Literatura mais matemática
Esta operação dá certo!
Integrar literatura nas aulas de matemática representa uma substancial mudança no ensino tradicional da matemática, pois em atividades deste tipo, os alunos não aprendem primeiro a matemática para depois aplicar na história, mas exploram a matemática e a história ao mesmo tempo.
Interrogado pelo texto o leitor volta a ele muitas vezes para acrescentar outras expectativas, percepções e experiências, desta forma, a história contribui para que os alunos aprendam e façam matemática, assim como exploram lugares, características e acontecimentos na história, o que permite que habilidades matemáticas e de linguagem desenvolvam-se juntas, enquanto os alunos lêem, escrevem e conversam sobre as ideias matemáticas que vão aparecendo ao longo da leitura.
É neste contexto que a conexão da matemática com a literatura infantil aparece.
Através da conexão entre a literatura e matemática, o professor pode criar situações na sala de aula que encorajem os alunos a compreenderem e se familiarizarem mais com a linguagem matemática.
Todos os dias nos jornais, nas revistas, na televisão e em outras situações comuns à vida das pessoas, usa-se uma linguagem mista.
Educação Financeira
A Educação Financeira não deve ser confundida com o ensino de técnicas ou macetes de bem administrar dinheiro, tem como objetivo criar uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro.
Como educar as crianças em relação ao dinheiro?
No mundo contemporâneo as pessoas são, cada vez mais, classificadas pelo que possuem e pelo que consomem, e que infelizmente tornam-se uma regra.
Para todos nós, pais e educadores o desafio é saber qual a maneira mais adequada para enfrentar estes problemas, ou mesmo evitar que aconteçam.
São comuns crianças que querem comprar tudo que veem pela frente, e nunca estão satisfeitas, acreditam que os pais são os responsáveis em realizar todos os seus desejos.
Para aprender a planejar gastos e a consumir com responsabilidade, é fundamental que a criança seja estimulada a distinguir o que compramos porque precisamos daquilo que consumimos apenas para atender ao desejo de consumir.
PCN’S e Educação Financeira
Os PCN´s recomendam que o ensino deve ser voltado para as atividades que envolvam o cotidiano dos alunos. No dia-a-dia prepara-se, assim, o cidadão do futuro.
Exemplo de Atividades:
Com as atividades proposta queremos desenvolver nos alunos a habilidade de lidar com finanças, tanto na infância como na fase adulta. Sermos capazes de diferenciar “eu quero” do “eu preciso”.
Mas parte de nossas responsabilidades como educadores ensinar que as necessidades é que devem ser satisfeitas em primeiro lugar.
Atividades Complementares:
2 - Trabalho interdisciplinar com História. Solicite aos alunos uma pesquisa a respeito dos antigos nomes do dinheiro brasileiro e o período de vigência.
3 - Proponha a Leitura do Livro: Como se fosse dinheiro, Ruth Rocha ou site www.uol.com.br/ruthrocha/historias_16.htm
Discuta com os alunos o que ele pensam sobre atitude de Catapimba e de seu Lucas.
Competências:
Habilidades (B) Ler texto verbal e não verbal, compreendendo a mensagem.
II - Compreender fenômenos e processos.
Habilidades (B) Localizar informações predeterminadas em texto.
Habilidades(O) Selecionar informação sobre determinado assunto.
Habilidades(O) Compartilhar informações com colegas.
Carlitos contra o consumo
Texto by krika
Criatividade é o único poder de Carlitos para conquistar Clarabela.
Só que a gata está completamente dominada pelo consumo.
Neste livro Carlitos apresenta em rimas seu amor por Clarabela.
Uma bela história para ser contada o público infantil introduzindo de forma lúdica e singela noções financeiras aos pequenos.
Vejam como Carlitos define alguns termos financeiros:
Pagamento à vista:
Pagar à vista é pagar o valor total da compra. Em alguns lugares, quem não pode pagar à vista,pode pagar em prestações.
Consumo:
Consumir é gastar até sumir. É também o nome que se dá ao hábito de gastar dinheiro com produtos ou serviços.
Cheque:
Quem guarda dinheiro em banco pode ganhar um papel especial chamado cheque, que respresenta o dinheiro. Nele escrevemos o valor , assinamos e gastamos como se fosse dinheiro. Quem recebe nosso cheque vai ao banco e troca por dinheiro.
Bancos são castelos de tesouros.
Os donos dos bancos oferecem proteção ao nosso dinheiro. Eles contratam guardas para proteger nosso dinheiro.
