Era uma vez um roceiro que tinha um rádio.
Que foi presente de seu pai. Era para o roceiro ouvir os jogos do Brasil na Copa do Mundo.
No primeiro jogo o Brasil empatou.
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Um presente pode mudar a nossa vida.
Mas será que um presente pode também mudar o que somos, o nosso jeito de ser, os nossos sentimentos em relação aos outros ou, principalmente, em relação a nós mesmos?
O presente de Ossanha
O moleque fora comprado bem novinho no mercado. Seu trabalho ia ser brincar com o filho do dono, brincar de todo jeito: jogar dama, soltar pipa, rodar arco que era uma brincadeira muito apreciada naquele tempo e de cavalinho – Ricardo montava e o moleque era montado. Saíam os dois pelo terreiro:
- Upa, upa cavalinho, gritava Ricardo.
O dono do engenho olhava aquilo e esfregava as mãos:
- Esse moleque foi a melhor compra que já fiz, mulher. Olha nosso filho como está feliz!
Vai que num domingo de manhã, estando de folga, o moleque entrou no mato para pegar passarinho. Ele pegava um pedaço de pau e passava visgo para o coitado pousar e ficar preso. Naquele domingo porém, o sol já estava no alto e nada...
- Vou lhe ajudar, disse uma voz rouca.
Tinham explicado ao moleque que se ouvisse uma voz rouca longe de casa, tomasse cuidado. Podia ser a onça Gomes ou Quibungo, ou Ipupiara ou o João do Mato.Essas criaturas horrendas tinham lá suas razões para não gostarem de gente.
- Quem é você? – perguntou o moleque. Mostre sua cara.
Quem apareceu foi Ossanha. Usava um cocar e um saiote de penas, mais não era índio. Sua pele era negra, quase azul. Não tinha uma perna e não tinha um olho, perdidos numa briga com Xangô.
- Esse moleque foi a melhor compra que já fiz, mulher. Olha nosso filho como está feliz!
Vai que num domingo de manhã, estando de folga, o moleque entrou no mato para pegar passarinho. Ele pegava um pedaço de pau e passava visgo para o coitado pousar e ficar preso. Naquele domingo porém, o sol já estava no alto e nada...
- Vou lhe ajudar, disse uma voz rouca.
Tinham explicado ao moleque que se ouvisse uma voz rouca longe de casa, tomasse cuidado. Podia ser a onça Gomes ou Quibungo, ou Ipupiara ou o João do Mato.Essas criaturas horrendas tinham lá suas razões para não gostarem de gente.
- Quem é você? – perguntou o moleque. Mostre sua cara.
Quem apareceu foi Ossanha. Usava um cocar e um saiote de penas, mais não era índio. Sua pele era negra, quase azul. Não tinha uma perna e não tinha um olho, perdidos numa briga com Xangô.
No começo de tudo, o criador que se chama Olorum, tinha dado a cada filho uma parte do mundo. Para Ossanha deu a floresta:
- Você cuida das plantas. Umas servem para comer, outras para fazer remédio e outras para enfeitar a casa. Quando alguém precisar, atenda.
O que fez Ossanha? Guardou as plantas só para si.
- Está em falta, mentia quando alguém procurava.
Seu irmão Xangô quando soube, chamou Iansã que cuidava dos ventos:
Seu irmão Xangô quando soube, chamou Iansã que cuidava dos ventos:
- Onde já se viu? Dê um castigo para esse egoísmo.
Iansã se aproximou como quem não quer nada, Ossanha se distraiu e ela abanou com a saia o horto particular do orixá egoísta. Foi a maior ventania! Quando acabou, as plantas tinham se espalhado pelo mundo. É por isso que Ossanha está em todo lugar que tem mato, recolhendo as plantas que Iansã espalhou.
O moleque que conhecia a história não teve medo:
- Como é que o senhor/senhora vai me ajudar?
Senhor/senhora porque Ossanha é as duas coisas.
- Tome esse visgo, é da nossa terra. Com ele você vai pegar o pássaro Cora , já viu um?
- Não.
- Não.
E foi o que aconteceu. O pássaro Cora era um espanto! Vinha gente de longe apreciar o seu canto – criadores de pássaros, viajantes, naturalistas, gente de outros países, do governo, da igreja...
O pássaro do moleque aprendia o que se ensinava. Bastava assobiar uma vez perto da gaiola e ele imitava. Começaram a botar preço na maravilha. O moleque recusava. Se aceitasse, teria dinheiro para jogar na cara de seu dono e dizer:
- Olha aqui, compro a minha liberdade e pode ficar com o troco.
