Mostra personagens importantes do passado, desbravadores que enfrentam a selva, o deserto, o oceano, o céu.
Em 'Abrindo caminho', Ana Maria Machado combina épocas, estilos, obras e aventuras em uma homenagem a grandes desbravadores que com feitos ou idéias revolucionaram seu tempo.
No Brasil, Antonio Carlos Jobim, Carlos Drummond de Andrade, Alberto Santos Dumont.
Na Europa, Dante Alighieri, Marco Polo, Cristóvão Colombo.
Cada um à sua maneira criou novos paradigmas provocando uma mudança no rumo da história.
O livro inspira-se na coragem e na ousadia desses heróis, poetas, inventores que se dedicaram sem cansaço aos seus ideais, suas verdades, seus sonhos.
Considerações desta obra:
Linguagem traz uma pequena pesquisa :
Considerando que para o universo da criança é muita informação histórica e biográfica, trouxe este apanhado sobre A Divina Comédia, entre outras observações interessantes como Dica pedagógica.
Abrindo Caminho (2004) é um texto de Ana Maria Machado, ilustrado por Elizabeth Teixeira que se
enquadra na categoria que remete ao poético, pois mistura prosa e poesia, numa espécie de
sincretismo de gêneros literários.
O texto configura-se de tal forma que é possível identificar a
narrativa poética, cuja característica é a de apresentar simultaneamente as particularidades da
narrativa e aquelas da poesia, seus meios e seus efeitos, considerando, principalmente, as
rimas e o jogo de palavras.
(...)
O texto em foco é
construído de tal maneira que articula múltiplas referências, como à poesia de Carlos
Drummond de Andrade, No meio do caminho, e à música de Tom Jobim, Águas de Março. A
marca do poema de Drummond é a repetição:
No meio do caminho / No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma
pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha
uma pedra. / Nunca me esquecerei desse acontecimento / na vida de
minhas retinas tão fatigadas. / Nunca me esquecerei que no meio do
caminho / no meio do caminho tinha uma pedra.
E a letra da música de Jobim caracteriza-se pela afirmação cadenciada:
É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um resto de toco, é um pouco
sozinho / É um caco de vidro, é a vida, é o sol / É a noite, é a morte, é o
laço, é o anzol...
A figuração de personagens e o uso de seus prenomes, cenários e caracterizações permitem
identificar a presença de personalidades conhecidas no mundo da cultura, como Dante
(Alighieri), Carlos (Drummond de Andrade), Tom (Jobim), Cris (Cristóvão Colombo), Marco
(Polo) e Alberto (Santos Dumont).
O texto engendra o verbal e o visual, a paródia (Neiva, a
parodia ridiculariza, não é o caso, aqui há um enaltecimento do original, sugiro usar apenas
intertextualidade) e a intertextualidade, a poesia e a música, personagens e história, tudo se
mescla numa trama sincrética.
(...)
No entrelaçamento do verbal e do visual, produzem-se as conexões entre as
diferentes referências que permitem ao leitor fazer as relações e atribuir sentido, como na
página de abertura, cujo teor escrito diz:
“No meio do caminho de Dante tinha uma selva
escura”, na primeira página.
Esta frase, isolada da ilustração, traz poucos dados para provocar
associações no leitor, considerando que uma criança ainda não deve ter tido acesso à Divina
Comédia de Dante Alighieri para reconhecer o jogo de palavras.
A frase inicial do livro é uma paráfrase do Canto I do capítulo Inferno, na versão de Alighieri.
Esse canto menciona a entrada na “selva escura” e os encontros do autor Dante.
A ilustração
ocupa página dupla, com caracterizações figurativas de personagens; a parte escrita está no
lado esquerdo e no espaço inferior da folha.
A imagem é composta por uma floresta à direita,
e nela um leopardo, uma loba, um leão, o poeta Virgílio, considerado o mestre e autor
predileto de Dante.
Também mostra um anjo e um demônio, em meio às árvores distantes,
além da presença de Beatriz, a musa inspiradora, por quem o autor nutriu um amor
impossível.
Nesse cenário ilustrado há dois espaços diferenciados, um iluminado, onde se
localiza Dante, e outro, a floresta, de sombra.
Dante contempla a floresta e seus componentes
ali figurativizados, que são os mesmos da parte inicial do Canto I da obra original.
O escritor, Dante Alighieri, (1265 – 1321) é caracterizado, em inúmeras obras de arte que
retratam o autor, pelo traje vermelho e pela coroa de louros à cabeça, sendo que o mesmo
ocorre na obra infantil examinada.
Nessa, ainda leva no braço direito um livro de tamanho
considerável e na mão traz uma pena de ave, típico instrumento da escrita.
Esses dois últimos
objetos são indicadores importantes, pois mostram a atividade intelectual da personagem.
Um adulto sem alguns conhecimentos prévios provavelmente teria dificuldades para
relacionar os elementos escritos e visuais deste texto.
(...)
A Divina Comédia está dividida em Inferno, Purgatório e Paraíso.
No Canto I, do tomo Inferno, o
autor divide em Selva escura; As feras e O espírito de Virgílio.
O canto inicia na frase: “Quando eu me
encontrava na metade do caminho de nossa vida, me vi perdido em uma selva escura, e a minha vida
não mais seguia o caminho certo”.
FONTE:
AQUIVejam a primeira postagem com dicas de atividades e a obra:
AQUI
" No meio do caminho de
Dante tinha uma selva escura.
No meio do caminho de Carlos
tinha uma pedra.
No meio do caminho de Tom
tinha um rio
(...)
No meio do caminho de Cris
tinha um oceano.
No meio do caminho de Marco
tinha inimigo e deserto.
E tinha muita lonjura pelo
caminho de Alberto."
(...)
Alberto pôs na cabeça
que ia conseguir voar.
Voou, dirigiu seu vôo,
era isso
o avião!
E desde então
a
lonjura não
atrapalhou mais, não.
Unindo pontos e textos
A autora passeia com seus personagens:
Carlos, Tom, Alberto, Cris, Marco e Dante
AQUI
Unindo pontos e textos
A autora passeia com seus personagens:
Carlos, Tom, Alberto, Cris, Marco e Dante
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