Reconhecer a importância dos valores humanos
para o desenvolvimento pessoal e social.
Refletir de maneira crítica sobre os valores praticados
A força do exemplo
Coleção Pequenas lições
Editora Soler
Uma das formas da honestidade é a integridade pessoal.
Quer dizer, não fingir ser o que não é, não tentar parecer mais importante ou melhor, e, ao mesmo tempo,não esconder os próprios defeitos.
Mais que isso, dedicar-se po rinteiro ao que se faz.
Afinal de contas, "íntegro" quer dizer justamente "inteiro".
Ode
Ricardo Reis
Para ser grande,sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,porque alta vive.
Servir de exemplo não é melhor forma de ensinar; é a única forma de ensinar.
Nesta história A força do exemplo, um pai mostra aos filhos sua integridade, honestidade.
Veja o livro aqui:
A força do exemplo
O Sábio Rouxinol
Era uma vez um caçador que capturou um rouxinol.
“Vou assar essa ave para comer no jantar”, pensou satisfeito.
Levou o pássaro para sua cabana e o prendeu numa pequena gaiola.
Quando percebeu que o caçador afiava a faca para matá-lo, o pássaro perguntou:
- Por que você vai me matar? Estou tão magrinho... Meu corpo não bastará para matar sua fome. Mas, se você me libertar, eu lhe darei três bons conselhos. E, se você souber segui-los, terá muita sorte e felicidade na vida.
O homem já ouvira falar muito dos rouxinóis.
Conhecia sua reputação de sábios e bons conselheiros.
Por isso, e também porque o pobre pássaro era realmente muito magrinho, o caçador decidiu concordar com ele.
- Quais são seus conselhos? – perguntou à ave.
- Escute bem – disse o rouxinol – Nunca se arrependa daquilo que perdeu. Para desejar aquilo que não pode alcançar. E, por fim, não acredite naquilo que lhe soar falso.
O homem libertou o pássaro e ficou pensando em seus conselhos.
Observando que o caçador estava com uma expressão um tanto estranha, como se não tivesse compreendido muito bem o que ele falara; o pássaro lhe disse:
- Você foi tolo. Não deveria ter me libertado. Porque eu trago imensas pedras preciosas em minha barriga. Elas são mágicas e valiosíssimas.
O caçador ficou furioso e começou a dar saltos tentando apanhar o pássaro. Mas este voou mais alto ainda e lhe disse:
- Estou vendo que você não entendeu nada.
Pense só nos meus conselhos: eu não lhe falei para não se arrepender daquilo que perdeu?
Você não pode mais me prender, mas está chateado por ter libertado.
Depois, eu o aconselhei a nunca desejar aquilo que não pode alcançar.
E você fica pulando feito um tolo, tentando alcançar um pássaro.
E, por último, eu não lhe disse para não acreditar naquilo que lhe soasse falso?
Pois então, olhe bem para mim. Eu não estou magrinho?
Você acha que existem pedras preciosas imensas dentro de mim?
Não vê que é mentira?
O homem, sem saber o que fazer, sentou-se no chão.
O rouxinol sentiu pena dele, aproximou-se e cantou.
Ao ouvir o som de seus lindos trinados, o caçador sorriu.
Olhou para as árvores, o rio e a relva, e sentiu-se feliz mesmo sem ter jantado, sem ter encontrado um tesouro, nem compreendido bem os conselhos.
E o pássaro partiu sossegado, porque percebeu que um dia o homem entenderia os estranhos conselhos das aves.
(História do folclore da Europa Ocidental)
A lenda de Júpiter e os lenhadores
Esopo
Era uma vez um lenhador que fazia seu trabalho às margens de um rio de águas cristalinas.
Num golpe repentino seu machado escapou e foi parar no fundo do rio.
No mesmo instante o lenhador mergulhou e procurou seu machado, sem sucesso.
Que infelicidade! Perder sua ferramenta de trabalho...
E o lenhador, encostado numa pedra, chorou com sentimento:
_ Eis na água meu sustento! Que os céus ouçam meu lamento! Como vou criar meus filhos, trabalhar sem minha ferramenta?
Quando levantou os olhos levou um susto. Júpiter, o mais importante dos deuses, tinha escutado seu clamor e foi ao seu encontro.
_ É isso que procuras, lenhador? Então, não chores mais! É este seu machado?
Com essas palavras, Júpiter tirou de dentro das águas um magnífico machado de ouro.
_ Não! _ exclamou o lenhador! _ Meu machado mais simples, senhor...
O deus, então, deixou o machado de ouro, à beira do rio, mergulhou e trouxe dessa vez um belo machado de prata. Com satisfação afirmou:
_ Agora sim! Como pude me enganar? Aqui está o seu machado...
