Você já ouviu falar nos elfos? Ninguém sabe direito se eles existem ou não. Mas quem jura que viu, conta que são lindíssimos, bem pequeninos, vivem na mata, têm asinhas finas e dormem dentro das flores.
No livro O Elfo e A Sereia, da escritora Ana Maria Machado, com ilustrações de Elma, há um elfo como o das lendas. Os animais acreditavam que foi o avô dele que ensinou os passarinhos a cantar.
Esse elfo um dia encontrou uma sereia. Ela estava dentro da arca do tesouro de um navio encalhado na praia. Ele ficou tão encantado com aqueles cabelos verdes, que se apaixonou na mesma hora.
Só que o elfo não podia viver no mar, junto com sua amada.
Tampouco a sereia podia viver na mata.
E agora? Será que isso vai impedir essa linda história?
Com um texto delicado e poético, Ana Maria mostra que não há limites para um amor tão bonito.
Ana Maria Machado estava a contar...
Um elfo que não era apenas ares e asas, mas possuía toda a curiosidade sobre as pedras preciosas que pudesse encontrar. Uma libélula contou a ele dos restos de um barco náufrago na areia: quais tesouros poderia lá encontrar?
Encontrou uma caixinha de madrepérola e coral e dentro dela...
Uma sereia a cantar e a chorar a sorte como um peixe fora da água.
“Por favor” a sereia sussurrou, “ponha-me de volta no mar antes que outro sol nasça.” Mas o elfo já não podia, sereias têm encantos.
“Você é a joia mais rara e preciosa que já vi, o tesouro mais brilhante que já piscou para mim, e canta a canção mais suave que já visitou meus ouvidos.”
- Preciso de ti. Fica comigo.
– Se eu ficar, morro – disse a Sereia.
– Tu tens os olhos mais verdes que o vento do mar, um jeito mais forte e seguro que qualquer navio, o cheiro da terra mais vivo e fresquinho que já senti.
– Mas não me posso demorar fora d’água.
– Também não me posso demorar.
Nessa narrativa poética, Ana Maria Machado, sempre criativa e sensível, encontra uma forma de esses dois seres, apesar das diferenças, serem felizes para sempre.
Fonte:
Elfos, o deus do ar, não gostava só de voar pelos ares.
Também adorava jóias preciosas. E isso o levou até um navio naufragado.
Leitura e interpretação
O Elfo e a Sereia
Mexe que mexe, vira que vira, procura que procura, achou uma caixinha de madrepérola e coral. Tinha todo o jeito de guardar um tesouro. De dentro, vinha uma música tão linda como o canto dos pássaros ou a canção do bisavô-anjo.
Com dificuldade, o Elfo abriu a caixa.
Lá dentro, uma Sereia cantava, enquanto penteava os longos cabelos verdes. Cantava e chorava.
Quando viu o Elfo, parou de chorar e falou cantando:
- Muito obrigada. Você me salvou. A tempestade me jogou aqui e eu estava presa. Se eu ficasse muito tempo fora d’água, ia morrer. Por favor, ponha-me de volta no mar antes que outro sol nasça.
- Não posso – disse o Elfo. – Você é a jóia mais rara e preciosa, o tesouro mais brilhante que já piscou para mim, e canta a canção mais suave que já visitou meus ouvidos. Preciso de você. Fique comigo.
- Se eu ficar, eu morro – disse a Sereia. – Bem que eu gostaria! Você tem os olhos mais verdes que o vento do mar, um jeitão de madeira mais seguro que qualquer navio, o cheiro da terra mais forte e fresquinho que já senti. Mas não posso demorar fora d’água. Venha comigo.
- Não posso. Fora da mata eu morro. Também não posso demorar.
- E justamente porque estava gostando tanto dela, o Elfo soltou a Sereia no mar.
- E ela, justamente porque estava gostando tanto dele, não enrolou seus longos cabelos verdes no musgo do manto dele, não o arrastou.
Cada um foi para o seu lado. Mas ficaram tristes.
No fim de algum tempo, ele sentia tanta saudade que conseguiu um milagre: tecendo pétalas de flor, acabou fazendo uma túnica cor de maresia.
Enquanto isso, no chuveiro das ondas, a Sereia conseguia tomar banho de cheiro de luar na mata, com todos os seus cricris.
Uma noite, acabaram voltando à praia e se encontrando. Outras noites. Muitas. De lua cheia ou lua nova. Sempre se separando antes de o sol nascer.
E aos poucos começaram a surgir outros seres na mata e no mar. Iaras nas cachoeiras. Ninfas nos rios. Algas que viraram florestas nas profundezas marinhas. Peixes-voadores sobre as ondas, com asas leves e transparentes.
