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Olá amiga(o) ,
Fui professora dos projetos "Estímulo À Leitura",
"Tempo Integral" e a favor da leitura lúdica,
afinal, quer momento mais marcante que a fantasia da vida?
Portanto, será um prazer receber sua visita em mais um blog destinado a educação.
Nele pretendo postar comentários e apreciações de materiais didáticos de Língua Portuguesa, além de outros assuntos pertinentes, experiências em sala de aula, enfocando a interdisciplinaridade e tudo que for de bom para nossos alunos.
Se você leu, experimentou, constatou a praticidade de algum material e deseja compartilhar comigo,
esteja à vontade para entrar em contato.
Terei satisfação em divulgar juntamente com seu blog, ou se você não tiver um, este espaço estará disponível dentro de seu contexto.
Naturalmente, assim estaremos contribuindo com as(os) colegas que vêm em busca de sugestões práticas.
Estarei atenta quanto aos direitos autorais e se por ventura falhar em algo, por favor me avise para que eu repare os devidos créditos.
Caso queira levar alguma publicação para seu blog, não se
esqueça de citar o "Linguagem" como fonte.
Você, blogueira sabe tanto quanto eu, que é uma satisfação ver o "nosso cantinho" sendo útil e nada mais marcante que
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Venha conferir,
seja bem-vinda(o)
e que Deus nos abençoe.
Krika.
30/06/2009

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quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Poesias > Helena Kolody> Biografia>Notícias>




A esperança engana.
Mente o sonho.
Eu sei.

Que mentiras lindas
eu mesma inventei
e contei pra mim ...
O Dom de Sonhar
Helena Kolody


Sonhar

Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.
É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,
Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;

É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.
Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.






Trouxe do blog




Poesia mínima



“Pintou estrelas no muro
e teve o céu
ao alcance das mãos.”


 
 
 
Jornal:
Notícia de sua morte:
Brasil perde Helena Kolody
18/02/04
por Diogo Dreyer

Morreu em Curitiba, no dia 14 de fevereiro, a poetisa Helena Kolody. A autora, que completaria 92 anos em outubro, publicou mais de 25 livros e era considerada uma das mais influentes escritoras paranaenses.
O Brasil perdeu Helena Kolody, considerada uma das vozes mais importantes da história da literatura do estado do Paraná. A poetisa morreu no Hospital de Caridade de Curitiba (antiga Santa Casa de Misericórdia) em conseqüência de uma arritmia cardíaca.
Muitas pessoas estiveram presentes no enterro, desde familiares e amigos até ex-alunas da época em que Helena lecionava na então Escola Normal de Curitiba, hoje Instituto de Educação, instituição à qual dedicou 23 anos de sua vida. Também não faltaram integrantes da Academia Paranaense de Letras, onde, desde 1991, a autora ocupava a cadeira de número 28.
Dedicada à arte de escrever de forma sucinta e singela sobre sentimentos ao mesmo tempo preciosos e corriqueiros da vida, Helena deixa como legado vários livros de poemas. Hábil com as palavras, ela tinha uma desenvoltura natural para haicais e tankas — que são pequenos poemas de origem japonesa —, de versos simples, mas profundo significado.
Além de sua obra, a escritora paranaense, que nasceu na cidade de Cruz Machado, no sul do estado do Paraná, deixa como lembrança sua personalidade doce, seu bom humor e sua disposição para ajudar quem mais necessitava.

http://www.educacional.com.br/noticiacomentada/040218_not01.asp

“Palavras são pássaros,
Voaram!
Não nos pertencem mais.”

Prece
Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrelas pela noite escura de outras vidas
E tira d’alma alheia o espinho que magoa.

Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino
que há pouco chorou
 
Vida
Semente oculta na polpa do fruto,

A morte habita o âmago da vida.
Demora em nós a eternidade
E espera que se cumpra
O tempo da sazão.
Tombaremos no solo escuro.
Do alto ramo oscilante,
Procuraremos ignorá-lo.
Semente oculta na pola do fruto.
A vida brota do âmago da morte,
Imperecível


Maquinomem
O homem esposou a máquina

e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.
As hemácias de seu sangue
são redondos algarismos.
Crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins.
Exato planejamento,
a vida do maquinomem.
Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.
Em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem



Retorno

Voltando em busca de mim

encontrei-me diferente
quase desconhecida
(Porém a luz recolhida,
era a minha alma de sempre.)


Apelidos

Eram Jucas e Chiquinhos,

Ninas, Lolas, Mariquitas.
Apelidos que o amor
seleva nas criaturas.
Hoje são números.
(Computadores não programam ternura)


(para uma criança da favela)
Canção de ninar


Criança, és fio d'água
Triste desde a fonte.
Humilde plantinha
Nascido em monturo:
Quanta ausência mora
Nesse olhar escuro!
Recosta a cabeça
Na minha cantiga
Deixa que te envolva,
Que te beije e embale


Retrato antigo

1988

Quem é essa
que me olha
de tão longe,
com olhos que foram meus?





Olhos de antes

Em vão percorro a cidade
com meus olhos de antes.
As ruas não são as mesmas...
E são outros os passantes





Bailarina

Dança a labareda branca
num lampejo de beleza.
Em silenciosa eloqüência
sua expressão corporal
delineia o pensamento.
Leve, o gesto devaneia,
transfigura em movimento
o motivo musical



Infância

Aquelas tardes de Três Barras
Plenas de sol e de cigarras!
Quando eu ficava horas perdidas
Olhando a faina das formigas
Que iam e vinham pelos carreiros,
No áspero tronco dos pessegueiros.
A chuva-de-ouro
Era um tesouro,
Quando floria.
De áureas abelhas
Toda zumbia.
Alfombra flava
O chão cobria...
O cão travesso, de nome eslavo,
era um amigo, quase um escravo.
Merenda agreste:
Leite ciroulo,
Pão feito em casa,
Com mel dourado,
Cheirando a favo.
Ao lusco-fusco, quanta alegria!
A meninada toda acorria
Para cantar, no imenso terreiro:
"Mais bom dia, Vossa Senhoria"...
"Bom barqueiro! Bom barqueiro..."
Soava a canção pelo povoado inteiro
E a própria lua cirandava e ria.
Se a tarde de domingo era tranqüila,
Saía-se a flanar, em pleno sol,
No campo, recendente a camomila.
Alegria de correr até cair,
Rolar na relva como potro novo
E quase sufocar, de tanto rir!
No riacho claro, às segundas-feiras,
Batiam roupas as lavadeiras
Também a gente lavava trapos
Nas pedras lisas, nas corredeiras;
Catava limo, topava sapos
(Ai, ai, que susto! Virgem Maria!)
Do tempo, só se sabia
Que no ano sempre existia
O bom tempo das laranjas
E o doce tempo dos figos...
Longínqua infância... Três Barras
Plena de sol e cigarras!



Fio d'agua

Não quero ser o grande rio caudaloso
Que figura nos mapas.
Quero ser o cristalino fio d’água
Que canta e murmura na mata silenciosa

Trouxe daqui:
http://horasaveludadas.blogspot.com/2008_08_01_archive.html


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