Sem saber que se tratava do próprio deus Júpiter que estava à sua frente, o lenhador, meio sem jeito, falou:
_ Meu bondoso senhor, deveria me perdoar, mas este também não é o meu! Meu machado é velho,seu cabo é de madeira e até está enferrujado, não se compara a estes...
Júpiter, então, deixou o machado de prata ao lado do machado de ouro à margem do rio e voltou a mergulhar.
Desta vez trouxe o velho machado e o entregou ao lenhador, que de tanta felicidade quase não conseguia falar.
_ Muito obrigado, senhor! É esse mesmo! O meu velho e bom machado! Ele mesmo! Obrigado!!!
E diante da honestidade do lenhador presenteou-o com os outros machados também, desaparecendo misteriosamente, em seguida!
O lenhador pegou nos braços o seu tesouro e, ao encontrar com um grupo de amigos, contou o que havia acontecido.
Os amigos não conseguiram tirar os olhos de cima daquele tesouro que ele carregava nos braços.
Um deles, muito invejoso, depois de ter ouvido o acontecido, partiu em direção ao rio e, repetindo passo a passo o que o sortudo fez, pôs-se a chorar, encostado numa pedra.
_ Como isso pôde acontecer? O que farei agora? Como poderei trabalhar? Oh! Que destino desgraçado!
E para sua confirmação Júpiter apareceu e trouxe em suas mãos um belíssimo machado de ouro.
_ Que maravilha!!! _exclamou sem mais um choro... _ O senhor o encontrou... é o meu machado!
Quando o homem ia pegar o machado de ouro, Júpiter ficou tão furioso ao perceber sua desonestidade que lançou o machado de ouro nas águas novamente e ainda aumentou a correnteza para que carregasse para sempre o verdadeiro machado do lenhador.
MORAL: Só se ganha com a verdade.
Refletindo de uma maneira mais engraçada....Porém o princípio é o mesmo: Ser exemplo da verdade.
Todo Mundo e Ninguém
Carlos Drummond de Andrade
(Auto da Lusitânia, de Gil Vicente)
Ninguém: Tu estás a fim de quê ?
Todo Mundo: A fim de coisas buscar que não consigo topar.
Mas não desisto, porque o cara tem de teimar.
Ninguém: Me diz teu nome primeiro.
Todo Mundo: Eu me chamo Todo Mundo e passo o dia e o ano inteiro correndo atrás de dinheiro, seja limpo ou seja imundo.
Belzebu: Vale a pena dar ciência e anotar isto bem, por ser fato verdadeiro: Que Ninguém tem consciência e Todo Mundo, dinheiro.
Ninguém: E o que mais procuras, hem?
Todo Mundo: Procuro poder e glória.
Ninguém: Eu cá não vou nessa história.
Só quero virtude...Amém.
Belzebu: Mas o pai não se ilude e traça: Livro Segundo.
Busca o poder Todo Mundo
e Ninguém busca virtude.
Ninguém: Que desejas mais, sabido?
Todo Mundo: Minha ação elogiada
Em todo e qualquer sentido.
Ninguém: Prefiro ser repreendido quando der uma mancada.
Belzebu: Aqui deixo por escrito o que querem, lado a lado:
Todo Mundo ser louvado e Ninguém levar um pito.
Ninguém: E que mais, amigo meu?
Todo Mundo: Mais a vida. A vida, olé!
Ninguém: A vida? Não sei o que é.
A morte, conheço eu.
Belzebu: Esta agora é muito forte
e guardo para ser lida:
Todo Mundo busca a vida
e Ninguém conhece a morte.
Todo Mundo: Também quero o Paraíso,
mas sem ter que me chatear.
Ninguém: E eu, suando pra pagar
minhas faltas de juízo!
Belzebu: Para que sirva de aviso,
mais uma transa se escreve:
Todo Mundo quer Paraíso
e Ninguém paga o que deve.
Todo Mundo: Eu sou vidrado em tapear,
e mentir nasceu comigo.
Ninguém: A verdade eu sempre digo
sem nunca chantagear.
Belzebu: Boto anúncio na cidade,
deste troço curioso:
Todo Mundo é mentiroso
e Ninguém fala a verdade.
Ninguém: Que mais, bicho?
Todo Mundo: Bajular
Ninguém: Eu cá não jogo confete.
Belzebu: Três mais quatro igual a sete.
O programa sai do ar.
Lero lero lero lero,
curro paco paco paco.
Todo Mundo é puxa-saco
e Ninguém quer ser sincero!
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