E no fundo das conchas mais fundas, novos tesouros – as pérolas. Seres maravilhosos que moram ao mesmo tempo na fantasia, na mata e no mar.
Parece que é porque o Elfo e a Sereia tiveram muitos filhos. E parece que é porque, desse jeito que eles inventaram, cada um seguiu sua vida, mas acabaram sendo felizes para sempre.
Mexe que mexe, vira que vira, procura que procura, achou uma caixinha de madrepérola e coral. Tinha todo o jeito de guardar um tesouro. De dentro, vinha uma música tão linda como o canto dos pássaros ou a canção do bisavô-anjo.
Com dificuldade, o Elfo abriu a caixa.
Lá dentro, uma Sereia cantava, enquanto penteava os longos cabelos verdes. Cantava e chorava.
Quando viu o Elfo, parou de chorar e falou cantando:
- Muito obrigada. Você me salvou. A tempestade me jogou aqui e eu estava presa. Se eu ficasse muito tempo fora d’água, ia morrer. Por favor, ponha-me de volta no mar antes que outro sol nasça.
- Não posso – disse o Elfo. – Você é a jóia mais rara e preciosa, o tesouro mais brilhante que já piscou para mim, e canta a canção mais suave que já visitou meus ouvidos. Preciso de você. Fique comigo.
- Se eu ficar, eu morro – disse a Sereia. – Bem que eu gostaria! Você tem os olhos mais verdes que o vento do mar, um jeitão de madeira mais seguro que qualquer navio, o cheiro da terra mais forte e fresquinho que já senti. Mas não posso demorar fora d’água. Venha comigo.
- Não posso. Fora da mata eu morro. Também não posso demorar.
- E justamente porque estava gostando tanto dela, o Elfo soltou a Sereia no mar.
- E ela, justamente porque estava gostando tanto dele, não enrolou seus longos cabelos verdes no musgo do manto dele, não o arrastou.
Cada um foi para o seu lado. Mas ficaram tristes.
No fim de algum tempo, ele sentia tanta saudade que conseguiu um milagre: tecendo pétalas de flor, acabou fazendo uma túnica cor de maresia.
Enquanto isso, no chuveiro das ondas, a Sereia conseguia tomar banho de cheiro de luar na mata, com todos os seus cricris.
Uma noite, acabaram voltando à praia e se encontrando. Outras noites. Muitas. De lua cheia ou lua nova. Sempre se separando antes de o sol nascer.
E aos poucos começaram a surgir outros seres na mata e no mar. Iaras nas cachoeiras. Ninfas nos rios. Algas que viraram florestas nas profundezas marinhas. Peixes-voadores sobre as ondas, com asas leves e transparentes.
E no fundo das conchas mais fundas, novos tesouros – as pérolas. Seres maravilhosos que moram ao mesmo tempo na fantasia, na mata e no mar.
Parece que é porque o Elfo e a Sereia tiveram muitos filhos. E parece que é porque, desse jeito que eles inventaram, cada um seguiu sua vida, mas acabaram sendo felizes para sempre.
ESTUDO DO TEXTO:
1. A história fala de um grande amor. Quem são as personagens?
2. Quem é Elfo?
3. Elfo e a Sereia se apaixonaram. O que os impedia de ficar juntos?
4. Relacione Elfo e a Sereia às suas qualidades físicas:
a. Elfo ( ) tinha cabelos longos e verdes.
b. A Sereia ( ) tinha olhos verdes.
( ) tinha um jeitão de madeira mais seguro que navio.
( ) era uma jóia rara e preciosa.
5. No texto, há diversas comparações feitas pelas personagens. Indique a quem eram dirigidas as comparações abaixo. Se dirigida à Sereia, marque um S ; se dirigida a Elfo, marque um E .
- Você é a jóia mais rara e preciosa que já vi. ( )
- Você tem os olhos mais verdes que o vento do mar. ( )
- O cheiro de terra mais forte e fresquinho que já vi. ( )
- O tesouro mais brilhante que já piscou para mim. ( )
b. A Sereia ( ) tinha olhos verdes.
( ) tinha um jeitão de madeira mais seguro que navio.
( ) era uma jóia rara e preciosa.
5. No texto, há diversas comparações feitas pelas personagens. Indique a quem eram dirigidas as comparações abaixo. Se dirigida à Sereia, marque um S ; se dirigida a Elfo, marque um E .
- Você é a jóia mais rara e preciosa que já vi. ( )
- Você tem os olhos mais verdes que o vento do mar. ( )
- O cheiro de terra mais forte e fresquinho que já vi. ( )
- O tesouro mais brilhante que já piscou para mim. ( )
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