Mas o moleque dizia não. Não vendo, nem troco por dinheiro do mundo. O senhor partiu para a ameaça:
Mas o moleque dizia não. Não vendo, nem troco por dinheiro do mundo. O senhor partiu para a ameaça:
- Se não me vender esse passarinho, te arranco a pele.
O moleque sorria com o canto dos lábios.
- Se não me vender essa porcaria, te aplico os anjinhos.
Anjinhos eram uns anéizinhos de ferro para apertar os dedos e doía como o diabo!
- Se é uma porcaria, por que o nhô quer comprar? Era só o que ele dizia.
Quando o menino estava de castigo, o Cora não cantava.
Até que um dia, o senhor perdeu a paciência. Resolveu vender o moleque para outro senhor.
- Vai ser bem longe daqui que não quero ver a tua cara na minha frente e nunca mais ouvir a voz desse passarinho.
Anjinhos eram uns anéizinhos de ferro para apertar os dedos e doía como o diabo!
- Se é uma porcaria, por que o nhô quer comprar? Era só o que ele dizia.
Quando o menino estava de castigo, o Cora não cantava.
Até que um dia, o senhor perdeu a paciência. Resolveu vender o moleque para outro senhor.
- Vai ser bem longe daqui que não quero ver a tua cara na minha frente e nunca mais ouvir a voz desse passarinho.
Ricardo, o filho do dono, ficou triste, ficou doente e pediu:
- Não vende, pai. Há tempos que o escravo sou eu. Eu é que dependo dele pra tudo, não sei mais brincar sozinho.
- Não vende, pai. Há tempos que o escravo sou eu. Eu é que dependo dele pra tudo, não sei mais brincar sozinho.
O pai não escutou, vendeu o moleque. O comprador veio buscá-lo a meia-noite. Ricardo estava tão triste que não teve coragem de se despedir do moleque.
- Ele vai alegre – pensou – porque tem o Cora. Eu fico triste porque não tenho nada.
No outro dia de manhã, quando se levantou e abriu a janela, o menino Ricardo teve uma surpresa: do lado de fora tinha uma gaiola pendurada.
- Ele vai alegre – pensou – porque tem o Cora. Eu fico triste porque não tenho nada.
No outro dia de manhã, quando se levantou e abriu a janela, o menino Ricardo teve uma surpresa: do lado de fora tinha uma gaiola pendurada.
Assim que viu o menino, o Cora começou a cantar.
O presente de Ossanha
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Objetivo(s)
-Desenvolver o hábito da leitura e escrita;
-Desenvolver o senso crítico-reflexivo;
- Perceber a diferença entre mito e lenda;
- Despertar o olhar para a realidade fazendo analogias ao texto;
- Sensibilizar a curiosidade sobre a própria cultura;
- Desenvolver a criatividade;
Conteúdo(s)
Leitura e produção textual;
Lenda x mito;
Desigualdade social;
Material necessário
- Livro: O Presente de Ossanha;
- Bexigas, papel oficio, caneta lápis;
- Dicionário da Língua Portuguesa;
- Cartolina, papel metro, piloto, lápis de cor, fantoches; roupas, decorações,
- Outros que necessitarem;
Desenvolvimento
1ª etapa
- Apresentação do tema da aula, instigando os conhecimentos prévio;
- Contar a história “O presente de Ossanha” (caracterizada de acordo com as personagens);
- Conversa sobre a história;
- Dinâmica para formação de grupos: entregar uma bexiga e um nome dos personagens da história a cada aluno. - - Solicitar que encham e coloque o nome dentro da bexiga. Exercitar-se dentro da própria sala, trocando entre eles até que alguém estoure, depois todos estouram e deverão procurar os nomes dos personagens, formando grupos.
- Entregar o Livro O presente de Ossanha e um dicionário a cada grupo;
- Solicitar que leiam o livro procurando identificar o papel da personagem a qual é o nome do grupo e palavras desconhecidas no dicionário;
- Após, cada grupo deverá socializar as ideias através de paródias, teatro de fantoches, cordel, poesia, dramatização etc. enfatizando a historia e o comportamento do personagem;
- Debate coletivo: exposição das ideias e analogias enfatizando a escravidão, a desigualdade social, a cultura afro, etc... Observando a opinião de cada um.
Avaliação
- Será de cunho formativo.
- Sendo avaliada de forma qualitativa e quantitativa
- Qualitativa: participação, análise crítica, desempenho, uso correto da Língua Portuguesa na expressão oral e escrita,demonstrar respeito e parceria às atividades e opiniões alheias;
- Quantitativa:Aplicando – se um valor de 2,0 pontos às produções feitas;
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