Cartão de crédito:
Essa é uma forma diferente de dinheiro ou cheque. O cartão é um retângulo de plástico com nosso nome escrito.Na hora de pagar, apresentamos este cartão e digitamos nossa senha.
A empresa paga e nós pagamos a ela depois.
Aluguel:
É cobrar um aluguel para emprestar. Podemos alugar carro, casa e muitas outras coisas...
Só que devem ser devolvidas ao final do uso.
Juros:
É quando não temos dinheiro e emprestamos do banco, daí ele cobra este aluguel do dinheiro da gente.
Poupança:
É um investimento oferecido em bancos. O tempo combinado é um mês. Ao final de cada mês, o banco paga juros e esse dinheiro cresce.
Vejam trechos da história:
Triste é Carlitos de amor rejeitado.
Ama Clarabela,que vive a gastar.
Despreza os poemas do pobre coitado,
mas ele é teimoso e a quer conquistar.
Carlitos vive sonhando com ela.
Sentiu seu perfume,correu pro portão.
Ela é rainha na passarela,
direto pro shopping estourar seu cartão.
Ele insiste,ele é danado.
Ela precisa de um namorado.
Ele por ela se apaixonou.
Ela já deu sinal de que gostou.
Disse a ela que um dia vai dar
presente que não se pode comprar.
Ela duvida e começa a achar:
"Comigo esse chato não vai casar!"
O consumo controla seus cinco sentidos.
(...)
O consumo a pega pela audição.
Corre pra loja de departamento,
porque ouviu papo de liquidação.
(...)
Clarabela se encanta com a suavidade
de um belo vestido estampado importado.
Pagou muito caro pela raridade.
O consumo a pegou desta vez pelo tato.
Paladar satisfeito com rabanda,
o consumo agora controla a visão.
Comprou uma árvore toda dourada,
com bolas e luzes pra decoração.
Observação do linguagem:
( Clarabela tem um filhinho e ele se perde no meio da multidão no shopping, pois ela está empolgada com as compras. Ela fica chorando e procurando por ele....Mas Carlito encontra seu filho e....)
(...)
Carlitos feliz a comemorar,
ela olha pra ele e começa a lembrar.
Disse que um dia iria lhe dar
presente que não se pode comprar!
Tudo pra ela é claro agora!
Enfim percebeu,que além de um gatão,
Carlitos não é de se jogar fora.
deixou ele entrar em seu coração.
As ilustrações do livro são fantásticas, feitas pelo autor que é ilustrador.
Este é seu primeiro livro como escritor.
Seus personagens são animais. A história envolve também a experiência de Carlitos como escritor. Tem brincadeiras no final do livro,um molde de avião para montar e mais um poster com o resumos dos termos financeiros.
Aula instrucional do carlitos
Sugestões de aulas
A HISTÓRIA DO DINHEIRO
O que o aluno poderá aprender com esta aula
■Conhecer a història do dinheiro e suas transformações.
■Perceber que antigamente objetos como o metal, o sal, o boi, o cacau possuiram valor de troca.
Duração das atividades
Quatro aulas
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
1.História do dinheiro.
2.Relações de troca de antigamente.
Estratégias e recursos da aula
Primeira Atividade
Para possibilitar as crianças conhecerem a história do dinheiro, proponha uma conversa na roda.
■O que é o dinheiro?
■Para que serve o dinheiro?
■Como as pessoas usavam o dinheiro antigamente?
■Como surgiu o dinheiro?
Registre a fala das crianças em um mural.
Depois proponha que respondam por escrito as perguntas feitas na roda.
Fonte :Vivendo e Aprendendo.NEI/UFRN.2004.p.20
Sugira uma brincadeira, desafiando as crianças a pensar numa forma de comprar e vender sem utilizar a cédula do dinheiro .
Organize a turma em pequenos grupos.
Observe as estratégias utilizadas. Após a brincadeira discuta as formas encontradas por cada um dos grupos.
Oriente que registrem através do desenho e da escrita as estrátegias utilizadas para resolução do problema.
Atividade
Sugira a leitura do livro de Ruth Rocha "Como se fosse dinheiro" para descobrir como o personagem da história resolveu o problema do troco do dinheiro.
Após a história estabeleça uma confrontação das soluções das crianças com a do personagem do livro.
Mostre que antigamente quando não havia o dinheiro as pessoas praticavam escambo. Instigue as crianças estabelecerem relações e comparações entre a brincadeira realizada na sala e a situação vivenciada pelo personagem da história.
