Eu venho do dá e tomaE vou para o toma e dáNunca vi dá cá sem tomaNem toma lá sem dá cá.Quadra popular
Este livro faz parte da Série do Zé Valente criada tendo em vista a formação de leitores por meio da ficção, da linguagem poética e do contato com diferentes gêneros literários.
Histórias engraçadas como a do rei que achava que era uma vaca e a dos três velhos conversando sobre a velhice, misturam-se com poemas, quadras populares, adivinhas, piadas engraçadíssimas como a do louco que subiu no poste ou a do filho que não quer acordar para ir à escola e receitas deliciosas (vale a pena provar a do pãozinho de queijo!).
Fora isso, alguns texto tem um caráter de crítica social e questionamento: como o do menino e do homem que não sabe ler ou o que trata de uma grande questão: o que é o tempo?
O jogo do Disparate e as línguas para se falar em código são formas lúdicas de brincar com as palavras, que os leitores vão adorar! Isso sem falar nas sempre divertidíssimas aventuras de João Valente e seu sítio maravilhoso!
A linguagem acessível do livro, nas palavras do autor, traz a esperança de que “os pequenos leitores leiam, se distraiam, tenham idéias, soltem à imaginação, pensem na vida, caiam na gargalhada, se emocionem, e que, assim, encantados, passem a gostar de ler!”
Atividades
Sequência didática Parlendas
MAIS
O rei que virou vaca
Certa vez, um rei convocou os nobres da corte e declarou que era uma vaca.
Os nobres ficaram assustados.
O soberano disse mais: desejava ser morto e ter sua carne cortada e distribuída ao povo.
Os nobres ficaram assustados.
O soberano disse mais: desejava ser morto e ter sua carne cortada e distribuída ao povo.
Achando que o rei havia enlouquecido, os nobres convocaram os principais médicos do reino.
Remédios e unguentos foram experimentados mas, infelizmente, sem nenhum resultado.
Remédios e unguentos foram experimentados mas, infelizmente, sem nenhum resultado.
Enquanto isso, o monarca piorava. Mugia o dia inteiro. Sujava o chão do palácio.
De vez em quando, saía galopando, dando coices e cabeçadas.
De vez em quando, saía galopando, dando coices e cabeçadas.
Passado um tempo, o rei chamou novamente seus principais nobres e ministros. Parecia contrariado.
Esbravejou. Disse que, porque suas ordens não haviam sido cumpridas, a partir daquele dia não ia comer mais nada.
Esbravejou. Disse que, porque suas ordens não haviam sido cumpridas, a partir daquele dia não ia comer mais nada.
Uma nuvem negra pousou no futuro do reino.
O povo, angustiado, acompanhava o drama de seu querido rei, cada vez mais magro, fraco e abatido.
O povo, angustiado, acompanhava o drama de seu querido rei, cada vez mais magro, fraco e abatido.
Um dia, um famoso cientista apareceu no reino. Diziam que era um grande médico. Diziam que era um filósofo capaz de lidar com os mais intricados segredos da alma humana.
O sábio foi ao palácio examinar o rei. Deitado na cama, o monarca repetiu ao médico suas alucinações. Mugiu. Confirmou que era uma vaca.
Confirmou que seu único desejo era ser morto, cortado e ter sua carne distribuída ao povo.
Confirmou que seu único desejo era ser morto, cortado e ter sua carne distribuída ao povo.
Coçando a longa barba, o sábio declarou que o rei tinha razão.
Ordens reais eram leis que precisavam ser cumpridas imediatamente.
Em seguida, abrindo a porta, chamou o açougueiro.
Um homem imenso, vestido de branco, entrou no quarto com uma faca na mão.
Ordens reais eram leis que precisavam ser cumpridas imediatamente.
Em seguida, abrindo a porta, chamou o açougueiro.
Um homem imenso, vestido de branco, entrou no quarto com uma faca na mão.
Perguntou onde estava a tal vaca.
– Estou aqui! – gemeu o soberano, exultante, com os olhos alegres de loucura.
O açougueiro aproximou-se da cama. Levantou, cuidadoso, a perna fina e branca do monarca. Balançou a cabeça, decepcionado. Aquela vaca estava magra demais.
