úteis, revelam que ainda estamos a caminho: ainda não abraçamos o objeto amado.” Rubem Alves
Partilho com João Bello, poeta, contador de histórias, pai, avô, o desafio e a alegria de ser pai. Quando nasceu o Pedro, seu neto, o João poetizou:
“Num mundo em guerra, num milênio que inicia, só o milagre da Vida pra resgatar a harmonia”. Escrever sobre este aprendizado é mexer com muitos elementos da nossa existência.
Faz-nos perguntar o que realmente é importante e tem valor em nossas vidas.
Agradeço à Joana, nove anos, por me ensinar a ser pai, por insistir em me fazer brincar, apesar da resistência.
Presença e atenção
Nós, homens-pais, temos certa inveja do papel que as mulheres-mães representam na vida dos filhos.
Partimos com uma larga desvantagem: por nove meses o contato direto da criança é somente com a mãe.
Depois, ainda tem o tempo da amamentação, quando o pai parece mais um acessório.
Pesquisas revelam que, na maioria das vezes, é a mãe que leva o filho ao médico, à escola, à igreja, às compras...
Até mesmo para conversar, os filhos e filhas preferem as mães.
Como empatar esse jogo?
Somente com mais presença, carinho, atenção e, acreditem, autoridade, aquela que oferece proteção e cuidado, respeitando a liberdade dos filhos.
Muita coisa está mudando em nossas famílias.
Se, tempos atrás, era o homem o chefe da família, hoje 29,2% dos lares são chefiados por mulheres (IBGE).
Também existe uma maior valorização da família, tida como um porto seguro diante das incertezas e dos riscos da vida pública.
Fala-se em família pós-moderna ou contemporânea, aquela que é mais tolerante com a diversidade, com mais espaço para a individualidade.
É neste ambiente que os homens-pais estão desafiados a encontrar o seu lugar.
Tem tanta coisa pra conversar: a violência, o futuro do planeta, o futebol, a política, o sentido da vida; tem o tema de casa pra gente fazer juntos; olhar um filme ou ler um livro; e tem que brincar muito.
Sabemos da carga pesada que nossas crianças carregam hoje: o excesso de notícias e informações, o clima de apreensão e medo, os hábitos e exigências da vida moderna, inclusive de que a criança tornese jovem antes do tempo.
Claro que nossas crianças e nossos jovens mudam com o mundo e estão mais preparados para reagir diante de novas situações.
Mas também é fundamental a presença e a orientação do adulto-pai.
Já disseram que “educar um filho significa prepará-lo para não precisar de nós”, e ajudá-lo na conquista da sua autonomia.
Mas, até que isso aconteça, não podemos privar os filhos de explicarlhes o que está ocorrendo. Oferecer a eles a nossa palavra, nosso conforto e recursos para viver neste mundo.
Sem deixar de também ouvir o que eles têm a dizer.
Quem é o pai?
É muito comum associar a figura do pai ao trabalhador, sério, sisudo, guerreiro, preocupado somente em prover o lar de recursos para a alimentação, a saúde, a educação etc.
Aqui nos ajuda o compositor/poeta Gonzaguinha:
“Guerreiros são pessoas, são fortes, são frágeis.
Guerreiros são meninos, no fundo do peito...
É triste ver um homem, guerreiro menino, com a barra de seu tempo por sobre seus ombros.
Eu vejo que ele berra, eu vejo que ele sangra, a dor que tem no peito, pois ama e ama (...)
Um homem se humilha, se castram seus sonhos, seu sonho é sua vida, e vida é trabalho, e sem o seu trabalho, um homem não tem honra, e sem a sua honra, se morre, se mata...”
Assim, a figura do pai aparece como autoridade, quando não como autoritarismo.
Mas a verdadeira autoridade nasce de uma boa relação afetiva entre pais e filhos.
Ela não deve ser imposta.
Daí a importância de aprender com as crianças a dar valor às coisas que parecem não levar a nada, como as brincadeiras, mas que aproximam e criam vínculos afetivos para toda a vida.
Penso que a dimensão lúdica e afetiva dos homens-pais foi atrofiada em nossa cultura.
Ela precisa ser despertada, sabendo que isso é um acréscimo e não uma perda em relação a outras dimensões, como o trabalho, que continuarão a ter o seu valor.
É o pai, guerreiro e forte, mas também menino e frágil.
Rui Antônio de Souza,
Artigo publicado na edição nº 409, jornal Mundo Jovem, agosto de 2010, página 15.
Atividade:
* Reunir pais e filhos, tios, avós, irmãos mais velhos (ou quem faça esse papel do pai) para uma confraternização recheada de atividades esportivas e brincadeiras que os envolvam na redescober ta do brincar.
* Você lembra, pai? Numa roda de conversa, resgatar fatos marcantes na vida de pais e filhos e contar o que se aprendeu com isso.
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