Proponha uma reescrita da história mudando o nome do personagem principal e o animal usado por Catapimba como dinheiro.
Como se fosse dinheiro (1)
Todos os dias, Gustavo levava dinheiro para a escola para comprar seu lanche.
Chegava no bar, comprava sua torrada e pagava o sr. Marcos.
Mas o sr. Marcos nunca tinha troco:
- Olha Gustavo, pode levar uma bala pois eu não tenho troco.
Um dia, Gustavo reclamou para sr. Marcos:
- Seu Marcos, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro.
- Ora menino, eu não tenho troco. O que eu posso fazer?
- Realmente não sei, só sei que quero meu troco em dinheiro!
- Mas bala é como se fosse dinheiro! Ora essa...
Gustavo ainda insistiu umas duas ou três vezes.
A resposta era sempre a mesma:
- Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro, então leve um chiclete se não gosta de bala.
Aí Gustavo resolveu dar um jeito.
No dia seguinte, apareceu com um embrulho, os colegas queriam saber o que era, Gustavo ria e respondia:
- Na hora do recreio, vocês vão ver...
E na hora do recreio todo mundo viu.
Gustavo comprou seu lanche. Na hora de pagar, abriu o embrulho. e tirou de dentro... uma galinha.
Colocou a galinha em cima do balcão.
- O que é isso menino? - perguntou o sr. Marcos.
- É para pagar a torrada. Galinha é como se fosse dinheiro, e gostaria do meu troco.
O sr. Marcos pensou por muito tempo, e resolveu dar as moedas de troco para Gustavo, e pegou a galinha para acabar com a confusão.
Gustavo disse a seus colegas:
- Todo o cidadão tem deveres, mas também possuí direitos.
Proposta de atividade: A árvore que dava dinheiro
http://www.modernaliteratura.com.br/data/files/8A7A83CB32B167010132BA4AD1EB3427/9788516061432.pdf
Download
http://www.4shared.com/office/_woVIW39/A_rvore_que_dava_dinheiro_-_Do.html
Como se Fosse Dinheiro ( 2)
Todos os dias Catapimba levava dinheiro para escola para comprar o lanche.
Chegava no bar, comprava um sanduíche e pagava seu Lucas.
Mas seu Lucas nunca tinha troco.
Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas:
- Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro.
- Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer?
- Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro!
- Ora, bala é como se fossa dinheiro, menino? Ora essa...
Catapimba ainda insistiu umas duas ou três vezes.
A resposta era sempre a mesma:
- Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro... Então, leve um chiclete, se não gosta de bala.
Aí, Catapimba resolveu dar um jeito.
No dia seguinte, apareceu com um embrulhão de baixo do braço. Os colegas queriam saber o que era. Catapimba ria e respondia;
- Na hora do recreio, vocês vão ver...
E, na hora do recreio, todo mundo viu.
Catapimba comprou o seu lanche. Na hora de pagar, abriu o embrulho. E tirou de dentro... uma galinha.
Botou a galinha em cima do balcão.
- Que é isso, menino? - perguntou seu Lucas.
- É pra pagar o sanduíche, seu Lucas. Galinha é como se fosse dinheiro... o senhor pode me dar troco, por favor?
Os meninos estavam esperando para ver o que seu Lucas ia fazer.
Seu Lucas ficou um tempão parado, pensando...
Aí colocou uma moedas no balcão:
- Está aí seu troco, menino!
E pegou a galinha, para acabar com a confusão.
No dia seguinte, todas as crianças apareceram com embrulhos debaixo do braço.
No recreio, todo mundo foi comprar lanche.
Na hora de pagar...
Teve gente que queria pagar com raquete de pingue-pongue, com papagaio de papel, com vidro de cola, com geléia de jabuticaba...
O Armandinho quis pagar um sanduíche de mortadela com o sanduíche de goiabada que ele tinha levado...
Teve gente que também levou galinha, pato, peru...
E, quando seu Lucas reclamava, a resposta era sempre a mesma;
- Ué, seu Lucas, é como se fosse dinheiro...
Mas seu Lucas ficou chateado mesmo quando apareceu o Caloca puxando um bode.
Aí, seu Lucas correu e chamou a diretora.
Dona Júlia veio e contaram pra ela o que estava acontecendo.
E sabe o que ela achou?
Pois achou que as crianças tinham razão..