De que adiantava matar um animal que era só pele e osso? Cortar o quê? Distribuir o quê?
– Primeiro – aconselhou ele –, é necessário que essa vaca aprenda a se cuidar, a comer, dormir direito e caminhar pelas montanhas, até ficar forte, alegre e cheia e saúde.
Dizendo que só voltaria quando a vaca estivesse no ponto certo, o açougueiro guardou a faca e foi embora.
A partir desse dia, o rei decidiu alimentar-se de novo.
Aos poucos, foi engordando, as cores voltaram a brilhar em seu rosto, ficou forte e acabou esquecendo de vez que um dia havia sido vaca.
Aos poucos, foi engordando, as cores voltaram a brilhar em seu rosto, ficou forte e acabou esquecendo de vez que um dia havia sido vaca.
Mais Ricardo Azevedo no Linguagem
Atividades Araújo e Ophélia
Vejam parte da história
CONTO ACUMULATIVO
Neste tipo de conto, o herói tem um problema e para resolvê-lo faz uma série de tentativas que vão se repetindo de forma sucessiva.
Todos os elementos que entram na história são retomados, sempre na mesma ordem, até o fim.
A acumulação é uma técnica de memorização muito antiga.
O GATO E O BURRO
O gato e o burro saíram para dar uma voltinha. No meio do caminho encontraram uma árvore.
- Quer valer como eu consigo trepar na árvore mais depressa que você? – perguntou o gato.
- Apostado! – respondeu o burro.
Os dois saíram correndo mas, claro, o gato venceu fácil.
O bichano ficou lá no alto miando e dando risada do burro.
O burro não gostou nem um pouco. Esperou o gato descer, deu uma mordida e arrancou seu rabo fora.
- Me dá meu rabo! – gritou o gato.
- Não dou!
- Me dá meu rabo!
- Só dou se você me arrumar um copo de leite quente.
O burro e o gato foram conversar com a vaca. O gato pediu:
- Vaca, me arranja um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E a vaca:
- Só se você me arrumar capim.
O burro e o gato foram conversar com o barranco. O gato pediu:
- Barranco, me arranja um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E o barranco:
- Só se você me arrumar água.
O burro e o gato foram conversar com a represa. O gato pediu:
- Represa, me arranja água para eu dar para o barranco para ele me dar um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E a represa:
- Só se você me arrumar uma enxada para tapar meus buracos.
O burro e o gato foram conversar com o ferreiro. O gato pediu:
- Ferreiro, me arranja uma enxada para eu dar para a represa para ela me dar água para eu dar para o barranco para ele me dar um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E o ferreiro:
- Só se você me arrumar um par de sapatos, que eu ando descalço.
O burro e o gato foram conversar com o sapateiro. O gato pediu:
- Sapateiro, me arranja um par de sapatos para eu dar para o ferreiro para ele me dar uma enxada para eu dar para a represa para ela me dar água para eu dar para o barranco para ele me dar um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E o sapateiro:
- Só se você me arrumar um saco de pão, que eu estou com fome.
O burro e o gato foram conversar com o padeiro. O gato pediu:
- Padeiro, me arranja um saco de pão para eu dar para o sapateiro para ele me dar um par de sapatos para eu dar para o ferreiro para ele me dar uma enxada para eu dar para a represa para ela me dar água para eu dar para o barranco para ele me dar um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
E o padeiro:
- Só se você me arrumar trigo.
O burro e o gato foram conversar com um trabalhador que plantava trigo no campo. O gato pediu:
- Trabalhador, me arranja um pouco de trigo para eu dar para o padeiro para ele me dar um saco de pão para eu dar para o sapateiro para ele me dar um par de sapatos para eu dar para o ferreiro para ele me dar uma enxada para eu dar para a represa para ela me dar água para eu dar para o barranco para ele me dar um pouco de capim para eu dar para a vaca para ela me dar um copo de leite quente para eu dar para o burro, que não quer devolver meu rabo?
O trabalhador estava ocupado e não gostou de tanta falação:
- Burro não toma copo de leite quente!
Depois pegou um pedaço de pau e saiu correndo atrás do burro e do gato dando cada pancada que até ardia de tão doída.
Fonte : AQUI
Dinâmica:Brincadeira:Disparate: AQUI
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