- Sabe, seu Lucas - ela falou -, bode não é como se fosse dinheiro. Galinha também não é. Até aí o senhor tem razão. Mas bala também não é como se fosse dinheiro muito menos chiclete.
Seu Lucas se desculpava:
- É, mas eu não tive troco?
- Aí, o senhor anota, e no outro dia paga.
Os meninos fizeram uma festa, deram pique-pique pra dona Júlia e tudo.
Naquele dia, nem houve mais aula.
Mas o melhor de tudo é que todos do bairro ficaram sabendo do caso.
E, agora, seu Pedro da farmácia não dá mais compridos de troco, seu Ângelo do mercado não dá mais mercadoria como se fosse dinheiro.
Afinal, ninguém quer receber um bode em pagamento, como se fosse dinheiro. É, ou não é?
Atividades de interpretação:
1) Quase sempre as histórias são contadas por um narrador. É ele que conta os acontecimentos ocorridos. O narrador pode ou não participar da história.
No texto Como se fosse dinheiro, o narrador participa da história como personagem ou apenas conta fatos vividos pelas personagens?
Comprove sua resposta com elementos do texto.
Registre o que você entendeu da história respondendo às questões referentes:
AO INÍCIO DA HISTÓRIA
Onde se passa a história?
Quem são os personagens da história?
Essa história se passa antigamente ou nos dias atuais?
AO PROBLEMA A SER RESOLVIDO
Qual é o problema da história?
À RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
Como o problema foi resolvido?
Suas expectativas foram atendidas quanto ao título e o que você supôs que seria o tem da história?
Atividades de oralidade:
a) Você acha que essa história poderia ter acontecido de verdade?
b) Em sua opinião, é possível dizer que a iniciativa de Catapimba motivou seus colegas a também protestarem contra as atitudes de seu Lucas? Por quê?
Terceira Atividade
Para ampliar o conhecimento das crianças sobre o dinheiro promova a leitura de textos retirados da internet, de livros, artigos especializados sobre o assunto.
Para fundamentar a conversa com as crianças consulte os Links:
Como forma de despertar a curiosidade das crianças, problematize a partir dos seguintes desafios:
Vocês sabiam que:
Na Grécia Antiga, o boi (que era chamado pekus) foi utilizado como referência nas trocas comerciais? E que o sal foi usado como moeda entre os romanos como forma de pagamento?
Breve história do dinheiro
Antigamente não era muito utilizado o dinheiro, pois se utilizava a troca de produtos, mais conhecida como escambo. O surgimento do dinheiro foi quando os homens começaram a trabalhar com terra. As primeiras moedas surgiram na Lídia, hoje conhecida como a atual Turquia, no século VII a.C. As moedas Brasileiras foram produzidas pela Casa da Moeda em 08 de março de 1964. Já em 1995 a fabricação das moedas brasileira tinha os valores como: 1.000, 2.000 e 4.000 Réis em ouro, também chamado de dobrões, e 20, 40, 80, 160, 320 e 640 Réis em prata, também conhecida como patacas. Os Réis foram substituídos, que circulou até 1967. O Brasil já trocou de moeda aproximadamente oito vezes. Atualmente o dinheiro usado no país é o real, que faz tempinho que circula pelo país.
Após a conversa na roda peça que escrevam uma lista com os nomes dos produtos e dos animais que tinham valor de troca.
Apresente gravuras cópias xerografada com diversos tipos de moedas e/ou cédulas Brasileiras de $10,00, $50.00. Chame atenção para o significado dos símbolos no verso das cédulas. Solicite que registrem o que descobriram sobre os símbolos das cédulas.
Quarta Atividade
Depois das informações e leituras realizadas sobre a história do dinheiro. Sugira a construção de um texto coletivo para narrar e registrar o que aprenderam. Após a escrita coletiva do texto, organize em partes para que cada uma das crianças faça o desenho correspondente ao texto escrito. Veja um texto coletivo construído com crianças de 5 e 6 anos:
Fonte: Vivendo e Aprendendo.NEI/UFRN.2004.
Recursos Complementares
Texto complementar:
O dinheiro é utilizado como compra de mercadoria, sendo na forma de moedas ou notas. Antigamente não se utilizava o dinheiro, pois era tudo na base da troca, que recebia o nome de “escambo”. A historia do dinheiro é muito antiga. Hoje tem a forma de cédulas, cheques, moeda, pois antigamente era na base de objetos como o ouro, entre outros. Cada país possui um monopólio sobre sua emissão. No Brasil é o “Real”, nos E.U.A é o “Dólar”, apesar de que o dólar pode ser utilizado em todos os países, mas nem todos os tipos de dinheiro pode ser usado em outros países, só nos de origem. Mas também tem alguns atributos que pode ser utilizados como dinheiro, como por exemplo: vales, passes, cupons e outros. Foi na China que apareceu o primeiro dinheiro de papel, que depois foi generalizado para outros países. Mas hoje ficou muito melhor, pois é mais fácil e prático!
Sugestão de texto para ser lido para as crianças:
Avaliação
O professor(a) deve verificar no final do estudo se a criança:
■Conseguiu compreender a história e as transformações do dinheiro através da participação nas atividades realizadas (oral, escrita, brincadeira),
■Conseguiu Identificar o metal, o sal, ouro, o boi, o cacau como objetos com valor de troca.
Dinheiro na mão
A educação financeira precisa começar cedo.
Conheça atividades que ajudarão os pequenos a desenvolver desde já uma relação saudável e consciente com o consumo
Ana Paula Severiano
Objetivos:
★ Relacionar a educação financeira ao currículo escolar
★ Dar os primeiros passos na construção dos conceitos de empreendedorismo, investimento e poupança
★ Estimular a organização, a cooperação e o trabalho em equipe
★ Trabalhar a interdisciplinaridade
Aplicações, rendimentos, juros, inflação.
Esse vocabulário desafia até mesmo adultos que já administram as próprias contas.
Imagine só adaptar esse conteúdo para a realidade dos pequenos.
Por sua aparente dificuldade, a educação financeira é muitas vezes excluída do currículo escolar e também não faz parte das conversas familiares.
Entretanto, a relação com o dinheiro, em qualquer classe social, começa cedo e não há por que adiar a discussão.
O importante é lançar mão de atividades práticas e lúdicas, além de usar uma linguagem acessível, diferente daquela que aparece no noticiário sobre economia.
"A educação financeira é uma ótima oportunidade para os professores discutirem, por exemplo, valores e crenças", afirma Clarissa Candiota, psicopedagoga e assessora da Secretaria de Educação de Porto Alegre.
Para ela, é possível abrir espaço nas aulas para falar sobre ética, corrupção e consumo.
O essencial é que os conceitos sejam construídos gradativamente com o grupo, sempre explorando a criatividade infantil.
Silvia Alembert, diretora da consultoria The Money Camp, que formou professores em colégios como o Dante Alighieri, em São Paulo, completa: "O tema pode ser abordado de maneira transversal, com o professor usando livros ou associando atividades artísticas aos temas financeiros".
Veja a seguir algumas propostas de atividades separadas por faixa etária.
Dica esperta 1
★ A bibliografia ainda é escassa, mas já há livros sobre educação financeira escritos especialmente para o público infantil.
Entre eles O Poço dos Desejos (Editora Mais Ativos, 19 páginas) e O Pé de Meia Mágico (Editora Mais Ativos, 19 páginas), ambos de Álvaro Modernell. Trabalhe também com o texto "Como se fosse dinheiro", de Ruth Rocha (disponível no site oficial da autora: http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historias_16.htm
★ No portal MaisAtivos (http://www.maisativos.com.br/ ), leia artigos e aproveite as dicas de brincadeiras na sala de aula.
★ Em http://www.educacaofinanceira.com.br/ , a consultora Cássia D'Aquino relaciona a educação financeira aos PCNs.
Onde encontrar
Neste site você encontra os textos tanto de José Paulo Paes quanto de Monteiro Lobato: http://www.entrelinhas.unisinos.br/index.php?e=3&s=9&a=19
1º e 2º anos
O poder das fábulas
Engana-se quem pensa que não dá para juntar língua portuguesa e matemática.
Um jeito de introduzir a educação financeira na escola é justamente por meio da leitura e discussão de algumas consagradas fábulas infantis.
Uma delas é a famosa "A cigarra e a formiga", de Jean de La Fontaine.
A fábula foi recontada em português pelo poeta José Paulo Paes, que lhe deu um novo título: "Sem barra" (o texto está no livro Olha o Bicho, editora Ática).
Monteiro Lobato foi outro autor que criou um novo desfecho para a história.
Sua versão pode ser lida no livro Fábulas, de sua autoria (Editora Globo).
Como atividade, leia os três textos com o grupo para fazer uma comparação entre os valores implícitos em cada um, mostrando a relação com os tempos atuais.
Depois, aproveite para divertir a classe fazendo encenações baseadas nas versões da fábula que foram lidas.
3º e 4º anos
Kit de doces
O objetivo desta atividade é mostrar que cada pessoa tem um jeito de cuidar daquilo que lhe pertence ou, mais especificamente, de gerir. Uns são econômicos; outros, gastadores; e alguns, mais equilibrados:
★ Monte um kit de guloseimas para distribuir aos alunos. Pode ser um saco com dez balas ou três barrinhas de chocolate, por exemplo. O importante é que todos recebam exatamente os mesmos doces e na mesma quantidade;
★ Diga que ninguém deve comer os doces antes de fazer a atividade;
★ Depois de distribuir os kits, peça que eles representem (pode ser por escrito ou por meio de umdesenho) como pretendem "gastar" o seu kit de doces. Dê sugestões: quem vai comer tudo de uma vez? Quem vai guardar para comer depois do jantar? Quem vai guardar para dividir com os irmãos em casa?
★ As respostas serão diferentes (e terão muito a ver com os valores familiares da criança). Na lousa, escreva as vantagens e desvantagens de cada uma e tente chegar a um acordo com a classe sobre qual é a melhor alternativa para consumir o kit de doces.
O sentido do controle financeiro
Por que economizamos?
Na já citada fábula de La Fontaine, a formiga trabalhava duro durante o verão enquanto a cigarra se divertia e descansava.
A formiga tinha um objetivo: alimentar-se e protegerse durante o inverno rigoroso.
A atividade da página seguinte, sugerida pela consultora Silvia, mostra às crianças a importância de poupar pensando em objetivos futuros, que podem ser individuais ou coletivos.
Para ela, vocês vão precisar de cofrinhos, um para cada grupo de cinco crianças.
Dica esperta 2
Jogos de tabuleiro como o Banco Imobiliário (Estrela) também são uma boa maneira de aprofundar a discussão sobre educação financeira e consumo.
A atividade
★ Quando os trabalhos estiverem prontos, discuta com os grupos qual será o objetivo de cada cofrinho. Por exemplo: o grupo 1 gerencia o cofrinho onde será guardado dinheiro para um passeio ao cinema; o grupo 2, o cofrinho em que será depositado dinheiro para a compra de livros e assim por diante.
★ Uma vez estabelecidos os objetivos do cofre de cada grupo, é hora de decidir com a classe como arrecadar dinheiro. Silvia sugere várias possibilidades, entre elas organizar, em alguma festividade da escola, uma loja de doces ou de livros e revistas usadas. Os pratos e exemplares podem vir de doações das famílias.
★ É importante que as crianças participem diretamente das vendas e também da contagem do dinheiro.
★ Discuta com o grupo como dividir o dinheiro entre os objetivos. Ou seja, tudo o que foi arrecadado deve ir para o cofrinho do passeio ao cinema? Ou será que o cofrinho para a compra de novos livros deve ser privilegiado?
★ Conseguiram o suficiente para um passeio? Celebre as pequenas e grandes conquistas sempre!
Atividade extra
Os grupos podem determinar o preço dos itens à venda na lojinha (seja ela de doces ou revistas), com base em uma pesquisa prévia feita com a ajuda do professor.
5º ano
A feira
Compramos o que realmente precisamos ou o que dizem que precisamos?
Nesta dinâmica, pode-se discutir o consumo desenfreado e a influência da publicidade nas escolhas que fazemos.
Preparação
Recorte, de revistas e jornais, imagens de anúncios com produtos à venda. Podem ser aparelhos de celular, móveis, gêneros alimentícios, roupas e brinquedos.
Dê preferência às imagens maiores e mais chamativas.
A atividade
★ Explique que a classe fará a atividade da feira e que, como se sabe, nesse espaço há sempre vendedores e consumidores.
★ Divida a classe em quatro grupos com o mesmo número de integrantes: uma turma representará os vendedores e as demais, os compradores.
★ A tarefa do grupo de vendedores é bolar uma propaganda que convença os consumidores a comprar seus produtos (recortes de revista). Dê exemplos e peça para eles se recordarem de uma feira.
★ Depois, cada um dos três grupos de consumidores deve debater entre si e decidir qual produto vai comprar (apenas um), justificando sua escolha.
★ Anote na lousa as escolhas e razões de cada grupo. A partir disso, converse com a classe: quais foram as estratégias usadas pelos vendedores? Na hora da escolha, o que pesou mais: a qualidade da propaganda ou a real importância do produto? O que é mais importante: o saco de arroz ou o celular?
★ Deixe claro que as respostas dependem do momento e das necessidades de cada um. O importante é frisar que essas decisões devem ser tomadas pensando também no futuro e não apenas no presente.
Dica esperta 3
O site, patrocinado pela BM&FBovespa, foi especialmente desenvolvido para o público infantil.
É muito colorido e traz jogos e vídeos que podem ser trabalhados de forma integrada com o professor de informática.
Uma árvore de dinheiro?
Autor : Maria Lucia Brandão dos Santos
O que o aluno poderá aprender com esta aula
◦O aluno conhecerá o significado de palavras como economia, moeda, inflação, lucro e prejuízo.
◦O aluno será estimulado a refletir sobre a relação do homem com o dinheiro.
Duração das atividades
50 min.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
◦Conhecimento das moedas e cédulas utilizadas no Brasil.
Estratégias e recursos da aula
1ª momento:
Na semana que antecede esta aula, o professor deve realizar a leitura coletiva, em sala, do livro “A árvore que dava dinheiro” de Domingos Pelegrinni- Editora Ática- Coleção Literatura em minha casa- Distribuída nas escolas públicas do país.
“O escritor estava em Muriaé, um pequeno município do Rio de Janeiro, quando teve a inspiração. Lá, uns moços contaram uma história que ficou na cabeça do escritor: Eles diziam estar à espera de emprego nas futuras fábricas de arredondar tijolo, engarrafar fumaça e desentortar banana. E completaram que talvez nem fosse preciso esperar as fábricas se crescessem depressa as árvores de dinheiro plantadas pelo prefeito.”
Durante a leitura, os alunos poderão realizar a discussão de palavras como: inflação, economia, moeda, lucro, prejuízo, que aparecem nos noticiários de uma forma entediante.
A cada palavra nova ligada ao tema desenvolvido, a turma fará seu registro em folhas e sua ilustração, criando assim o seu “vocabulário monetário.”
A cidade, que se chamava Felicidade, foi se modificando com o crescimento de uma árvore que, em vez de dar flores e frutos, dava dinheiro sem parar. Logicamente, as pessoas foram mudando e seus valores também.
Trecho do livro sugerido: (páginas 37, 38 e 39)
"Primeiro saíam de casa com uma ou duas notas na mão, compravam, voltavam correndo e se abraçavam diante das compras, abriam os embrulhos para ver se era mesmo verdade. Voltavam aos quintais e não tinham mais que esperar: as árvores despejavam dinheiro e as crianças cantavam gritando e pulando.
Depois saíam com listas de compras e maços de notas; o marido subia a rua, a mulher descia. Os armazéns tocavam música, os comerciantes atendiam com toda família: a mulher vendendo os panos e aviamentos, ele vendendo bebidas e comidas, as crianças vendendo os doces e, quando encheram as caixas-registradoras pela segunda vez, começaram a enfiar as notas em caixas de papelão. Os felicenses entravam sem perguntar preço e apontavam:
- Quero aquilo.
- Uma dúzia disto. Não, duas dúzias.
- Que é aquilo lá?
- Peixe defumado.
- Dá um quilo. E aquilo?
- Salmão em lata.
- Me dá duas. E aquilo?
- É o tal de caviar, só pra enfeitar prateleira; é muito caro.
- Me dá uma lata; não, três.
- Mas o senhor já comeu caviar?
- Não, mas vou comer até enjoar.
Entrava uma menina com caixa de sapatos:
- Enche de pirulitos.
Um menino com um saco:
- Vende bala por quilo?
Um velho:
- Eu quero um canivete, um rolo de fumo, duas calças, duas camisas, duas cuecas, quatro meias, um par de sapatos e paletó.
- Só?
- É a maior compra da minha vida, filho!
Uma mulher:
- Aquele vestidinho amarelo, fazendo favor.
- Embrulho pra presente?
- É pra mim mesma.
- A senhora desculpe, mas esse vestido não cabe na senhora.
- Não faz mal, é só pra ficar olhando... e lembrando...
E, quando só r estava uma dúzia de garrafas num armazém, um homem arrematou as doze e foi para rua vender pelo dobro:
- É só aqui, gente, são as últimas!
Os comerciantes pararam de vender por quilo e dúzia e dobraram os preços de tudo. Ninguém reclamou.
A preços velhos, o açougueiro já tinha vendido tudo mais depressa que nunca. Chaveou a porta, encheu o cantil com vinho, pegou a vara, meteu o enxadão na terra, encheu uma lata de minhocas e tomou o rumo do rio. A cidade trepidava. Em alguns armazéns os donos levantavam as mãos para o céu; e todo mundo queria comprar de tudo.
-Me dá aquele chapéu. É o último?
- Tem mais no estoque.
- Então me dá dois?
- Mas o senhor nunca usou chapéu!
- Quem sabe começo a usar e gosto: então me dá logo três."
◦Após a leitura e já com o vocabulário monetário realizado, o professor realizará a seguinte atividade:
Numa “árvore de dinheiro”, que poderá estar presa num mural, num vaso de planta, ou poderá estar representada por um galho, estarão penduradas xerox de cédulas e moedas com situações registradas que levarão a turma a uma reflexão sobre a relação do homem com o dinheiro.
Sugestões:
◦Se você acordasse um dia e descobrisse que a árvore do seu quintal (ou de seu prédio ou a de sua calçada) está repleta de dinheiro, o que você faria?
◦Se você só pudesse arrancar algumas cédulas, quais seriam? Por quê?
◦Você utilizaria o dinheiro somente com sua família ou com pessoas de outros lugares, que você não conhecesse?
◦Você gostaria que outras pessoas achassem uma árvore como a sua? Quem seria?
◦Você gostaria que outras pessoas achassem uma árvore como a sua? Quem seria?
◦Como seria o mundo se todos tivessem uma árvore de dinheiro em casa?
◦Faça uma lista de três coisas que você compraria com o dinheiro de sua árvore.
◦Doaria um pouco desse dinheiro para pessoas que estivessem precisando dele mais que você?
◦ Você acha que o mundo ficaria melhor ou pior com essa árvore? Por quê?
A cada cédula recolhida e discutida, a turma estará realizando uma reflexão moral e ética sobre a relação Dinheiro x Sociedade.
Avaliação
A discussão e reflexão serão conduzidas no sentido de avaliar os valores da turma em relação ao dinheiro. A partir disso, outras atividades poderão ser desenvolvidas na turma e novas estratégias pensadas.
Num mundo onde as leis de mercado regem as relações humanas é necessário muito trabalho para que sejam fortalecidas as relações interpessoais e os valores pessoais a fim de que não surjam, num futuro próximo, gerações preocupadas apenas com sua individualidade.
A árvore que dava dinheiro
Domingos Pellegrini
Editora Moderna
Proposta de atividade: A árvore que dava dinheiro
http://www.modernaliteratura.com.br/data/files/8A7A83CB32B167010132BA4AD1EB3427/9788516061432.pdf
Download
http://www.4shared.com/office/_woVIW39/A_rvore_que_dava_dinheiro_-_Do.html
Aladim e a lâmpada maravilhosa
Criação e resolução de problemas.
■Perceber, numa gravura, elementos desencadeadores de situação- problema.
■Criar uma situação- problema respeitando as etapas necessárias para sua resolução.
■Utilizar diferentes estratégias na resolução de uma situação- problema.
Aula completa aqui
a partir de situações práticas
Aula interdisciplinar
Autor: ELIANA APARECIDA CARLETO
■Conhecer o sistema monetário a partir da prática;
■Representar e escrever quantias em reais;
■Comparar preços;
■Desenvolver cálculo mental, envolvendo real e centavos;
■Resolver situações problema usando o real;
■Reconhecer e utilizar o sistema monetário vigente no país;
■Utilizar o dinheiro para fazer trocas, comparar valores e resolver problemas.
Aula completa aqui
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Querida educadora Krika...realmente desta vez vc se superou kkk.Atividades brilhantes, sugestões amplamente favoráveis ao aprendizado e à familiarização de termos que nossos alunos se defrontarão para o resto de suas vidas...e como isso realmente é fato...que bom que podemos levar ao conhecimento deles assim...brincando...quer saber...ISSO NÃO TEM PREÇO !...parabéns...bjs Neusinha
ResponderExcluirGostei muito de suas ideias para ed. financeira. Esse ano preciso desenvolver um projeto para o 6º ano e outro para o 7º ano sobre ed. financeira. sou professora de Língua Portuguesa e preciso inserir esses projetos entre as minhas aulas de português. No 6º ano é para o coletivo e para o 7º ano é para o individual. Ao final do ano apresentaremos os projetos ou realizaremos os projetos. Você pode me dar algumas sugestões? Agradeço sua atenção. UM abraço, Yáskara
ResponderExcluirYaskara, vou pesquisar em breve, deixe email.
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